A maioria das minhas colegas de serviço tinha aquele emprego para educar os filhos. Variavam muito os salários, o número de filhos e outras condições, mas me espantava todas pagarem a alguém para tomar conta deles. Pelos meus cálculos, muitas usavam a maior parte do salário para isso. Não conheci nenhuma das babás, mas tenho todo o direito de imaginá-las com nível de educação inferior ao das minhas colegas. E eu cogitava se não seria melhor passarem a educar pessoalmente os filhos, enquanto trabalhassem em casa para ajudar os maridos nas despesas. Trabalhos domésticos rendosos não faltavam (e continuam não faltando), portanto…
Uma ou outra de minhas leitoras pode ter reações violentamente contrárias:
(O que está pensando esse cara? Por acaso conhece a minha situação? Como se atreve a julgar minha vida, se nunca contribuiu para melhorá-la?).
Tudo bem, acalmem-se essas leitoras, pois minha intenção é mesmo ajudá-las.
(Vai pagar minhas despesas? Custear a escola para os meus filhos?).
Não, prezada leitora, meu assunto não é dinheiro, é felicidade, coisa muito melhor e mais importante. Se você passa a maior parte do tempo longe dos filhos, algumas consequências são inevitáveis: Os filhos terão menor afinidade e afeto por você; a educação deles não será tão boa quanto você daria ou deseja dar; estando longe deles, sua preocupação será constante; instabilidade emocional quase sempre lhe fará companhia, prejudicando também sua produtividade no serviço.
Consequências como essas passaram longe de você? Se a sua experiência é diferente, deve ser uma exceção. Tenho muitos elementos, aliás, para crer que não há exceções. Estatísticas sérias afirmam que as mães não conseguem desvincular-se dos filhos, mesmo estando a grande distância. Prosseguir o trabalho, sabendo de riscos que eles podem estar correndo ou provocando naquele exato momento, eis uma das maiores causas de instabilidade emocional dessas mães. A consciência nunca deixa de acusar, e o resultado psicopatológico frequentemente se manifesta.
Se a mãe subloca para outro a educação dos filhos, a afeição deles se desloca para esse outro. Já li inúmeros relatos de crianças que, por circunstâncias diversas, foram educadas por outra pessoa, longe dos pais. Depois de adultos, mesmo vindo a reencontrar os pais, mantiveram afeição maior pelas pessoas que os educaram. Uma criança mal saída do berço não tem capacidade para entender a diferença.
Nosso mundo cheio de tecnologias “miraculosas” inventa aparelhinhos e recursos diversos para as mães exercerem alguma vigilância; comprovando, aliás, a necessidade delas no lar. Mas isso resolve os problemas? Não, não resolve. Se você permanece longe dos filhos, esses aparelhos só atrapalham. São aparelhos atraentes, aliciantes, mas o resultado é você se tornar cada vez mais dispensável. É isso que você quer? Crianças sem o uso da razão não distinguem claramente entre a mãe e o aparelho que, por exemplo, fala com a voz dela.
Se você acha impossível a cabeça de uma criancinha fazer essa substituição, vou contar-lhe o que vi quando se instalou luz elétrica na fazenda de meu pai. Na primeira vez que os colonos ouviram no rádio a voz de um locutor, ficaram “matutando” (refletindo), depois foram procurar atrás do rádio (grande, na época) quem estava lá dentro, escondido e falando. E não eram crianças sem o uso da razão.
Meses depois da minha formatura, um psiquiatra muito competente contou-me que estava reunindo grupos de mães para tratarem das dificuldades domésticas. E notou que a maioria dos problemas nervosos resultava de trabalharem fora de casa, longe dos filhos. Num caso concreto, uma odontóloga permanecia no consultório até muito tarde, e ao chegar em casa os filhos já estavam dormindo. No dia seguinte, pouco conversava com eles, limitando-se quase só a uma despedida. O psiquiatra aconselhou-a a reduzir o horário de trabalho fora. Poucos meses depois, ela estava tranquila, inteiramente recuperada dos problemas nervosos. E muito feliz.
Um caso isolado? De forma nenhuma, pois o mesmo acontecia com as outras, variando apenas os motivos para o distanciamento dos filhos. Cinquenta anos atrás, esse psiquiatra recomendava o que agora vem se tornando habitual na especialidade. Pois a conclusão é que as mães só são felizes ao lado dos filhos. O que me parece inacreditável é demorarem tanto a perceber essa realidade tão evidente. Enquetes concluíram que mais da metade das mulheres sentem isso, e já se nota um êxodo no sentido contrário, uma volta do trabalho para o lar. Como dizia um professor do meu curso ginasial, a casa do homem é o mundo, e o mundo da mulher é a casa.
Trabalhar para sustentar a família? Isso sempre foi atribuição do homem. Contrariando essa verdade elementar, as viragos feministas tentaram substituir o amor materno por vitórias na carreira e outras miragens. Os franceses previram há muito tempo o que aconteceria: Chassez le naturel, il revient au galop (afastando o natural, ele volta a galope).
Confere com isso a resposta de um norueguês a um sociólogo do início do século passado. Ante a pergunta se o dote da noiva era necessário para o casamento, afirmou: Não conheço nenhum norueguês que recuse um casamento por este motivo. Nós sabemos que um marido deve ser capaz de sustentar sua família.
Assim pensavam e agiam todos, antes do antinatural e funesto feminismo.
“O que está pensando esse cara? Por acaso conhece a minha situação? Como se atreve a julgar minha vida, se nunca contribuiu para melhorá-la?”
Essa resposta fictícia, mas bastante provável, já deixa clara a distorção que o feminismo trouxe para a personalidade feminina. Ora, essa mulher que mostraria tamanha indignação com uma opinião (ou crítica) a ela dirigida, seria a mesma que constantemente aponta o dedo e julga o comportamento masculino, sem pensar duas vezes antes de classificar homens como “infantis”, “imaturos” ou, obviamente, “machistas”, a partir do momento em que eles não fizessem a vontade dela. E digo isso pelo fato de que tal comportamento, contraditório e até mesmo infantil, vem se tornando cada vez mais comum, como vejo principalmente no ambiente de trabalho, onde convivo com várias mulheres. E aposto que muitos outros homens vivenciam o mesmo, mas tem medo de dizer, e serem rotulados.
A doutrina do artigo é visceralmente correta.
Está 100% de acordo com aquilo que sempre pensei e fiz. Tenho 88 anos, estopu casado há 62, tenho cinco filhos e minha Mulher jamais trabalhou fora do lar e eu vivo do meu trabalho
Graças a Deus. Hoje vimos, todos nós, que a vivência da minha Mulher dentro de casa, junto aos filhos, foi algo extraordinariamente bom. Tomara eu que as minhas filhes e noras pudessem fazer o mesmo que fez a minha Mulher.
Aliás, esta é a doutrina da Igreja católica. Não algo de obrigatório,mas vivamente aconselhado
Antigamente, os casais geravam e conseguim criar 12 filhos, todos
trilhando o caminho da decência e do trabalho, este número foi caindo, um dos
ex-presidentes do Brasil é membro de uma família de oito filhos.
Mas atualmente é inviável produzir famílias tão numerosas, problemas de salários e de educação impõe uma limitação a este tipo de desafio! O mundo se tornou extremamente competitivo, é a mulher tem que
lutar ao lado do marido para suatentar uma casa, sem falar no problema do desemprego, se não for funcionário público, cedo ou tarde, vai ter que encarar este problema, é importante que o parceiro venha fornecer uma retaguarda segura contra este tipo de imprevisto!