Comunicado: Importante passo rumo ao modelo venezuelano

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O País atravessa momentos de turbulência político-social, inéditos e perplexitantes. Tensões, boa parte delas induzidas, marcam o dia a dia do noticiário. A atmosfera psicológica do Brasil está saturada e nem sequer o clima, habitualmente distendido que cerca uma Copa do Mundo, ainda mais realizada em território nacional, escapou a tais deletérias influências.

A população tem assistido, estupefata, à realização de greves em serviços essenciais, muitas delas declaradas abusivas pela própria Justiça, que impõem graves inconvenientes e perturbações aos brasileiros ordeiros, que labutam e produzem nos grandes centros urbanos; tais greves têm gerado insegurança, que se traduz em depredações de bens públicos e privados e até em saques.

Grupos de chamados “sem-teto”, altamente treinados e organizados, inclusive com a presença de estrangeiros, invadem terrenos e prédios urbanos, sendo recebidos, após seus atos criminosos, por autoridades – até mesmo pela Presidente da República – tornando assim o poder público e a sociedade refém de seus desígnios ideológicos.

Marchas do MST e de reais ou fictícios indígenas, manipulados por ONGs ou instituições como o Conselho Indigenista Missionário-CIMI ou similares, fazem encenações de enfrentamentos com policiais, registradas em fotografias que percorrem o mundo, transmitindo a falsa idéia de um Brasil que se contorce em estertores sociais e raciais.

Por outro lado, grupos extremistas anti-sistema, estilo “Black Bloc”, promovem atos de protesto – por causas poucos definidas – espalhando a violência urbana, planejada e calculada, de modo a lançar o caos e atacar símbolos do capitalismo, no exercício do que qualificam como “ilegalidade democrática”.

Por fim, diante do alastrar-se de fatores de incompreensão e de indignação, nas camadas profundas da população, em relação ao governo da Presidente Dilma Rousseff e ao Partido dos Trabalhadores, vozes como a do ex-Presidente Lula tentam disseminar um clima de luta e de ódio de classes, tão avesso ao sentir do brasileiro comum.

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É neste contexto tumultuado que surge um gravíssimo ataque às instituições e à ordem constitucional vigente, perpetrado através do Decreto presidencial nº 8.243, cuja efetivação poderia ser qualificada com uma tentativa de golpe de Estado incruento.

Editado pela Presidência da República no dia 23 de maio p.p., e publicado no Diário Oficial três dias depois, estabelece ele a “Política Nacional de Participação Social” e o “Sistema Nacional de Participação Social”.

Sob o disfarce de tratar da organização e funcionamento da administração pública – invocando para tal até dispositivos constitucionais – e alegando que o sistema representativo contém falhas, o governo do Partido dos Trabalhadores, via decreto, tenta implementar um novo regime de organização do Estado, o qual visa “consolidar a participação social como método de governo”.

Manejando habilmente sofismas e falácias sobre a “democracia direta”, valendo-se de definições e disposições vagas, o Decreto submete a Administração Pública, em seus diversos níveis, aos “mecanismos de participação social”.

Os “conflitos sociais”, como, por exemplo, invasões de terras, de imóveis urbanos, de demarcação de terras indígenas, – tantos deles gerados artificialmente – serão mediados por elementos do governo e setores da sociedade civil, controlados por “coletivos, movimentos sociais, suas redes e suas organizações”.

E a Secretaria-Geral da Presidência da República dirigirá uma burocrática e coletivista estrutura de conselhos, conferências, comissões, ouvidorias, mesas de diálogo, etc.

O Decreto 8.243 – que já chegou a ser comparado a um decreto bolivariano ou bolchevique – torna obsoletas as instituições do Estado de Direito, criando organismos informais (ou quase tanto) que condicionarão o Judiciário, o Legislativo ou o próprio Executivo.

Como é de conhecimento público, em grande medida tais “movimentos sociais”, “coletivos” ou grupos da dita sociedade civil são influenciados, orientados e financiados pelo Partido dos Trabalhadores, pela “esquerda católica”, bem como pelo próprio governo.

Fica assim instituído um sistema paralelo de poder, que consagra na prática uma ditadura do Executivo, na pessoa do Secretário-Geral da Presidência da República, atualmente o ex-seminarista Gilberto Carvalho, quem habitualmente faz a ponte entre o governo e a CNBB.

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 A Presidente da República tenta desta forma impor ao País metas político-ideológicas do PT – alimentadas nos Fóruns Sociais Mundiais – e sempre repudiadas pela maioria dos brasileiros.

Desde há muito, certo tipo de esquerda – e sobremaneira a esquerda petista no poder, influenciada em maior ou menor grau pelo progressismo católico – tenta subverter o exercício do regime “democrático”. Fiel a suas velhas convicções socialo-comunistas, eriça-se contra as instituições do que qualifica de “democracia burguesa”, tentando vender a idéia de uma democracia direta e participativa, como mais autêntica e popular.

Já no primeiro mandato do Presidente Lula, enquanto o País estava embalado pela pseudo-moderação do projeto político de mudança do Brasil, expresso na Carta ao Povo brasileiro, o programa “Fome Zero” fazia uma primeira tentativa de instaurar no Brasil “conselhos populares” que, como alertaram certas vozes na época, mais não eram de que uma reedição dos conselhos da revolução cubanos ou dos coletivos chavistas.

Mais à frente veio a tentativa de controlar a imprensa pelo mesmo mecanismo de conselhos, manipulados por “movimentos sociais”.

O PNDH3, baseado numa vaga e abrangente política de Direitos Humanos, constituiu nova tentativa de impor ao País um controle da sociedade e das instituições do Estado, por conselhos.

Por ocasião das manifestações de junho de 2013, a Presidente Dilma Rousseff em discurso televisionado a todo o País, voltou a acenar com o tema da democracia direta e a “voz das ruas”. Veio, logo em seguida, a tentativa de impor ao País uma Constituinte específica para a reforma política.

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De todos os quadrantes da sociedade se têm erguido vozes que apontam o grave perigo criado ao futuro político do Brasil pelo Decreto presidencial nº 8.243. No Congresso Nacional há movimentos pronunciados para inviabilizar ou derrubar o referido Decreto. Outros setores ensaiam movimentos para recorrer ao Supremo Tribunal Federal, reclamando da inconstitucionalidade de tal Decreto.

O governo veio a público defender a medida, sempre baseado em subterfúgios e, segundo informa a imprensa, não está disposto a recuar. Aproveitando-se do período em que as atenções de muitas pessoas estão voltadas para a Copa do Mundo, contando ainda com já tão próxima campanha eleitoral, Dilma Rousseff e seus assessores no Planalto e no PT, parecem decididos a apostar no golpe institucional.

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Quando dos trabalhos da Constituinte de 1988, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira publicou a obra “Projeto de Constituição angustia o País”. Nele alertava para o fato de que elementos de nossa classe política, divorciados dos verdadeiros anseios do Brasil profundo, iriam arrastando inexoravelmente o Brasil para o esquerdismo radical.

E admoestava ainda que cada vez mais raros seriam os partícipes da farândola reformista da esquerda, “ganhos gradualmente pelo sentimento de inconformidade e apreensão nascido, a justo título, das camadas mais profundas da população”.

O Decreto nº 8243 é, por certo, um grave exemplo dessa obstinação ideológica. A inconformidade, ainda que silenciosa, é também uma realidade que cresce, apesar das máquinas de propaganda tentarem menosprezá-la ou distorcer-lhe o sentido.

O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira faz um apelo às forças vivas da Nação para que, num concerto geral dos espíritos clarividentes, alertem para o perigoso rumo ao qual nos encaminha o Decreto 8.243, obstruindo-lhe legalmente o caminho.

Caso não seja derrubado, o Decreto nº 8.243 terá operado uma transformação radical nas instituições do Estado de Direito, esvaziando o regime de democracia representativa, deixando o País refém de minorias radicais de esquerda e de ativistas, abrindo as portas para a tão almejada fórmula do atropelo e do arbítrio, típica dos regimes bolivarianos.

 

Adolpho Lindenberg

Presidente do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

14 COMENTÁRIOS

  1. Prezados Senhores (as), não serei prolixo diante do exposto pelo Dr. Linderberg e demais comentaristas. O Brasil perdeu nos últimos anos sua posição de liderança junto as nações do cone sul com este projeto bolivariano instituído pela gestão do governo do PT, aparelhamento do ESTADO, todos os níveis executivo, legislativo e judiciário, através dos meios democráticos permitidos. Atualmente o PT não é mais um partido de esquerda, ideologicamente dizendo, já que se uni a todas as tendências, tanto de centro bem como de direita para atingir seu objetivos de se perpetuar no poder, direi que estamos em pleno época de uma ditadura branca e nos cabe como agentes desta sociedade repudiar, como sociólogo possuo uma visão de observador, com total isenção pessoal e diante apenas de analise dos fatos, como agente participante desta sociedade tenho a obrigação de lutar contra o desejo de se interromper a liberdade e de certa forma destituir , sempre através dos meios democráticos, tiranos ou déspotas que almejam serem os opressores do nosso povo.

    Segue uma publicação sem cunho ideológico ou tendências partidárias.

    Leiam com atenção, trata-se de uma visão no campo da economia que nos espera em breve futuro.

    http://www.empiricus.com.br/o-fim-do-brasil-fb6/

  2. Há um acúmulo de fatores que me deixa muito apreensivo:
    a) devido a um acordo pouco divulgado (diria até, semi-secreto)) que estabelece ter o Brasil cedido o domínio de grande parte de seu território para as tribos indígenas, isso ainda a se cumprir nesse mês de julho/2014.
    b) a Rússia estar operacionalizando bases militares navais em Cuba, Nicarágua e Venezuela, e concretizando acordos (não se conhece ainda o teor dos mesmos) com Chile e Peru. O Putim visita agora o Brasil para “conversar” com a Dilma, não se sabe o quê …).
    c) a Venezuela , que faz fronteira com o Brasil, estar se condicionando rapidamente como um território de operação militar para conquistar o Continente sul-americano.
    d) o quadro da situação política do Brasil ( vide decreto 8243) se deteriorar a olhos vistos, e, dentro desta conjuntura a CNBB atuar como um braço do PT – fornecendo o elemento humano – “catequizado” e fanatizado pelas CEBs e MST – na constituição dos “Conselhos” indicados pelo decreto citado e, anteriormente , pelo PNDH-3.
    e) A Midia, 95% voltada para a execução dessa meta de comunistização do Continente.
    TUDO ISSO ME DEIXA MUITO APREENSIVO.
    Esse Blog do IPCVO entra muito nos detalhes desse Grande Plano. Vale a pena conferir.

  3. O IPCO está uma vez mais demonstrando coragem e determinação. Bravo!
    Arregacemos as mangas e mãos a obra para varrer esta ameaça do poder.

  4. Muito certo o Brasil vai pelo mesmo caminho dos venezuelanos.
    Lula creador do foro de sao Paulo ja em perfeita operatividade na Venezuela dominada na integra pelos cubanos em todas as instancias.
    Quem exerce a presidencia do Brasil com infulas de continuar foi guerrilheira e continuara sendo agora com poder. Preparem-se para dias muito dificeis para o futuro do Brasil. Ja devem estar implementando ondas electromagneticas de control politico para domesticar limbicamente o povo brasileiro a não protestar e deixar-se embaucar por esse despenhadeiro comunistoide.Os Castro não querem desaparecer sem verem o seu projecto executar-se em toda america latina.

  5. O mais preocupante, para estas horas, é ver a mídia toda comprometida com estes erros absurdos e mentirosos. Será que todos estão “cegos” e não enxergam o perigo eminente diante dos seus olhos? Será que estes homens, não ninguém que veja estes avanços desenfreados para o mal. E não tomam nenhuma providência?
    Joelson Ribeiro Ramos.

  6. DOS CLUBES JACOBINOS E SOVIETES AOS CONSELHOS BOLIVARIANOS

    Apoio integralmente o lúcido e oportuno comunicado do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira sobre os chamados Conselhos Populares. Inicialmente, é preciso lembrar que eles violam a Constituição Federal, a qual delega ao Poder Legislativo a legítima representação democrática do povo.
    Em seguida, as lições que a História nos dá nos mostram que tais conselhos nada têm de novo! A Revolução Francesa foi feita a partir dos Clubes Jacobinos, os quais inspiraram e fomentaram os seus mais sangrentos episódios, como o Terror! Os sovietes – conselhos de representação popular – alijaram do poder Kerensky e o substituíram pelo regime comunista na extinta União Soviética. Recentemente, na Venezuela, os desvarios de conselhos semelhantes levaram o país ao caos político, econômico e social. Não admitamos isto para o Brasil, ordeiro e cultor das liberdades! Usemos de todos meios lícitos para pressionar nossos representantes no Congresso Nacional a rejeitarem este absurdo Decreto 8.243!

  7. Os cristãos do Brasil, incluindo toda a Igreja e seus representantes hierárquicos,estão se deixando guiar pelo Espírito Santo de Deus ou estão escutando outras vozes, como nos alertou o Papa? Os cristãos, da esquerda católica,que apoiam as estratégias do atual governo,estão de acordo com o que vem se praticando nesse governo, conforme a lista apresentada no comentário de Renan? Os fins justificam os meios? Há que se indagar sobre os expoentes desse governo, dia e noite denunciados por crimes de apropriação indébita de bens públicos, desvios de dinheiro, recebimento de propinas, contratos obscuros, etc; o enriquecimento próprio e o poder parecem ser o maior interesse,à guisa de uma ideologia.

  8. Quando as “missas negras” estão por toda parte e de diferentes maneiras ensinadas e guiadas pelo comunismo internacional é o tempo de em silêncio identificar um a um esses terroristas apátridas que como já sabemos levam a desgraça onde colocam o pé.
    Falo em silêncio porque esses arautos do mal tem todo um aparato a serviço deles e seus integrantes usam crachás oficiais dando imunidade para as imundícies que estão levando a cabo; esses são inimigos do Brasil e destrutores da Nação !!

  9. Francisco José Galhano,

    Fazemos parte das forças vivas da nação. É nossa obrigação fazer tudo para manifestar – de modo respeitoso, mas firme – nossa opinião e tratar de influenciar o maior número de pessoas. Façamos nós a nossa parte. Foi criando um clima propício à mudança que se faz a mudança. As autoridades eclesiásticas têm sim uma ineludível responsabilidade diante desta situação criada pela esquerda e esquerda católica.

  10. Sem dúvida o Comunicado é mais uma importante tomada de posição deste Instituto que tem a honra de levar o nome do brasileiro que se caracterizou por sua luta pelos princípios que sustentam a Civilização Cristã. Parabéns ao Instituto por mais esta corajosa ação.

  11. INSTALARAM SATÃ NO PODER VIA PT;
    AGORA, É O TEMPO DE SE COLHEREM SUAS “BOAS OBRAS”…
    Aborto, pedofilia, ideologia do gênero, chantagens gerais, mentiras de manhã á noite, destruição dos ensinamentos do tronco judaico-cristão nas Globo-bordel on-line da vida, forte perseguição à Igreja…
    Onde anda a CNBB a essas horas, mesmo os príncipes da Igreja que deveriam estar a essas horas em altos brados nos púlpitos contra esse estado de coisas – tipo dos falecidos D Bergonzini, D Pestana, salvos alguns poucos – e mesmo sacerdotes, são muito raros como Pe Paulo Ricardo e frei Rojão nesse combate, considerando-se apenas na net?
    Todos os eleitores do ParTido das Trevas também têm seu quinhão de compartilhamento de tudo no acima citado para darem contas de terem apoiado nas obras de Satã, via partido comunista-PT, materialista e ateu!
    Ai de vós que ao mal chamais bem e ao bem mal… Is 5,20.
    As apostasias na Igreja – dentro dela estão seus maiores inimigos – estão se cumprindo ipsis litteris nas profecias de N Senhora em Quito, Fátima etc., e o povo sendo tragado pelas ideologias marxistas, e nós sob as botas dos comunistas e ainda considerando país católico, pode?
    Pelo menos o povão já entendeu algo que: PT-Corrupção-chantagens gerais são uma só coisa!
    RReagan: “A diferença que há entre a democracia e uma democracia popular (comunista) é a mesma diferença que existe entre uma camisa e uma camisa de força”.

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