Sou contra as cotas. Por que eu deveria ser privilegiada se eu tenho a mesma capacidade que meu colega?“, declarou Tawany Gabriela de Oliveira, 16 anos, estudante da Escola Estadual Hiroshima (*).
Defender as cotas raciais equivale a considerar negros e pardos como “pessoas que sem privilégios não chegam a lugar algum”. É o que fazem os defensores das cotas. Ora, isso é racismo!
Em 2005, a 7a Vara da Justiça Federal deu ganho de causa a um jovem que tinha sido preterido no curso de engenharia química da UFPr, por causa do sistema de cotas universitárias. Ele tinha obtido 611,3 pontos, enquanto o melhor cotista tinha apenas 489,3.
Não se trata apenas de ser ou não uma injustiça ‒ e o é ‒ mas também de baixar a qualidade do ensino e assim prejudicar o País, e os futuros usuários.
Já que se fala tanto em função social, qual o efeito social da disseminação desses diplomados na sociedade, simpáticos mas despreparados? Será benéfico para o desenvolvimento do País? E para eles mesmos?
Imaginemos uma Faculdade de Medicina. O exame de admissão deveria ser bastante rigoroso e justo, pois seria uma maneira de melhorar a segurança e o tratamento das doenças, e diminuir espantosos erros médicos.
Se alguém desejasse aumentar o tamanho da escola, não deveria, irresponsavelmente, diluir o rigor dos exames de admissão, mas melhorar os cursos de preparação, próxima e remota. Se fosse feito isso, mais alunos seriam aprovados no exame de ingresso, sem ser preciso apelar para cotas.
O problema central é o da preparação. Mas isso dá trabalho e despesa, e em consequência se apela para uma espécie de truque, que são as cotas. E se compromete o futuro.
Escolhi o exemplo da Medicina porque torna a questão clara como a água de fonte, porque mexe com algo muito caro a todos nós, que é a saúde. Mas, e as outras matérias? É o mesmo problema.
Pete Du Pont argumenta com acerto: “Se nossa política é falsificar a medição das habilidades em lugar de melhorar as aptidões dos menos hábeis, então nos enganamos a nós mesmos e pomos em risco nossa sociedade”.
Essa movimentação a favor das cotas universitárias ‒ de fato, cotas privilegiantes de alguns, que põem de lado os méritos de outros ‒ está fazendo como alguém que, para não ter febre, quebra o termômetro. Escamoteia o medidor do nível de preparo, que é o vestibular, com as cotas.
Imagine-se que alguém proclame aos quatro ventos: eu sou racista! Imediatamente haveria uma grita geral. Mas, em nossa Terra, universidades o fazem, com a questão das cotas raciais. Muitas pessoas afirmam ‒ como demonstrado ‒ que essas cotas são racistas. A lei das cotas carrega em seu bojo o pior tipo de racismo: o fantasiado de politicamente correto.
A exemplo de seus similares sem-terra e sem-teto, com o sistema de cotas se cria uma nova categoria de “invasores”: os sem universidade. Ao que parece, a esquerda não consegue principiar nada sem algum tipo de invasão, legal ou não.
O afro-descendente Ingo da Silva diz: “Todos os negros devem rejeitar isso, porque mais parece esmola. […] Vão dizer: ‘Está cursando porque deram uma mãozinha’”.
Não é lógico adotar o assistencialismo como critério de escolha, quando se visa à competência, pois a fuga da realidade geralmente não produz bons resultados. Imagine o leitor que, na hora de escolher um comandante para o avião que o vai levar a uma cidade “x”, a companhia aérea opte por Fulano de Tal, não porque é bom aviador, mas por qualquer outro critério; por exemplo, porque é pai de muitos filhos. Se o soubessem, não poucos passageiros ficariam preocupados…
Quem entrou valendo-se das cotas, sem estar qualificado, vai ter problemas depois. Se não desistir durante o curso, terá de enfrentar em desvantagem a concorrência no mercado de trabalho, onde — todos sabem — não há cotas. Ele terá de pagar seu preço por ter querido fugir da realidade, e a realidade se vinga de quem dela foge.
(*) Globo São Paulo (IG)‒ 21-08-2012.
eu sou contra o correto e melhorar a qualidade da educaçao , e quan do o gover no vim com a conversa de que nao tem dinheiro ,temos que lembralos dos exorbitantes gastos com a copa do imundo
Minha concepção sobre isso é de que em uma questão histórica as cotas sim é um ótimo benefício, pois os meios que uma pessoa que dependente de cota foi diferente e de nível muito dificultoso, mas olhando por outro lado as cotas é só um modo de pincelar e admitir o quanto é péssimo o ensino e que nosso país convive, aceita e é acostumado com o racismo. Eu digo isso porque “sinto na pele” como é difícil assumir-se principalmente em fase de descobertas. Eu em toda minha infância tive receio de assumir quem realmente era aceitar que a minha identidade não estava em alisar meu cabelo, ou desenhar e pintar minha família nos trabalhos de escola todos com pele clara. Por mais que eu tinha o desejo de me assumir havia algo mais forte ao meu redor que me reprimia.
O fim das cotas não deve ser algo imediato, porque um indivíduo que entra em uma universidade pública e que veio de escola privada entra achando que, aquilo é um “mérito”, mas necessariamente as oportunidades, a realidade de vida dela, as proporcionaram de níveis muito altos considerados ao “Joãosinho e a Mariquinha” que nasceram e cresceram em periferia, e decidiram mudar o histórico de suas Famílias dando suas vidas pra estudar, e ganhar pelo menos uma complementação digna que nunca tiveram, não há comparação! A questão clara não são as cotas e sim ser cotista.
Caro Sr. @Sérgio .,
Permita-me discordar de sua opinião. A universidade tem como fim primordial a transferência do conhecimento adquirido e a pesquisa. Ela não existe como mera ferramenta de política social, mas como fator de produção e de transmissão de saber. Tentar metamorfoseá-la em meio de ascensão social é desvirtuar e empobrecer esta digníssima instituição criada na Idade Média. [1]
Argumenta o Sr. que o modelo das ações ditas afirmativas centradas nas cotas raciais incluiriam nas universidades alunos de categorias sociais ou raciais desfavorecidas. Esses seriam aprovados no vestibular com notas “medianas” e vagas garantidas a princípio.
Primeiramente, o uso de termos como “afrodescendente” enfatiza a genealogia. Este termo é associado à tendência de se atribuir a todos os pardos o título de “negros” ou, como preferir, de “afrodescendentes”, e não mais “mestiços”. Trata-se de uma palavra-talismã[2], pois a pele morena do brasileiro deve-se tanto a negros como a índios (não somente à esses).
Como não se sabe exatamente o que é um negro em nosso país (com exceção dos negros com pele muito escura), pois, qualquer pessoa que tenha uma gota de sangue “negro” pode ser considerada negra, o argumento de que o negro é a maioria entre os pobres e por esse motivo merece políticas específicas perde o sentido. Na verdade, os autodeclarados pardos é que são a maioria entre os pobres. Descendem tanto de negros, como de índios, como de brancos.[3]
Mas vamos supor que fosse verdade (o que não acontece) a afirmação de que a maioria os pobres é negra. Ainda assim, não haveria razão para se discriminar os outros pobres (não negros) apenas porque seriam em menor número. Podemos citar o caso dos sertanejos nordestinos, os quais são a maioria descendentes de índios.
O Sr. há de convir que o sistema brasileiro é dissipador de conflitos étnicos graças à sua ambiguidade. Devido à grande miscigenação de nosso país os brasileiros são classificados com dezenas de gradações, como mulato escuro, mulato claro, mulato sarará, etc. No Brasil há, na mesma família, irmãos mulatos e brancos.
Quanto à questão da formação dos maus profissionais, quem entra em uma universidade sem estar qualificado, por causa das cotas, corre sério risco de fracassar e desistir logo adiante. Nessa lógica, o governo deverá impor que o mundo do trabalho inclua os cotistas. Pois estes, pelo simples fato de serem cotistas, serão suspeitos de duvidosa qualificação profissional.
Na prática, um negro rico que sempre estudou em escola particular pode disputar vagas pela mesma cota que entra um negro pobre e que sempre estudou em escola pública? As cotas específicas para negros alteram a realidade de quem é branco, pobre e que estudou em escola pública, que acaba ficando sem opção. Os méritos dos bons alunos das escolas públicas ficarão desvalorizados. Mas a filosofia igualitária que inspira o sistema de cotas não leva em consideração tais fatos…
As cotas para negros prejudicam tanto os negros quanto os não negros, se é que é lícita tal distinção. Pois o fato de ser branco ou negro não é fator de concessão de privilégios. É isso que as cotas fazem, privilegiam uma determinada “raça”. E consequentemente instaura um clima de luta de raças.
A dificuldade de acesso ao ensino superior não se resolverá “abrindo” vagas, ou cotas, que aliás, este tipo de “política social” não compete às universidades, mas sim ao Estado. Estão é este último que deve fazer uma corajosa melhoria no ensino básico brasileiro, que é qualificado como um dos piores no ranking mundial.
A solução não compete às universidades, mas sim ao Estado. O sistema de cotas não é a solução, mas sim, uma melhoria na educação básica. Com medidas paliativas o problema nunca será resolvido, e sim, dilatado.
No fim desse processo “cotista”, torna-se inevitável que a universidade e a sociedade fiquem engessadas pela planificação estatal.
O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em sua obra Projeto de Constituição Angustia o País defende e alerta para a harmoinização das etnias em oposição à luta de raças:
“Com essas palavras fica lembrado que no Brasil não existem apenas as etnias indígena e negra, mas que outras raças têm sido por vezes chamadas, outras vezes aceitas de braços abertos, pelo nosso País, para participarem do esforço de aproveitamento de todas as nossas riquezas.[4]
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[1] http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?idmat=2736ADA7-3048-313C-2EA19AE9D168A73B&mes=Novembro2010;
[2] https://ipco.org.br/home/noticias/palavras-que-sao-talismas;
[3] http://www.georgezarur.com.br/opiniao/134/razoes-para-nao-se-adotar-o-sistema-de-cotas-nas-universidades-brasileiras;
[4]1, Idem.
Eu sempre disse e continuo dizendo que este negócio de cotas é RIDÍCULO. Como pode deixar de estudar e realmente aprender e ter capacidade para competir e concorrer a uma bolsa de estudos, para simplesmente contar com estas facilidades proporcionadas a estes que até então ( penso eu) não compreenderam este racismo disfarçado em pleno século vinte e hum. Sinceramente,se eu tiver que depender de cotas, espero nunca conseguir uma bolsa,pois prefiro consegui-la quando de fato merece-la.
O sistema de cotas é racista,sim!
O que tem a ver a cor da pele com a capacidade do aluno?Ele tem que entrar na universidade por seu próprio mérito e não pela cor de sua pele ou por sua raça,pois isso nada mais é que um racismo velado,uma espécie de esmola por sua condição de negro ou indio.Muitos alunos que não tem condições financeiras mas tem capacidade de cursar a universidade,muitas vezes são preteridos por cotistas que não estão aptos para tal.O resultado disso é vermos profissionais sem nenhum preparo para a carreira escolhida.
O sistema educacional brasileiro é totalmente equivocado desde 22/04/1.500. Começou errado continua errado e sem INVESTIMENTO MACIÇO continuará errado. Em síntese, pode-se exemplificar assim:
-“enquanto o norte americano vai à Marte, o brasileiro de São Paulo tem dificuldade para chegar em Santos”.
Falta educação na base, falta educação técnico-científica, falta uma universidade ativa/participativa que desenvolva projetos para empresas nacionais e multi-nacionais, por ex.: Gates, Forbes e outros começaram a desenvolver suas empresas ainda universitários.
Os universitários tupiniquins, quando muito, tem TEORIA, haja vista a quantidade de vagas
para ESTAGIÁRIOS. Uma vez estagiário, estagiário até o fim. É. EDUCAÇÃO custa caro, muito
caro,mas, DÁ LUCRO, COMPENSA E MUITO,A LONGO PRAZO.
POVO EDUCADO, BEM FORMADO, NÃO É CORRUPTO.
O QUE É MELHOR, EDUCAÇÃO OU CORRUPÇÃO???
Analisem a “classe política brasileira e o nível educacional das escolas públicas e privadas”.
PAZ E BEM À TODOS.
A argumentação do artigo me parece equivocada, em vários tópicos. Penso que o sistema de cotas é uma forma de enfrentar a distorção existente no Brasil com relação ao acesso da população negra aos cursos universitários. Se terá eficácia nesse intento, é outra discussão. É mais que evidente que não se está discutindo a capacidade intelectual dos negros. A questão a ser enfrentada é o número ínfimo de negros que chegam à universidade, consequência do fato de que a grande massa dos afro-descendentes está nas camadas mais pobres da população, com chances quase nulas de aspirar a um curso superior. Não havendo igualdade de oportunidades, vem a calhar o tratamento desigual que tende a compensar tal distorção social. Por isso é descabida a pecha de racismo com que o artigo desqualifica os defensores das cotas. Tampouco precisamos temer a formação de profissionais desqualificados, uma vez que todos, cotistas ou não, enfrentarão os mesmos cursos, com o mesmo grau de dificuldade e os mesmos processos avaliativos. Essa a minha opinião.