Nossa tese é que o dinheiro deve ser a expressão da cultura de um povo (em sua busca apaixonada por justiça). Como tal, o dinheiro deve mudar lentamente, como os usos e costumes da população. Ele não deve estar sujeito à manipulação política. Desse modo, o dinheiro se torna uma medida estável de valor e uma reserva confiável de abundância, que facilita a prática da justiça.
D. J. Henstra descreve essa característica do dinheiro da seguinte forma:
“Na Idade Média, a inércia do sistema monetário foi ainda mais forte que as forças políticas. Só durante longos períodos é que o trabalho de contrabalancear forças se tornou perceptível. Toda mudança do sistema monetário requer grandes esforços. O sistema existente, sobrevivendo do passado, tende a ser preferido – uma vez que possui a vantagem de estar enraizado no costume das pessoas. Consequentemente, os esforços para a mudança só serão eficazes se forem incrementados. Além disso, eles não podem ser mais do que adição, alteração ou alternativa para uma regra existente do sistema, tal como foi até agora. Ele muda bastante; da mesma forma que uma língua muda” (D. J. Henstra, The Evolution of the Money Standard in Medieval Frisia: A Treatise on the History of the Systems of Money of Account in the Former Frisia (c.600 – c.1500), Rijksuniversiteit, Groningen, 1999, p. 41) ¹.
(Tradução: Fabio Ramos)
¹ Título do livro: “A Evolução do Padrão Monetário na Frísia Medieval: Um Tratado sobre a História do Dinheiro na Antiga Frísia (De 600 a 1500)”, em tradução livre.
Fonte: http://www.returntoorder.org/2014/04/how-money-should-be-an-expression-of-culture/