Em 17 de janeiro de 1504 nascia em Bosco Marengo (Itália), Antonio Ghislieri, futuro São Pio V. Seu Pontificado durou apenas seis anos (de 1566 a 1572), mas marcou a fundo a História da Igreja e foi o grande Papa de Lepanto e do Concílio de Trento. Comemoramos 520 anos em que ele veio ao mundo para a maior glória de Deus.
- Plinio Corrêa de Oliveira
Este quadro é do Papa São Pio V. Um nariz possante, enorme, mas com um corte muito definido, que tem qualquer coisa do bico da águia, qualquer coisa de uma ave de rapina. O formato do nariz indica muito a fisionomia. A linha dos lábios também diz muito e concorre para dar a expressão fisionômica.
Observem o olhar: olhos no fundo de uma cavidade ocular óssea também possante, tão possante que o olho fica um pouco pequeno dentro dela.
Tudo isto dá ideia de um homem de uma personalidade fortíssima. É o contrário desse tipo de pessoas que se guiam sobretudo pelos instintos. Na fisionomia do Papa nota-se que a razão, a inteligência e a vontade atingiram toda a maturidade que um homem pode atingir. Ele se guia pelo raciocínio lógico, límpido e inflexível. E por uma vontade de ferro para executar aquilo que sua razão indicou como verdadeiro.
A fronte, também possante, confirma o conjunto da impressão que a fisionomia causa. Há um imponderável, ao lado da firmeza do santo, que revela sua doçura.
No modo harmonioso como a barba cai e o bigode se revolve nela, desprende-se algo de tão doce, tão suave, tão resignado à vontade divina, que soberanamente me agrada ver e me enleva.
É um homem forte como tudo contra os inimigos de Deus, mas nas mãos d’Ele é um Papa fácil de governar, aceita amorosa e submissamente o que Deus quiser dele. Por isso também é paciente em relação a todos aqueles que, arrependidos de seus pecados ou pelo menos envergonhados deles, se apresentarem perante ele. É verdadeiramente o Pastor Bonus, terrível contra o adversário e ao mesmo tempo manso, bom e misericordioso para com aqueles que não atacam a Igreja. É um Papa na própria expressão de palavra.
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 14 de junho de 1968. Esta transcrição não passou pela revisão do autor. Fonte: Revista Catolicismo, Fevereiro/2024.