O trágico suicídio do comediante Robin Williams contém muitas lições. Todos os comentaristas se apressaram em apontar as contradições de sua vida. Para preenchê-la, ele teve tudo que o mundo podia lhe oferecer: dinheiro, fama e um divertido estilo de vida. Isso, no entanto, longe de satisfazê-lo, deixou um vazio que o levou a dois casamentos fracassados, drogas, depressão, falência e, finalmente, ao desespero.
A contradição é ainda mais chocante por tratar-se de um comediante que ganhou a vida fazendo as pessoas rirem. Seu trabalho era zombar, ridicularizar e menosprezar tudo. Para ele, nada era suficientemente sagrado, nada estava a salvo de suas piadas. Exteriormente ele podia rir e brincar… mas só para escapar dos soluços e dos gemidos de sua tristeza interior.
A tragédia de Robin Williams ressalta não apenas a futilidade da fama e da riqueza. A inconsistência de tais esforços é conhecida desde tempos imemoriais. Essa tragédia indica antes problemas mais profundos que perseguem e assediam o homem moderno em sua busca vã de sentido.
O mau no caso não é só o fracasso de um indivíduo, mas de uma cultura. Mostra aonde pode conduzir a organização de uma vida de conforto material distanciada dos campos espiritual ou metafísico, que obrigam o homem a levar a vida a sério. Revela uma visão de mundo que roça na superfície das coisas, sem o desejo de se esforçar para vê-las mais a fundo. Em um mundo tão rápido e vertiginoso, cheio de stress e de ansiedade, a morte de Williams revela os efeitos da rejeição ao descanso mental, que se encontra na tranquilidade, no recolhimento e na verdadeira recreação, em proveito do esgotamento acarretado por jogos e diversões constantes.
Robin Williams ri ou chora? Ou as duas coisas ao mesmo tempo?
O suicídio de Robin Williams evoca a condição que São Tomás de Aquino chama de acédia, que ele definiu como o tédio em relação às coisas santas e espirituais, cuja consequência é uma tristeza de viver. Como ser espiritual, o homem afligido pela acédia não atende a seus apetites espirituais. “Ele não quer o que Deus quer que ele seja – observa o filósofo Josef Pieper –, e isso significa que não quer ser o que ele realmente é, no seu sentido mais elevado”. Esta recusa em considerar o espiritual não pode deixar de trazer tristeza, abatimento e até mesmo desespero.
É isso o que vemos hoje. Aquelas coisas que podem satisfazer a alma – a beleza, a sublimidade ou a santidade – são rejeitadas ou, pelo menos, postas de lado. São substituídas pela intemperança frenética dos nossos tempos, em que a sensação, o imediatismo e o golpe de efeito comandam. Em tal cultura, a história em quadrinhos é o sumo sacerdote que questiona tudo, zomba da autoridade e oficia na representação de uma grande comédia.
Nesta grande comédia, a vida exteriormente é uma grande festa, mas por dentro muitos corações sangram. Os atores mascaram as grandes dores que os afligem e convidam todos a rir com eles. E os espectadores, por sua vez, mascaram suas próprias tragédias pessoais e executam seu papel dando gargalhadas. Assim, atores e espectadores fazem parte de um mesmo grande show prenhe de contradições. E, a cada novo ato, as piadas se tornam mais baixas e grosseiras.
Poucos têm coragem de falar e denunciar esta farsa. Preferem continuar participando da comédia e fingindo que todo mundo está feliz. Somente as tragédias chocantes, como o suicídio de Robin Williams, servem para desmascarar – por pouco tempo – a paródia, até o início inevitável do próximo ato.
Há lições a serem tiradas desse suicídio: a felicidade não está no conforto material ou no entretenimento sem fim. Na realidade, apesar da aparência externa da grande comédia, a verdadeira felicidade evadiu da sociedade de hoje, e uma grande tristeza baixou sobre a terra.
Outra lição é que podemos encontrar algum grau de felicidade indo em sentido oposto. Isso ocorre quando as pessoas olham para além da sua auto-indulgência e procuram ser fiéis à sua própria natureza. Ou quando satisfazem harmoniosamente suas apetências materiais e espirituais procurando coisas excelentes, belas e sublimes. Assim agindo, elas rumam em direção aos princípios superiores, ao bem comum, ou, finalmente, a Deus, dando assim significado e propósito a suas vidas.
A grande comédia da vida é então substituída pela grande gala da História, um drama espetacular que dá origem a obras de arte, a realizações culturais fabulosas, a grandes feitos e a atos de piedade religiosa. Este drama tem a capacidade de inspirar sentimentos de lealdade, dedicação e devoção que podem preencher o enorme vazio que nos deixa a trágica comédia.
(*) John Horvat II, diretor da TFP americana e autor do best-seller Return to Order sobre a atual crise da sociedade americana.
Em minha opinião as Caravanas do IPCO deveriam ser protegidas por uma suficiente tropa de choque defensiva, munidas de câmeras que filmassem todos os movimentos desses agressores e que protegessem os caravanistas a partir de um certo limite; há o risco, ante a fúria desses desatinados, de acidentes mais sérios, como lançamentos de substâncias cáusticas ou ácidas até ataques com armas brancas ou de fogo; parece-me arriscado demais submeter essa elite jovem a esses riscos, sem a devida proteção; de qualquer modo, grandioso é esse trabalho do IPCO, sucessor legítimo da antiga TFP, quando sob o comando do saudoso e insigne Professor Plinio Corrêa de Oliveira, personalidade civil que considero do mesmo nível, para o Brasil, do Duque de Caxias, patrono do Exército e baluarte do Império.