Convite à reflexão: formar e moralizar a população

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Na “Semana de estudos sobre a doutrina Política da Igreja” promovida na cúria Metropolitana pelo “Centro D. Vital”, o Dr. Plinio Corrêa de Oliveira defendeu a tese que lhe propuseram sobre a “Ação Social dos Católicos”. O trecho que transcrevemos faz parte da entrevista que ele concedeu naquela ocasião (1935) à “Folha da Noite”.

Entrevista à Folha da Noite: A Ação Social dos Católicos

Como veremos, trata-se de uma questão que permanece atual: como solucionar a crise contemporêna. Para contextualizar, lembramos que estávamos à época dos regimes fortes, então apresentados como solução face à dissolução dos estados liberais quer na Europa, quer na América. Esse era o caldo de cultura no qual nasceram as direitas-falsas nazifascistas e as menos coloridas em outras nações. Getúlio Vargas, por exemplo, deu o golpe de 1937, com cores nitidamente fascistas.

Esse é o problema de fundo abordado pelo Prof. Plinio: não há solução para o Brasil a não ser pela restauração moral e religiosa. Quase um século depois continua perfeitamente válida a tese.

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“Sem querer diminuir a importância do papel do Estado, que tem na hora presente gravíssimas responsabilidades [lembramos que corria o ano de 1935, pouco antes da Intentona comunista], cumpre notar que o Estado, por si só, não está em condições de solucionar a crise contemporânea. Efetivamente, é suficiente um exame sucinto da situação moral, social e política do mundo moderno, para nos persuadir disto.

“O estado de luta parece ter-se tornado habitual para os homens e as Nações hodiernas. Na família, a luta se estabelece entre os cônjuges, esquecidos de seus deveres recíprocos, e desejosos de direitos sempre maiores. Entre pais e filhos, também não reina harmonia, pois que a autoridade paterna parece, para a mocidade de hoje, um jugo cada vez mais pesado. Lutam entre si as classes, que formulam, umas contra as outras, reivindicações sempre maiores, procurando ao mesmo tempo subtrair-se ao cumprimento dos respectivos deveres. Enfim lutam nações contra nações, estimuladas pelo orgulho nacional e pelo desejo de maior expansão econômica.”

Recordamos, esse é o caldo de cultura para o surgimento dos regimes fortes, do nazifascismo e suas derivações.

Sede de prazeres, horror ao cumprimento do dever

A razão deste estado de coisas deve ser procurada muito menos nas leis modernas do que na mentalidade do homem contemporâneo. Um desejo imoderado de prazeres e o horror ao cumprimento do dever são suas duas grandes características. E ambas as características derivam do egoísmo que domina hoje toda a humanidade. Enquanto o homem continuar aforrado a este individualismo sem limites, não será possível estabelecer qualquer reforma durável na sociedade contemporânea.

“Ora, a ação do Estado é totalmente impotente para operar a reforma dos caracteres. É certo que o Estado pode defender a moralidade pública. Não é menos certo, porém, que ele não pode edificar a moralidade pública ou privada.

A Igreja é inigualável moralizadora dos povos

“Ora enquanto o Estado é impotente para esta tarefa indispensável, a Igreja é um fator inigualável de moralização dos povos. Realmente, ela os submete a uma disciplina intelectual e moral perfeita, que, ao contrário do protestantismo, submete os atos de cada homem não ao julgamento sempre suspeito de suas próprias consciências, mas a um tribunal superior cheio de austeridade e ao mesmo tempo rico em benignidade. Por outro lado, pelos motivos que a Religião Católica dá ao homem de amar a Deus e de desejar a felicidade eterna, bem como pelo temor da condenação, ela proporciona ao espírito humano os estímulos mais eficientes que se possam conceber para induzi-lo à prática do bem. Assim, a Igreja é a grande moralizadora dos povos. E ela o provou em inúmeros episódios históricos como, por exemplo, quando encaminhou ao martírio na antigüidade legiões de virgens, ao passo que o culto da Besta pagã perecia porque o paganismo não podia mais suscitar em Roma o número de virgens necessário ao culto do fogo sagrado.

Uma ação que lembra a Cristandade

“Por outro lado, o Estado tem uma atuação meramente nacional. E a reedificação da ordem social não pode depender da ação de um país, mas de uma atuação supranacional, afetando simultaneamente o mundo inteiro e agindo com uma inteira unidade de pensamento e de direção.”

O conferencista conclui afirmando que, se aqueles que desejam restaurar a civilização cristã querem alcançar a vitória, não devem limitar-se a aceitar um vago pan-cristianismo, mas devem abraçar resoluta e exclusivamente o Catolicismo, única expressão autêntica e completa da doutrina de Cristo.

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Aí está o pensamento do Prof. Plinio baseado nas Encíclicas Pontifícias [bem antes do Concílio, recordamos] de que a restauração de uma Nação se faz pela observância da Lei Natural, dos Mandamentos da Lei de Deus. Esse é o ensinamento também de Santo Agostinho em sua famosa obra A Cidade de Deus.

Rezemos, batalhemos, confiemos em Nossa Senhora Aparecida em que o Brasil ainda será um grande País a exportar um modelo de Catolicismo, de Valores Morais.

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