O “perigo vermelho”

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Dilma Lenin 13 Congresso PCdoB

Talvez o título deste artigo leve algum leitor otimista, desavisado ou ingênuo a considerar que, tratar do “perigo vermelho” nos dias que correm, é coisa ultrapassada, sem base séria na realidade.

Afinal, dirá esse hipotético leitor, o comunismo acabou e combatê-lo é exercício supérfluo e anacrônico. Curiosamente, dito seja de passagem, esse mesmo leitor não achará fora de tempo combater o nazismo, embora o regime de Hitler tenha sido deglutido pela história há bem mais tempo. Como um dos fatores mais perniciosos nos debates de idéias são as confusões, aproveito para esclarecer que não sou daqueles que contrapõem o nazismo ao comunismo; pelo contrário acho-os bem próximos, em suas ideologias nefastas e assassinas.

Mas, prossigamos. Aviso, desde já, que o título que encabeça este texto não é meu. Apenas o tomei emprestado de um artigo – que transcreverei a seguir – de autoria de alguém bem conhecido no Brasil e sempre ligado às hostes da esquerda, inclusive da esquerda revolucionária. Logo, alguém bem insuspeito.

Grande equívoco: o fim do comunismo
Um dos maiores equívocos de nossa época é confundir a ruína do mundo soviético com o fim da ideologia comunista. Um fato não implicou o outro. É claro que o desmoronamento do mundo soviético e a queda da Cortina de Ferro acarretaram inegáveis mutações geopolíticas na cena internacional. Mas daí a dizer que a ideologia socialo-comunista se extinguiu e deixou de ser importante, é um engano.

Como bem alertou Plinio Corrêa de Oliveira – um dos mais proeminentes líderes católicos anti-nazistas e anti-comunistas – o comunismo apenas se metamorfoseou.

E os fatos têm se encarregado de confirmar este alerta. Basta olhar para o Continente sul-americano onde a experiência do socialismo do século XXI ameaça fazer alastrar a destruição política, institucional, econômica e social – hoje reinante na Venezuela – a diversas outras nações; ou então constatar como a ditadura comuno-castrista, da ilha-prisão, continua a ser adulada e a servir de paradigma para tanta esquerda latino-americana, inclusive a “esquerda católica”.

A fotografia que encima este texto, uma fotografia de divulgação do PC do B, também fala por si. A Presidente Dilma Rousseff discursa no 13º Congresso do Partido, no final do ano passado. Sob a figura de Lênin e de Marx (na outra ponta do palco), ela saúda os “companheiros” do PC do B, numa tribuna em que uma bandeira comunista vai cobrindo e sobrepujando a bandeira do Brasil.

Crenças socialistas, sonhos bolchevistas
Como afirmei acima, o título que encabeça meu artigo não é meu. É de Arnaldo Jabor. E o artigo escrito por ele, publicado nos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo (07.jan.2014),merece ser conhecido, não apenas pelo título, mas pela realidade que descreve sobre a esquerda petista atualmente no poder, seus “sonhos” (pesadelos!) bolchevistas, suas crenças socialistas, seus métodos leninistas e estalinistas e pelas catástrofes às quais nos poderá conduzir esse “perigo vermelho”:

  •  Retiraram o corpo de João Goulart da sepultura para examiná-lo. Coisa deprimente, os legistas examinando ossos de 40 anos atrás para saber se foi envenenado.Mas, havia também algo de um ritual de ressurreição encenada. Jango voltava para a turma que está no poder e que se considera vítima de 1964 até hoje. Só pensam no passado que os “legitima” com nostalgia masoquista de torturas, heranças malditas, ossadas do Araguaia, em vez de fazerem reformas no Estado paralítico e patrimonialista.

    Querem continuar a “luta perdida” daqueles tempos ilusórios. Eu estava lá e vi o absurdo que foi aquela tentativa de “revolução” sem a mais escassa condição objetiva. Acuaram o trêmulo Jango, pois até para subversão precisavam do Governo. Agora, nossos governantes continuam com as mesmas ideias de 50 anos atrás. Ou mais longe. Desde a vitória bolchevique de 1921, os termos, as ilusões são as mesmas. Aplica-se a eles a frase de Talleyrand sobre a volta dos Bourbons ao poder: “Não aprenderam nada e não esqueceram nada”.

    É espantosa a repetição dos erros já cometidos, sob a falácia do grande “teólogo” da História, Hegel, de que as derrotas não passam de “contradições negativas” que levam a novas teses. Esse pensamento justificou e justifica fracassos e massacres por um ideal racional. No PT e em aliados como o PC do B há um clima de janguismo ou mesmo de “brizolismo”, preferência clara da Dilma.

    Brizola sempre foi uma das mais virulentas e tacanhas vozes contrárias ao processo de desestatização.

    Mas, além dessas mímicas brasileiras do bolchevismo, os erros que querem repetir os comunistas já praticavam na época do leninismo e stalinismo: a mesma postura, o mesmo jargão de palavras, de atitudes, de crimes justificados por mentiras ideológicas e estratégias burras. Parafraseando Marx, um espectro ronda o Brasil: a mediocridade ideológica.

    É um perigo grave que pode criar situações irreversíveis a médio prazo, levando o país a uma recessão barra pesada em 2014/15. É necessário alertar a população pensante para esse “perigo vermelho” anacrônico e fácil para cooptar jovens sem cultura política. Pode jogar o Brasil numa inextrincável catástrofe econômica sem volta.

    Um belo exemplo disso foi a recusa do Partido Comunista Alemão a apoiar os socialdemocratas nas eleições contra os nazistas, pois desde1924 Stalin já dizia que os “socialdemocratas eram irmãos gêmeos do fascismo”. Para eles, o “PSDB” da Alemanha era mais perigoso que o nazismo. Hitler ganhou e o resto sabemos.

    Nesta semana li o livro clássico de William Waack “Camaradas”, sobre o que veio antes e depois da intentona comunista de 1935 (livro atualíssimo que devia ser reeditado), e nele fica claro que há a persistência ideológica, linguística, dogmática e paranoica no pensamento bolchevista aqui no Brasil. A visão de mundo que se entrevê na terminologia deles continua igual no linguajar e nas ações sabotadoras dos aloprados ao mensalão — o fanatismo de uma certeza. Para chegar a esse fim ideal, tudo é permitido, como disse Trotsky: “a única virtude moral que temos de ter é a luta pelo comunismo”. Em 4 de junho de 1918, declarou publicamente: “Devemos dar um fim, de uma vez por todas, à fábula acerca do caráter sagrado da vida humana”. Deu no massacre de Kronstadt, em 21.

    No Brasil, a palavra “esquerda” continua o ópio dos intelectuais. Pressupõe uma “substância” que ninguém mais sabe qual é, mas que “fortalece”, enobrece qualquer discurso. O termo é esquivo, encobre erros pavorosos e até justifica massacres. Temos de usar “progressistas e conservadores”.

    Temos de parar de pensar do Geral para o Particular, de Universais para Singularidades. As grandes soluções impossíveis amarram as possíveis. Temos de encerrar reflexões dedutivas e apostar no indutivo. O discurso épico tem de ser substituído por um discurso realista, possível e até pessimista. O pensamento da velha “esquerda” tem de dar lugar a uma reflexão mais testada, mais sociológica, mais cotidiana. Weber em vez de Marx, Sérgio Buarque de Holanda em vez de Caio Prado, Tocqueville em vez de Gramsci.

    Não tem cabimento ler Marx durante 40 anos e aplicá-lo como um emplastro salvador sobre nossa realidade patrimonialista e oligárquica.

    De cara, temos de assumir o fracasso do socialismo real. Quem tem peito? Como abrir mão deste dogma de fé religiosa? A palavra “socialismo” nos amarra a um “fim” obrigatório, como se tivéssemos que pegar um ônibus até o final da linha, ignorando atalhos e caminhos novos.

    A verdade tem de ser enfrentada: infelizmente ou não, inexiste no mundo atual alternativa ao capitalismo. Isso é o óbvio. Digo e repito: uma “nova esquerda” tem de acabar com a fé e a esperança — trabalhar no mundo do não sentido, procurar caminhos, sem saber para onde vai.

    No Brasil, temos de esquecer categorias ideológicas clássicas e alistar Freud na análise das militâncias. Levar em conta a falibilidade do humano, a mediocridade que se escondia debaixo dos bigodudos “defensores do povo” que tomaram os 100 mil cargos no Estado.

    Além de “aventureirismo”, “vacilações pequeno burguesas”, “obreirismo”, “sectarismo”, “democracia burguesa,” “fins justificando meios”, “luta de classes imutável” e outros caracteres leninistas temos de utilizar conceitos como narcisismo, voluntarismo, onipotência, paranoia, burrice, nas análises mentais dos “militantes imaginários”.

    Baudrillard profetizou há 20 anos: “O comunismo hoje desintegrado tornou-se viral, capaz de contaminar o mundo inteiro, não através da ideologia nem do seu modelo de funcionamento, mas através do seu modelo de des-funcionamento e da desestruturação brutal”, (vide o novo eixo do mal da A. Latina).

    Sem programa e incompetentes, os neobolcheviques só sabem avacalhar as instituições democráticas, com alguns picaretas-sábios deitando “teoria” (Zizek e outros). Somos vítimas de um desequilíbrio psíquico.Muito mais que “de esquerda” ou “ex-heróis guerrilheiros” há muito psicopata e paranoico simplório. Esta crise não é só politica — é psiquiátrica. 

4 COMENTÁRIOS

  1. sem união nada se resolve….e isso o atual governo tem… estão corrompendo o Brasil, tirando sua saude diminuindo paulatinamente a liberade e outras qualificações de um regime livre para implantar uma pobreza virulenta no povo e uma riqueza impar nos todo podesrosos e ninguem para acabar com essa situação… tenho pena dos meus e sinto ser idoso para sair a caça de lideres que poderiam e podem acabar com essa maracutaia sem fim…. Eleições …. um engodo…. sabemos como eles vem ganhando…. futebol, bundas, paradas gays, panis et circenses….e o povo cai como pati hos na lagoa dada a falta de cultura socio política e outros bichos…..uma grande parte da população vive de bolsas esmolas agora acrescida de 10 % e quem paga isso e mais os exorbitantes impostos é a classe que produz……. e assim vamos ver o que acontece….. de qualquer maneira qualquer tentariva de mudança será com muito sangue e ranger de dentes…… Vamos pedir, não, vamos orar não para que Deus nos ouça mas para que nós poçamos ouvi-lo….. que pena meu Brasil se perder nummonte de lixo de gente fétida e que sómpens em poder e dinheiro no bolso ……

  2. O Comunismo não constrói riqueza. É um excelente regime para distribuir o que não construíram e gerar pobreza para justificar a existência do regime. Muitos vivem com pouco e poucos (do partido) vivem com muito. Na Russia, os Burocratas do PC tinham inclusive,casa na praia. Fidel não tornou os pobres ricos, mas tornou os ricos da Ilha miseráveis. Regime capitalista é como quem trabalha carregando água para encher uma bacia para dar um fim útil à água. Regime comunista é como quem fura essa bacia para esparramar a água que alguém juntou.

  3. Há pouca diferença entre o nazismo e o comunismo, não entendo porque um é considerado “direita” e o outro “esquerda”,
    como se houvesse muita distância entre essas duas doutrinas!
    São duas as maiores diferenças:
    O nazismo é voltado para o âmbito nacional, é para o consumo
    interno! O nome em alemão quer dizer: “Nacional Socialismo”, um socialismo doméstico. Os dois países que o adotaram, usaram nomes diferentes para designa-lo, um chamou nazismo, o outro fascismo, cada um dando uma verniz local ao aparato!
    Já O comunismo se propõe se expandir pelo mundo todo, é produto de exportação, e todos fazem uso da mesma terminologia!
    Outra diferença consiste no detalhe que no nazismo os bens
    de produção, e o seu produto final, não pertenciam ao estado, mas era o Estado que ditava o seu preço de venda! Ambos eram centralizadores, ambos tinham o Estado como regente da orquestra!
    Em função da sua própria herança genética, o comunismo continua vivo, e mais virulento, porque agora assumiu a forma de religião, seus seguidores não obedecem a lógica mas a fé! Querem
    fundar no Caribe “a primeira sociedade socialista que deu certo”
    e fazem isto num total desprezo pela lógica econômica, moral e eleitoral, é um autêntico “ato de fé” TUDO PELA CAUSA
    já sabem de quem estou falando!

  4. O comunismo é e sempre será um fator de dominação sobre os parâmetros estabelecidos a partir da revolução bolchevique e quem está desinformado deve procurar também as famosas “reuniões” que tiveram em sua época com a cúpula do nazismo, portanto ambas ideologias são perversas e sanguinárias.
    Toda organização terrorista possui o braço político e o braço armado que atuam organizadamente para alcançar seus objetivos sendo que as técnicas e modos de ação mudam no tempo e no espaço que vão ocupando não poupando nenhum tipo de método por mas cruel este seja.
    O terrorista está desprovido de qualquer tipo de sentimento que possa ser considerado humano por isto é que devem ser combatidos seriamente e anulados em seu acionar, o dogma deles comunistas e nazistas é a destruição de todo o que atrapalhe suas intenções logicamente que essa falta de alma faz com que não hesitem em destruir países e anular seus cidadãos em se utilizando de argucias,deturpações,mentiras e montagens. Cuide de sua Patria !cuide do seu Pais da sua Nação faça sua parte como pessoas de bem para afastar este mal !!

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