O “bunker” da indiferença

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Reflexo Pavlov 2Quem não ouviu falar da famosíssima experiência de Pavlov?

Coloca-se açúcar diante de um cão imobilizado. Ele salivará. A seguir, associa-se a apresentação do açúcar ao som de uma buzina, e repete-se a operação várias vezes. O cachorro continua a salivar normalmente.

Em uma terceira fase, toca-se a buzina, mas não se apresenta o açúcar. O cão saliva, porque se estabeleceu uma associação entre o som da buzina e a apresentação do açúcar.

É o que o cientista russo, os meios científicos e culturais chamam, de reflexo condicionado.

Se se continuar tocando a buzina, de vez em quando, mas sem apresentar o açúcar, o que acontecerá? A salivação irá diminuindo, e começará a se manifestar uma inibição das funções reflexas, que irá se estender a todo o organismo e engendrar um estado de sonolência. 

A mesma inibição das funções reflexas, que assim se obteve pela repetição, pode-se conseguir quando o excitante for particularmente intenso. Por exemplo, a aparição súbita de uma serpente pode inibir as reações de fuga de um pássaro.

Algo de semelhante acontece com o homem pós-moderno? acocorado dentro de seu “bunker”(1) de indiferença, já não capta com grande clareza a realidade externa. Culposamente, diante de uma situação em que ele normalmente reagiria, pode acontecer que se limite a bocejar ou a lançar um vago lamento.

Por exemplo, o Brasil está sendo penetrado por um batalhão de 4 mil médicos cubanos e apesar das dimensões do lance, quase ninguém protesta! Ou o faz por causa de um pequeno aspecto secundário!

O homem de hoje, pela TV, pela internet, e outros meios de comunicação, está sendo submetido a uma espécie de experiência de Pavlov. Uma verdadeira sarabanda. Em várias ocasiões, Plinio Corrêa de Oliveira mostrou os efeitos deletérios de certa mídia, do próprio acontecer moderno e pós-moderno sobre os nervos dos indivíduos:

“O que faz esta sarabanda informativa? Interessa? Atrai? Orienta? A meu ver, o mais das vezes causa acabrunhamento, superexcitação, e por fim tédio. Sim, o tédio dentro da superexcitação; eis o estado de espírito que a pletora informativa cria em muitos e muitos de nossos contemporâneos […] Em suma, todos sabem de tudo, não entendem nada, alguns ficam com os nervos a tinir, e quase todos, à falta de melhor, bocejam”.(2)

“Acontecimentos que em outras épocas teriam ferido profundamente a sensibilidade do público, despertando reações clamorosas, hoje não inquietam a quase ninguém e não geram nenhum conflito sério. Mesmo quando transgridem princípios e convicções, e até quando contrariam — supremo mal em nossos dias — consideráveis interesses individuais ou de grupo”.(3)

O ilustre autor constata:

“A opinião pública está desnorteada e cambaleante, com toda a zoeira do caos contemporâneo. E isto a leva a alternativas de sobre excitação e de letargia”.(4)

MidiaVem-se falando — e com justíssimo motivo — dos efeitos nocivos da televisão sobre a psique dos meninos. Pouco ou nada se escreveu sobre as deformações que a própria vida moderna pode provocar sobre um adulto que viva num grande centro e se entregue ao frenesi próprio de nossa época. Muitos dos elementos que prejudicam a vida mental e emotiva das crianças teledependentes podem ser encontrados nesse frenesi, ao qual ainda se somam as ansiedades, as preocupações e as torções muitas vezes presentes no quotidiano de quem precisa ganhar a vida.

Tudo isto pode conduzir à indiferença. E como o indiferente se defende, para não deixar a indiferença! Nisto ele não tem nenhum relaxamento, e defende o estado de torpor valentemente. Como se estivesse dentro de um bunker! E a principal arma de defesa é a frase: “O que tenho a ver com isso?”

Observa Plinio Corrêa de Oliveira: “Durante o dia, em cada minuto, pensa em si e em seus problemas, uma vez ou outra lê um jornal e comenta um acontecimento, pensando que com ele próprio não é assim, graças a Deus. Dobra o jornal e acabou-se. Esta indiferença associa a pessoa à categoria dos indiferentes”. 

Se precisar ensinar a alguém como escapar desse bunker, para ser breve eu diria: adote como lema três palavras: Ver – julgar – agir. Ver com inteira objetividade, sem otimismo nem pessimismo. Julgar sem paixão e com justiça. Agir sem omissão, mas também sem um ardor descalibrado e impaciente: são esses os três tempos da Sabedoria, e da anti-indiferença. 
__________ 
Notas:
1. Termo utilizado em sentido figurado. Em sentido próprio, bunker é uma instalação fortificada fechada, com teto arredondado, à prova dos projéteis inimigos.
2. “Folha de S. Paulo”, 23 de maio de 1971.
3. TFP-Covadonga, España Anestesiada sin Percibirlo, Amordazada sin Quererlo, Extraviada sin Saberlo – La Obra del PSOE. Ed. Fernando III El Santo, 1988, p. 21.
4. “Folha de S. Paulo”, 25 de abril de 1971.

6 COMENTÁRIOS

  1. As forcas armadas brasileiras estao sendo desmontadas. Por que? Dinheiro para a educacao e saude existe e nao e aplicado. Por que? Os ataques as Instituicoes de Fe Crista estao sendo, em genero, numero e grau, publicamente presenciadas. Por que? Olhemos para os “acordos feitos” (onde enriquecimentos abruptos de pessoas aconteceram), e vamos encontrar uma unica resposta de top: instalacao de uma MALIGNA Nova Ordem Mundial.

  2. Assisti a um vídeo de um pastor evangélico, onde ele fala, mesmo sem saber desse dado científico sobre a experiência de Pavlov, onde o dito pastor alerta sobre a introdução paulatina da aceitação do homossexualismo, em especial da aparição desse tipo de relação nas novelas da Globo. Diz ele em seu estudo empírico que, as primeiras tentativas da Globo de colocar esse tipo de relação em suas novelas, recebeu forte protesto do público na década de 90, através de cartas enviadas pelo Correio. A Globo continuou suas investidas, e então, os protestos foram diminuindo pouco a pouco, e hoje, suas novelas além de já terem fartamente pares gays, já podem colocar um beijo, abraços gays etc, pois seu público já está pronto(doutrinado) para essa aceitação.
    LAMENTÁVEL.

  3. Essa letargia do povo em relação a tudo o que o PT faz é muito grave. As pessoas estão de uma forma tão indifsrentes ao que acontece que não reagem a nada. Não só a invasão de agentes de doutrinação cubanos(“Médicos”), mas também a destruição moral das instituições que sustentam a República. Tornando-as cada vez mais distantes da vontade do povo, motivando o desinteresse popular.

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