A vitória do PT e uma lição da Grécia antiga

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Pirro

Além de sua filosofia e de suas esculturas, a Grécia antiga nos legou alguns paradigmas notáveis. Um deles tem como referência Pirro, rei de Épiro e da Macedônia, que morreu em 272 antes de Cristo, com apenas 46 anos.

Grande guerreiro, ele ficou famoso por sua oposição a Roma e pelas guerras que empreendeu na península itálica. A mais célebre delas foi a batalha de Ásculo, em 279 a.C., na qual, após esforços ingentes de seu exército, derrotou os romanos comandados por Publius Decius Mus. Nessa vitória, arrancada a ferro e suor, Pirro perdeu 3.500 homens, incluindo vários oficiais.

Quando o parabenizaram por ela, Pirro respondeu: “Mais uma vitória como esta, e estou perdido”. Daí vem a famosa expressão “vitória de Pirro”, para indicar um triunfo alcançado com tantas perdas que, sob certo ponto de vista, equivale a uma derrota.

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Não pretendo fazer aqui uma análise das últimas eleições no Brasil. Nem teria espaço para isso, mas o leitor já percebeu que estou me referindo ao resultado pós-eleitoral. Faço apenas um breve comentário a respeito, sem entrar nos aspectos mais profundos que o tema comporta.

O PT venceu, é verdade, mas com quanto custo! Para utilizar a terminologia dos institutos de pesquisa, foi uma vitória dentro da margem de erro.

E isto apesar de a oposição ter sido muito branda, explorando pouco, ou quase não explorando, os aspectos ideológicos do governo petista. Por exemplo, o favorecimento descabido à Cuba comunista; o decreto instituindo os tais conselhos populares (ou soviets, dá na mesma), descartado há pouco pelos parlamentares; uma política externa assanhadamente anti-norte-americana, mesmo com prejuízos evidentes para o Brasil; um inexplicável morrer de amores pelo governo Chávez e de seu sucessor; e assim por diante.

E já que estamos falando do pós-eleição, é bom lembrar que Maduro, depois de pronunciar um fogoso discurso de regozijo pela vitória petista no Brasil, considerada por ele importantíssima para a manutenção e desenvolvimento do tal “bolivarianismo” na América, mandou para cá um de seus ministros, chamado Elias Jaua, a fim de fazer um acordo com o MST.

Um acordo entre um governo e uma associação de um outro país, a qual ademais atua fora dos parâmetros legais, convenhamos que é inusitado. A menos que Maduro esteja considerando o Brasil mera província de seu Estado totalitário bolivariano.

Qual a finalidade desse acordo? Acelerar a implantação do socialismo (comunismo?) no Brasil, ou seja, segundo declarou o próprio Jaua, “fortalecer o que é essencial para uma revolução socialista, que é treinamento, conscientização e organização do povo para defender o que foi alcançado e avançar na construção de uma sociedade socialista” (“Yahoo Notícias”, 29-10-14).

Logo após a publicação do resultado eleitoral, o PT se saiu com exigências para participar ativamente do governo nos próximos quatro anos, intimando ainda que se faça uma reforma política a seu modo, ou seja, muito pouco democrática.

Isso tudo nos leva de volta à Grécia antiga. Vitória de Pirro ou ampliação e consolidação do socialismo no Brasil, como quer Maduro?

O futuro o dirá. Convém estarmos atentos.

4 COMENTÁRIOS

  1. Eu considero esse artigo muito precioso.
    O autor encerra o mesmo com uma interrogação. Qual o desdobramento desta “vitória” ?
    “O futuro dirá. Fiquemos atentos”.
    Ninguém da Midia se aventura a olhar de frente esse futuro próximo que nos aguarda. Mas, ele está logo ali; é só levantar a cabeça e fixa-lo. Ele não é nada bom.
    Na ótica petista, creio bem, que não será uma batalha perdida, mas perdida será a guerra.

  2. Agora aparece a notícia de jovens brasileiros indo para a Venezuela, para serem treinados como guerrilheiros. Não é uma maravilha? Sem dúvida esse enviado especial de Maduro é quem negociou tudo isso com
    a nossa presidenta e com o MST. Quando será que os brasileiros vão reagir a tudo isso? Os chefes das várias armas das FA já se manifestaram contentes com seus “empregos”, e dizem que tudo vai às mil maravilhas. Estamos muito mal mesmo.

  3. O PT não venceu nem vai vencer. O povo brasileiro é que foi derrotado em uma batalha, a da pobreza, mas ainda não perdeu nem perderá a guerra.
    Enquanto não existir um desenlace, um término para o grave problema da miséria e da pobreza no Brasil, existirá sempre um político picareta, para destruir o potencial econômico e social desta Nação.

  4. São João Bosco no seu livro sobre a história da Itália afirma que Deus utiliza de pessoas débeis para castigar os poderosos deste mundo, no caso de Pirro (SMJ) ele levou uma pedrada na cabeça de uma velha cujo filho era soldado de Pirro e havia morrido em combate.

    Eu acredito que tanto maduro como Dilma continuam no poder para castigar os brasileiros pelos seus grandes pecados, mas chegará o dia em que eles cairão por uma pessoa débil pois a justiça de Deus um dia virá. Não será um mensalão ou petrolão, mas um caso risível que os fará perder o poder.

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