O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, “proibiu a celebração das tradicionais procissões públicas da Via Sacra durante a Quaresma deste ano e acusou os bispos católicos de “graves crimes e horrores”. (1)
Ótima ocasião para Lula mostrar sua repulsa a essa intromissão de Ortega nos direitos da Santa Igreja. Ficará calado, mais uma vez?
O valor dos atos religiosos públicos
Aproveitamos a ocasião para ressaltar a importância de atos públicos religiosos patrocinados pelos católicos. Infelizmente, até entre nós, católicos mal formados há que defendem apenas o culto no interior das igrejas, em um País livre, como o Brasil. A proibição de procissões públicas nessa Quaresma, pelo ditador Ortega, amigo de Lula, proibição de Via Sacra e cerimônias da Semana Santa em locais públicos bem mostram como as esquerdas se sentem mal à vontade com a demonstração pública de Fé.
Já houve, no Brasil, agentes da esquerda se pronunciando contra os Terços Públicos.
Na Nicarágua, durante a Quaresma, e também na Sexta-Feira Santa, o ritual acontecerá dentro das igrejas e não em locais públicos, ressalta a notícia.
Ortega adere à doutrina de Lutero e da Revolução Francesa
Lutero levantou-se e revoltou-se contra a autoridade do Papa. Ortega faz o mesmo contra a Monarquia na Igreja: ele quer Democracia na Igreja, Papa eleito pelo povo. Consequência lógica do igualitarismo comunista que não pode admitir ter Nosso Senhor Jesus Cristo instituído um governo monárquico na Sua Igreja.
“Não acredito em papas nem em reis: quem escolhe o Papa?” ele disse. “Se queremos falar de democracia, o povo deve primeiro eleger os padres e os bispos”, e “até o Papa” deve ser “eleito por voto direto e não pela máfia organizada no Vaticano”.
Todos conhecemos a “democracia” exemplar da Nicarágua, eleições livres … O mesmo sistema de Cuba, da Venezuela, da China.
Pio XI condenou o fascismo
Em seu discurso à Nação, Ortega também acusou o papado de ter apoiado o ditador italiano Mussolini, e o Vaticano de ser uma “organização mafiosa”. Acusar … e as provas desse apoio? Aí está, para a História, a encíclica do Papa Pio XI NON ABBIAMO BISOGNO, condenando o Fascismo.
Transcrevemos um pequeno trecho do conflito entre Pio XI (Ação Católica) e o Fascismo:
“Imediatamente depois do Tratado de Latrão (1929), estourou uma crise entre o Vaticano e o Fascismo. Este, com sua tendência totalitária, concebera o projeto de absorver todas as organizações de apostolado dentro da estrutura do partido fascista, deixando à Igreja apenas a liberdade de celebrar os atos de culto divino. Assim, a Ação Católica italiana, “a menina dos olhos do Papa”, segundo a frase tão expressiva de Pio XI, se via na impossibilidade de continuar a agir. Ou ela se fundia no fascismo, ou, se ela quisesse conservar fisionomia própria, estrutura própria, individualidade própria, teria de enfrentar um terrível conflito com Benito Mussolini. O Santo Padre Pio XI optou pela independência da A.C. O conflito assumiu tal gravidade que o Pontífice chegou a escrever que poderia voltar novamente às catacumbas, mas não cederia. E o fascismo cedeu.
https://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG7%20430808_AcaoCatolicaefascismo.htm
Os direitos da Santa Igreja
Os direitos da Santa Igreja lhe advêm do Mandato de Nosso Senhor Jesus Cristo: ide e evangelizai todos os povos. A evangelização não é concessão do Estado à Esposa de Cristo; o Estado pode coadjuvar, pode facilitar, pode fazer como os reis portugueses que sempre incluíam sacerdotes em suas navegações. Foi assim que o Brasil, logo ao nascer, teve a sua primeira missa.
Ainda um trecho do Papa Pio XI, desta vez sobre atritos com o regime comunista bolchevista.
… “reserva feita antes de tudo, e no próprio interesse da sociedade civil, dos direitos da Igreja Católica que é, por mandato e ordem de Deus, única vingadora e mestre da justiça e da verdade entre os homens, enquanto é a perpétua guardiã da doutrina incorruptível e do Sangue de Deus nosso Redentor.
“A manutenção integral destes direitos será sempre para Nós uma lei sagrada, apesar de todo o desejo que temos de guardar e concluir a paz com todos, apesar da disposição em que estamos de fazer, dentro dos limites legítimos, todas as concessões tendentes a obter em toda a parte um regime mais favorável para a Igreja e, ao mesmo tempo, a reconciliar todos os espíritos na concórdia”. (2)
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Essa é a posição da Igreja face aos Estados comunistas, socialistas, bolivarianistas. Assim procedeu São Gregório VII face às intromissões de Henrique VIII, imperador do Sacro Império. Assim procedeu Pio IX face à revolução garibaldina; assim atesta o documento do Papa Pio XI frente ao Fascismo e ao Comunismo:
…Igreja Católica que é, por mandato e ordem de Deus, única vingadora e mestre da justiça e da verdade entre os homens, enquanto é a perpétua guardiã da doutrina incorruptível e do Sangue de Deus nosso Redentor.
São Pedro, os Santos Papas nos ajudem a compreender os direitos da Santa Igreja face à impiedade em nossos dias — seja ela praticada pela China, por Cuba, pela Nicarágua de Ortega.
A Santa Igreja não pede licença para evangelizar, Ela tem o Mandato Divino a cumprir: ide, e evangelizai todos os povos!
(1) https://www.vaticannews.va/en/church/news/2023-02/nicaragua-ortega-bans-easter-processions-and-attacks-bishops.html
(2) https://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG_440319_Igreja_mestra_verdade.htm#.ZAjzVXbMK3A
