15 de setembro. Celebração instituída pelo Papa Pio VII em 1814, em substituição a duas outras muito antigas, para rememorar as dores da Corredentora do gênero humano. Neste dia os católicos lembramos a Mater Dolorosa e reparamos as suas Sete Dores.
Mãe das Dores, sim, pois Deus, cujo nascimento vindouro era a razão do próprio nascimento da Virgem, deverá ser neste mundo o homem das dores e do sofrimento, conforme o Profeta Isaias: “Era desprezado, era a escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos sofrimentos; como aqueles, diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e não fazíamos caso dele. Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado” (Is 53, 3).
A quem comparar-Vos? Jeremias, o profeta das lamentações, fala que a aflição de Maria era grande e profunda como o mar: “A quem te comparar, filha de Jerusalém? Quem irá salvar-te e consolar-te, ó virgem, filha de Sião? É imensa como o mar tua ruína: quem poderá curar-te?” (Jer., Lamentações 2, 13).
No Calvário, a montanha do Sacrifício, como Mãe, Ela ofereceu o Filho; como esposa do Espírito Santo, ofereceu-se com Jesus; por seus sofrimentos de esposa e de mãe, ela foi a co-redentora do gênero humano.
A profecia do velho Simeão, a fuga para o Egito, a perda do Menino Jesus em Jerusalém, o carregamento da Cruz, a Crucifixão, a descida da Cruz, o sepultamento de Jesus, são os sete mistérios em torno dos quais Nossa Senhora se agrada de ver agrupados os aspectos quase infinitos dos sofrimentos, que dela fizeram a Rainha dos Mártires, a primeira rosa e a mais bela do campo de Deus. (Cfr. Dom Prosper Guéranger, L’Année Liturgique –– Le temps apres la Pentecôte, Maison Alfred Mame et Fils, Tours, 1922, Tome V).