Mesmo utilizando do artifício da baldeação ideológica inadvertida(*) pelo mecanismo da mudança do sentido das palavras, movimentos revolucionários não obtêm os resultados esperados. Prova-o a recente pesquisa realizada pelo site de notícias iG, numa página dedicada aos temas do homossexualismo, cujo conteúdo não recomendo.
Na apresentação da enquete a mudança de conceito fica evidente na utilização da expressãocasamento igualitário, mais simpática do que casamento homossexual, pois este suscita rejeição porque remete às frequentes objeções de cunho religioso levantadas por movimentos em defesa da família cristã.
Transcrevo a enquete:
Internauta do iG não aprova o casamento igualitário
Resultado de enquete mostra que a grande maioria dos leitores do iG ainda é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo
iG São Paulo | 18/11/2013 13:18:07
A cantora Daniela Mercury e a jornalista Malu Verçosa se casaram no dia 12 de outubro de 2013
O momento é de decidir a legalização do casamento igualitário no Brasil, que foi aprovado por uma resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em maio passado. Para se tornar lei, e mudar o texto da Constituição Brasileira, o projeto de lei PL 5120/13, de autoria do deputado Jean Wyllys (PSOL – RJ) e da deputada Erika Kokay (PT-DF), tem de ser votado pelo Congresso Nacional.
Se depender do internauta do iG, a legalização do casamento igualitário ainda não pode acontecer. A grande maioria dos leitores votou pelo “não” – na opinião deles, casais homossexuais não têm os mesmos direitos dos heterossexuais.
Veja o resultado da enquete, encerrada nesta segunda (18) às 13 hs.
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(*) “Aí se trata da tática chamada da baldeação ideológica inadvertida. (…). A baldeação é uma expressão muito corrente: é a operação pela qual uma pessoa que está num trem que toma um rumo, deixa esse trem e toma outro trem que toma outro rumo. Uma baldeação ideológica é o abandono de uma ideologia para adotar outra ideologia. E a baldeação ideológica inadvertida se dá quando a pessoa faz a baldeação sem perceber que está fazendo a baldeação. E a baldeação como se faz, nesse caso?
“É um sistema muito conhecido: em primeiro lugar, os comunistas colocam uma preocupação qualquer e exageram o cume dessa preocupação. Vamos dizer, por exemplo, a luta contra os privilégios. Todos nós sabemos que um privilégio pode ser algo de justo, e pode ser algo de injusto. Nós sabemos também que quando o privilégio é injusto ele é odioso, como são odiosas todas as injustiças. Nós sabemos também que quando um privilégio é odioso é virtuoso o lutar contra ele. E então se toma uns tantos privilégios odiosos que existem hoje e então se começa a falar contra os privilégios. Mas se começa a falar contra os privilégios sem dizer bem exatamente que privilégios são, falando de privilégios num sentido genérico e lançando frases como essa: “Afinal, o senhor é favorável à manutenção dos privilégios injustos de hoje em dia?” Ou então, outra frase: “o senhor quer que os privilegiados continuem a esmagar aqueles que não são privilegiados?”
“E com frases dessas cria-se um ódio contra os tais privilégios que a gente, no ar, nem sabe bem exatamente quais são. Mas depois disso, começa então a falar de privilégio como se a propriedade privada fosse um privilégio. E então a pessoa que começou a protestar contra os privilégios injustos, sem perceber é levada a protestar contra a propriedade privada. Depois, então, vem a terceira fase da luta: não é mais protestar contra a propriedade privada, mas é dizer que todo indivíduo que luta pela propriedade privada é um favorecedor das injustiças. E que, pelo contrário, o comunista é o verdadeiro amigo da justiça e que se encontra mais amor à justiça entre os comunistas do que entre os anticomunistas. E ao cabo de algum tempo a pessoa, sem perceber, está vivendo com os comunistas, está colaborando com os comunistas e, por fim, acaba fazendo o jogo do comunismo. E então houve uma baldeação ideológica inadvertida porque a pessoa começou por se afirmar anticomunista; mas ela vai andando, vai andando e quando ela dá acordo de si ela está comunista sem ter percebido a volta que estava dando.” “Face ao comunismo, coexistência ou luta?”, Conferencia no Instituto de Educação, em Belo Horizonte, 15 de agosto de 1965http://www.pliniocorreadeoliveira.info/DIS_19650815_MG_Faceaocomunismo.htm
Deus está no controle!
“E então se toma uns tantos” = “E então se tomaM uns tantos” é a forma correta.
Parabéns sociedade brasileira.
Firmamos posição para deixar claro que modismos impostos não mudam nossos valores
Excelente este artigo. Trata-se deu a glosa , em miúdos, do livro de Plínio Corrêa de Oliveira: “Baldeação Ideológica Inadvertida e Diálogo”.
Tão necessário nos dias atuais a explicação deste assunto para as gerações mais novas.
Parabéns para o articulista.