E depois do pós-pós-modernismo?

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Museu Guggenheim Bilbao, estilo pós-moderno. Concebido pelo arquiteto FranSSk Gehry, e terminado em 1997.
Museu Guggenheim Bilbao, estilo pós-moderno. Concebido pelo arquiteto FranSSk Gehry, e terminado em 1997.

Outro dia fiquei com pena. Vi o letreiro de uma inocente loja que pretendia fazer propaganda dizendo: aqui TAL SERVIÇO MODERNO. Será que o proprietário não percebe que esse letreiro exala um ligeiro perfume de coisa fora de moda e antiquada? Lembra os meados do século XX, quando o adjetivo “moderno” dava prestígio ao que quer que fosse.

Digamos que alguém lançasse um jornal com o título: “Diário moderno”. Será que teria boa saída? Ou os passantes indagariam: para que comprar um jornal com notícias de anteontem? É paradoxal, mas é assim.

O moderno ficou antiquado. Algo está girando em falso neste círculo vicioso…

Alguns contemporâneos nossos se autodenominam pós-modernos. Eles parecem estar dizendo: viremos a página, vamos para uma coisa nova. Miséria extrema das coisas humanas, o pós-moderno, até ele, já começou a exibir pequenas rugas e cabelos brancos. Será que ele também vai ficar antiquado, como o moderno?

E em seguida? Virá talvez o “hipermoderno”?[1] Que nada mais é que o pós-pós-pósmoderno…

Estas multidões conservadoras que recentemente e por três vezes se mostraram em Paris aos milhões, que pensarão da modernidade vista assim?

Basta! desta instabilidade rumo a um ponto desconhecido que ninguém sabe o que é, e que sempre fica antiquado, todos estamos fartos!

A natureza humana pede estabilidade. Que obviamente não pode ser definida como imobilidade absoluta. Diz Plinio Corrêa de Oliveira, que “esta estabilidade é dinâmica, não inerte. É um zig-zag da ação e do repouso. É a estabilidade móvel na mesma rota. Tradição é precisamente esta estabilidade móvel na mesma rota.”

Como é a anti-estabilidade, ou instabilidade agitada?

“Tudo quanto existe deve ser visto com antipatia, por amor ao que vai existir, e deve ser destruído sempre que se consegue fazer com que deixe de ser indispensável. O futuro degola o presente como o presente degolou o passado.

Ele conclui: “Na tradição é o contrário. O passado preparou o presente, o presente protege o passado, o passado e o presente elaboram o futuro”.

A estabilidade é conservadora. E por isso, e por amor à estabilidade móvel na mesma rota, sou conservador.

 


[1] Gilles Lipovetsky.

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