Para mim, a classe média enquanto classe representa principalmente dois valores da sociologia sadia: a propriedade privada e a livre iniciativa.
Como será uma sociedade sem esses valores? É a sociedade comunista, onde não existe classe média, mas uma só classe, cinzenta, insípida, inodora, incolor, monótona, cacofônica. Descreveu-a num artigo o ex-ministro Saulo Ramos, cujos trechos transcrevi tempos atrás:
“É preciso ir e ver. Meninos, eu fui e vi. A Rússia não existe mais, isto é, existe, mas não há possibilidade de se definir o que está existindo naquele doloroso vazio de vontades e destinos”.
Após registrar, com fino espírito de observação e meticulosa paciência, inúmeros fatos que ilustram seu artigo, ele remata:
“O Estado soviético deixou um povo sem nada na alma, nos desejos, nas ambições, na luta pelo próprio destino. Segundo os fiéis intérpretes com quem conversei, o assassinato mais grave deu-se, nos 80 anos de comunismo, na mentalidade e sentimento dos russos.
“O que antes de 1917 era poesia, música, ballet, vontade e alegria de viver, mesmo diante das atrocidades do regime czarista, hoje ainda é medo da polícia, desinteresse pelas coisas da vida, um vago esforço limitado à comida de cada dia ou à extravagância de um refrigerante estrangeiro. O resto é afogar-se em vodca, povo e chefões”.
E conclui, melancolicamente:
“Nero, Átila, Hitler assassinaram pessoas, roubaram a vida de milhões de seres humanos, mas os sobreviventes reconstruíram os bens e as terras devastadas. O comunismo, por ter durado muito tempo, além dessas mesmas e macabras proezas, assassinou a alma dos que sobreviveram, roubando-lhes, depois de várias gerações, a vontade de reconstruir o que não conheceram”.
O título do artigo é expressivo: Assassinato da alma russa (“Folha de S. Paulo”, 3-8-95). Uma sociedade sem classe média! Sem classes. A sociedade tal como a deseja a professora da USP. Assistiremos agora, com os acordes sem melodia da Sra. Marilena Chauí, ao assassinato da alma brasileira?
A Sra. Chauí apostrofa duramente a classe média, chamando-a de “conservadora, fascista, terrorista, petulante, estúpida, ignorante, de ser um atraso de vida, e outras coisas mais”. Adjetivação que o Padre David Francisquini aplica de modo simétrico, enérgico e merecido ao PT, ao afirmar que ele “ensina, pela palavra e pelo exemplo, o ódio, a desarmonia, a rixa, a falcatrua e a libertinagem; um partido ateu, materialista, que prega o ódio e a luta de classes”.
Sinceramente acho as ideias dessa tal de Chaui um monte de asneira sem pé nem cabeça. Seu raciocínio lógico é abaixo do critico, acredito incapaz de resolver uma equação diferencial ou os rudimentos do calculo matricial, se julga capaz de dar “Piteco” na economia, estatística e filosofia. As opiniões dessa pseudo intelectual não me interessa.
Como cidadão brasileiro q sou e de origem humilde: fui o primeiro de uma grande (numerosa) família a fazer, ao tempo, primário e ginásio,segundo grau e, mais q isso, cursar uma faculdade (Direito), de uma Universidade Pública. Tenho orgulho de dizer: talvez n~ chegasse ao que fui e sou se vivesse no “Mundo” imaginado e querido, mesmo, pela Sra. Chauí. Lamentável, lamentável, mesmo, q alguém, desprezando a sua condição primeira de ser humano q é, ou seja, a pessoa q. deve ser tida e havida, sempre, em primeiro lugar, se preste a tamanho desserviço. A vida começa na família e, na família, como regra explícita de convivência, todos são iguais no sentido mais puro da palavra e de valores.