Da noite para o dia o Brasil acordou envolto em uma batalha dita cultural. Em junho de 2015, de modo sorrateiro, o governo federal tentou implantar em todas as escolas públicas de ensino fundamental a mais terrível e sinistra arma para destruir a educação moral e psicológica das crianças, e com ela a própria família: a Ideologia de Gênero.
Como ele havia fracassado em fazê-la passar na Câmara dos Deputados, procurou então forçar cada município brasileiro a aprová-la em curto prazo, embutida nos Planos de Educação para os próximos 10 anos. E o teria conseguido se não fosse a luta árdua e inteligente de instituições, grupos e pais, que se dirigiram às câmaras municipais de suas cidades e obtiveram que os vereadores a rejeitassem.
O modo de inserção dessa ideologia contrária à natureza humana variava de município para município e vinha incubada na aparência de combate a preconceitos nos ambientes escolares. Os textos legislativos propunham desde medidas disciplinares até banheiros unissex, obrigação de chamar o aluno pelo “nome social”, aulas e palestras contra os “estereótipos sexuais” etc.
Mas antes de entrar diretamente na explicação dessa malfadada ideologia e sua origem, convém sublinhar o aspecto subliminar pelo qual ela vem sendo propagandeada e colocada em uso no vocabulário do público.
Conceito de “palavra-talismã”
Há palavras, termos ou expressões que possuem algo de talismânico.
Talismã provém do grego e significa “consagrar”. Trata-se de uma superstição — ou mesmo de algo preternatural — que supõe um objeto com “poder mágico” consagrado para um determinado fim. Por exemplo, uma figa ou uma ferradura.
Mas há também certas palavras carregadas de uma “força mágica” e como que talismânicas — expressões que usamos aqui em seu sentido metafórico —, que visam produzir um efeito psicológico na opinião pública. A “palavra-talismã”, como o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a descreve em seu importante livro Baldeação Ideológica Inadvertida e Diálogo,(1) “suscita toda uma constelação de fobias e simpatias”.
O termo “justiça social”, por exemplo, na boca de um esquerdista, toma toda uma constelação de sentidos semi-encobertos que vão além de seu significado original e podem preparar ou anestesiar os espíritos para a aceitação de injustiças ou de uma legislação de cunho marxista ou socialista.
O uso de tal recurso numa guerra psicológica tende a produzir uma baldeação ideológica inadvertida, expressão também cunhada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em sua referida obra. Ele descreve como, a partir do largo uso mediático de uma constelação de “palavras-talismãs” que se apoiam mutuamente — por exemplo, gênero, homofobia, transfobia, preconceito etc. — é possível induzir aos poucos a modificação da mentalidade de uma pessoa, ou mesmo de uma corrente de opinião, através da aplicação do binômio medo-simpatia.(2)
Exemplo desse binômio seria: a) do ponto de vista do medo, ameaçar com prisão, sob pretexto de preconceito, quem se opusesse à difusão da ideologia de gênero; b) do ponto de vista da simpatia, exaltar como pessoa moderna e atualizada quem propagasse essa ideologia. As pessoas assim tornam-se vítimas de uma transformação quase imperceptível, uma vez que, em decorrência, a sociedade cada vez menos tendente ao raciocínio e mais entregue às pressões da mídia e de certos políticos.
Publicada há 50 anos, Baldeação Ideológica Inadvertida e Diálogo é uma espécie de “obra exorcística” da ação enganosa e preternatural das palavras-talismãs.
O modo de neutralizar o êxito dessa estratégia, segundo o autor, consiste em conhecer alguns aspectos das “palavras-talismãs”:
- Elas relutam em explicitar seu sentido mais radical;
- Sua grande força reside na emoção que provocam.
Mantendo implícito seu significado, a palavra-talismã é o “veículo e esconderijo do seu crescente conteúdo emocional”.(3)
Qual é o meio de combater a “palavra-talismã”? Trata-se de explicitá-la. A explicitação “exorciza” sua força mágica.(4)
“Exorcizemos” aqui, a título de exemplo, a “palavra-talismã” gênero, propugnada pela mais funesta ideologia para destruir a instituição familiar, alicerce da sociedade.
Gênero: “palavra-talismã”
Não se pode falar em “gênero masculino” ou “gênero feminino” no sentido biológico. Nesse caso, devemos dizer “sexo masculino” ou “sexo feminino”.
As palavras têm gênero e não sexo, enquanto os seres vivos têm sexo e não gênero. Atribuir gênero à sexualidade humana é uma manipulação linguística.(5)
Gênero, portanto, é uma “palavra-talismã” que evita a sua explicitação quando manipulada pelo movimento LGBT. É largamente empregada pela grande imprensa e causa forte impacto emocional, especialmente quando utilizada com uma “constelação” de outras “palavras-talismãs”, tais como “diálogo”, “intolerância”, “preconceito”, “homofobia” etc.
O que é Ideologia de Gênero?
Segundo o Prof. Jorge Scala, “pretende-se sustentar que existe um sexo biológico que nos é dado e, por isso, é definitivo; mas que, ao mesmo tempo, todo ser humano pode ‘construir’ livremente seu sexo psicológico ou gênero”, que seria o “sexo construído socialmente como contraposição ao sexo biológico”.(6)
A feminista existencialista Simone de Beauvoir contribuiu para a difusão da ideia-chave da Ideologia de Gênero: não se nasce mulher, mas você se torna mulher; não se nasce homem, mas torna-se homem.(7)
Para a Ideologia de Gênero, “o sexo passaria a ser uma questão biológica sem importância; o que definiria mulheres e homens é a sua psique, que não teria relação alguma com o sexo corporal”.(8) “A cultura determinaria quais seriam as características femininas e masculinas. A diferenciação sexual biológica não é uma realidade, mas uma mera construção cultural”.(9)
A Ideologia de Gênero defende a ideia de que não existem apenas a mulher e o homem, mas também “outros gêneros”; e qualquer pessoa pode escolher um desses “outros gêneros”, ou mesmo, simultaneamente, alguns dentre eles. E poder-se-ia “escolher tanto ser homem ou mulher como escolher o conteúdo daquilo que para cada um possa significar ser homem ou mulher”.(10) Cada um pode escolher o próprio gênero — e até mudar, depois, a sua escolha.(11)
Para seus defensores, a Identidade de Gênero refere-se ao sentimento de pertença ao gênero feminino ou masculino, que pode coincidir ou não com o sexo biológico.(12)
Um recurso que entrou no uso corrente da internet é a utilização da arroba (@), que não é nem letra nem signo linguístico. Entretanto, disseminou-se o mau costume de utilizá-la como recurso gráfico para integrar, em uma só palavra, as formas masculinas e femininas do substantivo. Por exemplo, a expressão “caros alunos e alunas” transforma-se em “car@s alun@s”, uma vez que a arroba parece incluir em seus traços as vogais a e o. Tal costume favorece a confusão gerada pela Ideologia de Gênero, uma vez que não se afirma nada, mas se entende tudo.(13)
Revolução semântica
Gênero, Identidade de Gênero, violência de gênero são termos que ferem o bom uso do vocabulário. Mas não é de hoje essa manipulação linguística, que faz parte do processo revolucionário de destruição da ordem natural posta por Deus na criação. Ela tomou força já na década de 1970, após o fracasso comunista de dominar a maioria da opinião pública ocidental.
A partir de então, as esperanças dos corifeus revolucionários se concentraram mais na Guerra psicológica revolucionária, como esclarece o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira na terceira parte de seu livro Revolução e Contra-Revolução (Vide quadro abaixo, ao lado). A essa alteração nos rumos da Revolução mundial que se opera no Ocidente desde o ocaso da Idade Média o autor qualificou de IV Revolução. É a também chamada Revolução Cultural, que entre seus fins visa à implantação de uma nova moral.
Revolução cultural e igualitarismo comunistaPlinio Corrêa de Oliveira “Embora nascido necessariamente do ódio, e voltado por sua própria lógica interna para o uso da violência exercida por meio de guerras, revoluções e atentados, o comunismo internacional se viu compelido por grandes modificações em profundidade da opinião pública, a dissimular seu rancor, bem como a fingir ter desistido das guerras e das revoluções. Já o dissemos. “Ora, se tais desistências fossem sinceras, de tal maneira ele se desmentiria a si próprio, que se auto-demoliria. “Longe disto, usa ele o sorriso tão-somente como arma de agressão e de guerra, e não extingue a violência, mas a transfere do campo de operação do físico e palpável, para o das atuações psicológicas impalpáveis. Seu objetivo: alcançar, no interior das almas, por etapas e invisivelmente, a vitória que certas circunstâncias lhe estavam impedindo de conquistar de modo drástico e visível, segundo os métodos clássicos. “Trata-se de uma verdadeira guerra de conquista – psicológica, sim, mas total – visando o homem todo, e todos os homens em todos os países. […] “Consideram eles que esta revolução, preponderantemente psicológica e tendencial, é uma etapa indispensável para se chegar à mudança de mentalidade que tornaria possível a implantação da utopia igualitária.[…] “Com efeito, a guerra psicológica visa a psique toda do homem, isto é, “trabalha-o” nas várias potências de sua alma, e em todas as fibras de sua mentalidade” |
Como arma para a aceitação dessa “nova moral”, os revolucionários fazem uso de uma verdadeira revolução semântica, que confunde e embaralha o significado das palavras mais corriqueiras.
A sagrada palavra família, por exemplo, consta em documentos da ONU, mas não em seu sentido natural, ou seja, de uma instituição constituída por pai, mãe e filhos, mas também qualquer coabitação entre duas pessoas, mesmo sendo ambas do mesmo sexo, com vistas a manter relações sexuais.
A manipulação da linguagem é muito importante para essa meta revolucionária. Quem é contra a liberdade ou o direito? Mas estes termos são também utilizados em um contexto — ora claro, ora confuso — para significar que a prática do aborto é livre, ou para defender um confuso e revolucionário “direito sexual” pelo qual vale tudo.
Trata-se, portanto, de uma verdadeira invasão das consciências para obter a aceitação do aborto, da anticoncepção, da prática homossexual e dos assim chamados “direitos sexuais e reprodutivos”, que são atualmente as principais “conquistas” da “nova moral”.
“Desconstrução” e “estereótipo cultural”
Uma das armas dessa revolução semântica é o que se denomina “desconstrução”.
De acordo com o escritor chileno Juan Antonio Montes — presidente da Fundação de Estudos Culturais Roma e diretor da Associação Ação Família, autor do livro Da Teologia da Libertação à teologia eco-feminista — em entrevista concedida a Catolicismo,(14) a pseudo-filosofia desconstrutivista foi criada pelo sociólogo francês Jacques Derrida (1930-2004), que “forjou uma corrente de pensamento de fundo inteiramente relativista baseada na ideia de que não existe nenhuma verdade objetiva e que tudo quanto se aceita como normal ou verdadeiro não é senão a imposição de um estereótipo cultural anterior”.
Para Derrida — explica Juan Antonio Montes —, deve-se suspeitar de cada afirmação e se perguntar o que ela representa dos “estereótipos culturais” para expurgá-los, ou desconstruí-los. Segundo Derrida, tal desconstrução se aplica de forma mais intensa à sexualidade.
Juan Antonio Montes afirma que “todas essas desconstruções não poderiam terminar sem atingir a própria natureza da pessoa humana e, em consequência, as bases da sociedade e do Direito. A doutrina pós-modernista, tanto dos Direitos Humanos quanto da pessoa, considera que a natureza é uma realidade que se constrói a si mesma de acordo com as diversas opções e preferências de cada indivíduo. Daí procede a denominada Ideologia de Gênero, isto é, a determinação da pessoa independentemente de seu próprio sexo”.(15)
PNDH-3 e Ideologia de Gênero
No Brasil, o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), decretado pelo governo Lula às vésperas do Natal de 2009, segue a cartilha da “desconstrução” através da nefasta revolução semântica.
A diretriz nº 10, denominada “Garantia da igualdade na diversidade”, tem como objetivo a “afirmação da diversidade para a construção de uma sociedade igualitária”. E estabelece a obrigação de “realizar campanhas e ações educativas para [a] desconstrução de estereótipos relacionados com diferenças étnico-raciais, etárias, de identidade e orientação sexual […]”.(16)
Do mesmo modo, no “Objetivo estratégico V”, que visa a “Garantia do respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero”, o PNDH-3 estabelece o dever de “reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), com base na desconstrução da heteronormatividade”.(17)
Terrível experiência da Teoria de Gênero
O diário parisiense “Le Figaro” publicou o fracasso da primeira tentativa de “comprovação científica” da “Teoria de Gênero”, que culminou com o suicídio do jovem Bruce-Brenda-Davi (seus três nomes, como homem, mulher e homem!).(18)
Na década de 1960, o psicólogo americano John Money definiu o “gênero masculino ou feminino” como uma conduta sexual que podemos adotar segundo a nossa vontade, a despeito do nosso sexo de nascença. Sua teoria foi testada em um menino chamado Bruce, que, submetido aos oito meses de idade a uma cirurgia de mudança de sexo, passou a ser chamado de Brenda, e usava saias e brincava com bonecas.
Mas na adolescência ele passou a ter uma conduta masculina, o que obrigou seus pais a contar-lhe a verdade. O Dr. Money abandonou então o auxílio que prestava à família. Cirurgicamente, Bruce voltou a ser como homem e passou a chamar-se Davi — terceiro nome em sua existência —, casando-se aos 24 anos. Entretanto, o trauma das mudanças de sexo provocou um descompasso em sua vida e ele se suicidou.
Enquanto isso o Dr. John Money continuava na Universidade John Hopkins, onde era conhecido e propagandeado pelo “sucesso” de sua experiência – a única da Teoria de Gênero utópica e anticristã –, cujo funesto resultado nós acabamos de ver.
Origem da Ideologia de Gênero: Feminismo de Gênero
A Ideologia de Gênero nasceu através do assim chamado Feminismo de Gênero.
Ainda nos anos 1960, a revolução sexual que se seguiu ao aparecimento no mercado da pílula anticoncepcional, produziu em incontáveis mulheres uma crise de identidade, porquanto tal pílula as transformava em objetos sexuais dos homens.
Entretanto, a resposta a essa crise não consistiu na rejeição da pílula e na reafirmação da feminilidade e da maternidade, mas na sua aceitação silenciosa, permitindo que grupos feministas interpretassem ao seu modo um novo tipo de luta de classes. “Reivindicavam a completa igualdade com os homens em matéria sexual”, afirma Jorge Scala. E para essa igualdade, aqueles grupos tiveram que inventar uma pseudo-antropologia, uma vez que tal identidade sexual não existe.
Para essa nova visão pseudo-antropológica, as feministas defendem que os homens sempre oprimiram as mulheres e consideram que a diferença biológica natural deve ser negada, que não existe um “homem natural” e uma “mulher natural”. E, uma vez a natureza humana negada, ou melhor, desconstruída, deve-se atribuir um sentido à massa informe que costumamos chamar de humano.
Feminismo e marxismo
Nesta Revolução Cultural, o movimento feminista aparece com toda força publicitária, utiliza os meios acima descritos e a falseada ótica marxista para analisar a sociedade e defender suas bandeiras mais extremadas.
Para o teórico socialista Engels, o “primeiro antagonismo de classe que apareceu na história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre o homem e a mulher na monogamia e a primeira opressão de classe coincide com a opressão do sexo feminino pelo sexo masculino”.(19)
Em entrevista concedida à agência Zenit, o Pe. Étienne Roze explica que Karl Marx é o mestre do movimento feminista: “O comunismo, criou um conflito para suprimir a discriminação entre o proletariado e o capital, mas sabemos como foi que isso acabou […]. Hoje, na reinterpretação feminista do método de Marx, o capital é representado pela heterossexualidade e o proletariado por todos os gêneros fluidos e em contínua mutação. […] São mais de cinquenta [gêneros], além das identidades agrupadas na sigla LGBT. De acordo com especulações dessas feministas, a história foi dominada durante séculos pela opressão da heterossexualidade como condição para a reprodução dos seres humanos, mas finalmente chegou a hora em que as correntes da escravidão serão quebradas. De que forma? Com a ectogênese, ou seja, a possibilidade de ter filhos fora de um corpo feminino. Assim, ser mulher não terá mais nada a ver com o fato real da maternidade, que seria completamente absorvida pela biotecnologia”.(20)
A feminista canadense Shulamith Firestone, em seu livro The Dialectics of Sex, publicado em 1970, defendia em linguagem marxista que “para organizar a eliminação das classes sexuais é necessário que a classe oprimida se rebele e assuma o controle da função reprodutiva”.(21)
Outras feministas, como Betty Friedan, Nancy Chorodow, Christine Riddiough e Alison Jagger, afirmavam “que a raiz da opressão à mulher está em seu papel de mãe e educadora dos filhos. Para se libertar dessas tarefas, deve haver total acesso à contracepção e ao aborto e transferir a responsabilidade da educação dos filhos para o Estado”.(22)
Firestone explica que, assim como “o objetivo final da revolução socialista não era apenas a eliminação do privilégio da classe econômica, mas também da própria diferenciação da classe econômica, da mesma forma, é objetivo final da revolução feminista […] não apenas a eliminação do privilégio masculino, mas também da própria diferenciação dos sexos”.(23)
Há 20 anos, Magdalena Del Amo conclamava ser necessário “eliminar a natureza [o conceito de natureza humana]. E isso se consegue eliminando o casamento e a família tradicional. Isso se consegue fazendo lésbicas, homossexuais e bissexuais desde o berço. O sexo existe unicamente para o prazer. As relações sexuais devem ser polimórficas e livres. O aborto, livre também. Tudo vale neste novo mundo do gênero”. (24)
Portanto, as feministas de gênero partem de dois pressupostos errôneos:
- Não existe natureza humana;
- Os aspectos biológicos do sexo não podem condicionar a psicologia do ser humano.
Sobre essas duas negações estabelece-se a primeira afirmação, que será o postulado básico sobre o qual toda a ideologia se apoiará: o gênero seria o sexo socialmente construído.
A Ideologia de Gênero tornou-se pública em 1995, durante a Conferência Mundial sobre as Mulheres, realizada em Pequim. Na ocasião, a feminista Judith Butler idealizou, pela primeira vez num contexto tão importante, um dualismo entre gênero e sexo. E Bella Abzug, em seu discurso no mesmo evento, afirmou que gênero “se diferencia da palavra sexo para expressar a realidade de que os papéis e a condição do homem e da mulher são estruturados socialmente e estão sujeitos à mudança”.(25)
Jorge Scala esclarece que já a partir dos anos 1980 “a aliança entre feministas de gênero e o lobby homossexuais é cada vez mais profunda”. Um pacto que visa destruir e reconstruir os conceitos de família e casamento, procurando definir o ‘casamento’ homossexual e o concubinato como “novos tipos de família”.(26)
Consequências da Ideologia de Gênero
Se levarmos até as suas últimas consequências essa ideologia, chegaríamos às seguintes proposições:
- Não haveria mais homem ou mulher, seríamos polimorfos;
- Todos os modos de relações sexuais, mesmo os mais aberrantes, teriam igual valor;
- Eliminação do casamento. Se tudo é casamento, nada é casamento;
- Eliminação do pátrio-poder;
- Concessão dos “direitos sexuais e reprodutivos” às crianças e aos adolescentes;
- Eliminação da família, porque qualquer união sexual originaria uma “novo tipo de família”. Se tudo é família, nada é família;
- Eliminação da sociedade pela destruição de sua célula básica, a família.
Ideologia de Gênero na educação escolar; pedofilia
A propaganda da Ideologia de Gênero utiliza os grandes meios de comunicação (televisão, rádio, jornais) e seu principal alvo são as escolas, pois, como alerta Jorge Scala, “quanto menor for a criança, mais permeável será”.(27) E assim a escola será “formadora” e auxiliará a criança na escolha do gênero, restringindo o quanto puder o natural e irrenunciável direito dos pais à educação moral de seus filhos.
A ONU, através da Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW, sigla em inglês), exerce pressão para que os países garantam “os direitos dos adolescentes de ambos os sexos à educação sobre saúde sexual e reprodutiva”. O documento faz uma releitura dos “direitos humanos” sob a ótica do gênero.(28)
Uma consequência forçosa do ensino e do reconhecimento de tais direitos para as crianças ou menores de idade consiste em que, logicamente, se um menor tem o direito de trocar sua identidade sexual, também poderá ter direito a relações sexuais pedófilas, sejam elas homossexuais ou não. As portas ficam abertas para todo absurdo e violação da moral.
Batalha nos municípios brasileiros
Em abril de 2014, o Plano Nacional de Educação (PNE), que estipula diretrizes para o ensino público fundamental dos próximos 10 anos, foi aprovado em votação no Congresso, mas sem menção à abominável Ideologia de Gênero, que constava do texto original. Isso tudo graças à atuação pacífica e ordeira, porém enérgica, de várias associações pró-família, entre as quais figura o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira.
Apesar da derrota no Congresso Nacional, os militantes de gênero conseguiram inexplicavelmente do Ministério da Educação a reinserção do termo Ideologia do Gênero nos “textos bases” que foram enviados aos quase 6.000 municípios brasileiros, 90% dos quais já rejeitaram que tal ideologia conste nos seus Planos Municipais de Educação (PME).
Na cidade de São Paulo, para se ter uma ideia da sanha dos militantes em fazer passar a menção ao gênero no PME, é oportuno citar uma afirmação do vereador Paulo Fiorilo (PT). Anteriormente à votação no Plenário, logo após uma Comissão ter retirado toda a menção ao gênero de seu substitutivo, declarou ele:
“Conseguimos incluir um artigo da lei orgânica na meta 1 que fala em: ‘educação igualitária, desenvolver um espírito crítico em relação a estereótipos sexuais, sociais e raciais das aulas, cursos, livros didáticos, materiais escolares e literatura’. [Isso] possibilita manter esse debate vivo, e no plenário”.(29)
Em face dessa situação, os pais devem vigiar as escolas que seus filhos frequentam. Pois ainda que cada município do Brasil repudie a Ideologia de Gênero, seus defensores afirmam que irão ensiná-la, mesmo usando outro termo.
Infiltrar-se para “desconstruir” a doutrina da Igreja…
Em seu livro Chuva para florescer, Judith Ress pergunta à “teóloga” chilena Doris Muñoz: “Por que permanecemos dentro da Igreja?” Ao que esta, em sua resposta, deixa clara a estratégia: “Na América Latina não podemos não levar em conta o dado da fé, entre aspas, da religião. Não podemos prescindir de seus símbolos porque é ali onde estão os freios mais poderosos ou suas resistências. Isso é algo que cumpre aprofundar, e se estou dentro é porque penso que posso colaborar com a ‘desconstrução’ e a construção de outros símbolos religiosos e imagens”.(30)
…para utilizar a Religião como propaganda da “nova moral”
Em 2004, no encontro internacional preparatório para o Cairo+10, organizado pelo Fundo de Populações das Nações Unidas e pelo governo holandês, e intitulado Direitos Sexuais e Reprodutivos, cultura e religião, afirmou-se que foi “vital” a intervenção de recursos humanos e fundos para “convencer aos líderes religiosos a democratizar seu discurso em matéria de direitos sexuais e reprodutivos”.(31) Ou seja, compram as consciências!
Em 19 de junho de 2015 – em Audiência Pública na Câmara Municipal de São Paulo convocada pelo vereador Toninho Vespoli (PSOL) sobre o tema Por que discutir Gênero nas escolas? –, Eduardo Brasileiro, em nome do Pe. Paulo Sérgio Bezerra, pároco da igreja Nossa Senhora do Carmo, na diocese de São Miguel Paulista, explicou o que é e o que deseja o grupo “católico” Igreja, Povo de Deus em Movimento. Segundo Eduardo, o objetivo de seu movimento é, “a partir dos ‘direitos humanos’, refundar os dogmas e as concepções católicas dentro da sua estrutura de poder”. Ele afirmou ainda que na zona leste de São Paulo há 15 paróquias que “comungam dessa ideia”.(32)
Para Eduardo, é importante que a questão de gênero conste nos Planos Municipais de Educação: “Isso vai ensinar para nossas igrejas muitas coisas”. E prosseguiu, dizendo que “graças a essa divindade que nos rege […] ainda bem que existiu uma transexual mulher na Parada LGBT crucificada para mostrar que a cruz é política e que a cruz não é o símbolo de um, mas de muitos que durante a História estão crucificados. Nós temos que usar esses símbolos para dialogar, para superar essas concepções que são dadas para as pessoas, para os jovens e nossas infâncias”(sic!).(33)
Ideologia infiltrada até em grandes meios de comunicação católicos
A seção alemã do site da Rádio Vaticano, cujo editor responsável é o padre jesuíta Bernd Hagenkord, difundiu um artigo do sacerdote servita Pe. Martin Lintner intitulado Teólogo moralista: A moral sexual da Igreja está em movimento(34). Para ilustrar a matéria, o referido site reproduziu uma foto indecorosa de um beijo homossexual.
O Pe. Martin Lintner propugna que a ação sexual deveria ser julgada não pelo Direito natural, mas por uma visão segundo a qual “‘o comportamento sexual’ deveria ser tido como ‘uma comunicação corporal’”.(35) Isto no site da Rádio Vaticano!
Depois de numerosos protestos de leitores, o editor lamentou: “Existem algumas pessoas aí fora realmente muito mal posicionadas e que não suportam que muita gente seja diferente”.(36)
Condenação da Ideologia de Gênero
Reunidos em Aparecida em 2007, os bispos da América Latina declararam a respeito da Ideologia de Gênero: “Entre os pressupostos que debilitam a vida familiar, encontramos a Ideologia de Gênero […]. Isto provocou modificações legais que ferem gravemente a dignidade do matrimônio, o respeito ao direito à vida e a identidade da família”.(37)
No Brasil, recentemente, por ocasião da investida da Ideologia de Gênero, alguns bispos alertaram seus fieis contra as metas e consequências do ensino dessa abominação nas escolas e conclamaram todos a pressionassem seus vereadores.
Em 21 de dezembro de 2012, o Papa Bento XVI proferiu um discurso à Cúria Romana, no qual afirmou que o uso do termo gênero pressupõe uma “nova filosofia da sexualidade”; e que a “profunda falsidade desta teoria e a tentativa de uma revolução antropológica que ela contém, são óbvias”. (38)
“Quando a liberdade para sermos criativos se transforma em uma liberdade para nos criarmos a nós próprios, então é o próprio Criador que é necessariamente negado e, em última análise, o ser humano é despojado da sua dignidade enquanto criatura de Deus que tem a Sua imagem no âmago do seu ser”, afirmou o Pontífice naquela ocasião.(39)
Facebook: Ideologia de Gênero na prática
Exemplo da imposição da Ideologia de Gênero no cotidiano das pessoas é a opção de escolha de identidade de gênero fornecida pela rede social Facebook aos seus usuários. No Brasil são 17 identidades possíveis, em outros países o número chega a 50!
A “Folha de São Paulo”, por exemplo, publicou a seguinte notícia: “A partir de hoje, o usuário brasileiro terá mais opções de identificação de gênero no Facebook. Para além do ‘feminino’ e ‘masculino’, também será possível identificar-se como ‘homem transsexual’, ‘travesti’, ‘mulher (trans)’, ‘crossgender’, ‘neutro’ e ‘sem gênero’, em um total de 17 categorias. O usuário que não se identificar com nenhuma das opções sugeridas poderá escrever sua própria identificação em uma caixa de texto”.(40)
Ideologia contraria à natureza humana
“É impossível fisiologicamente mudar o sexo de uma pessoa, uma vez que o sexo de cada um está codificado em seus genes — XX para a mulher, XY para o homem”, explicam os cientistas Richard P. Fitzgibbons, M.D., Philip M. Sutton, Ph.D., e Dale O’Leary em documentado estudo. “A cirurgia pode somente criar uma aparência do outro sexo”, pois a identidade sexual “está escrita em cada célula do corpo e pode ser determinada por meio do teste do DNA, não podendo ser mudada”.(41)
É bem conhecido o provérbio “Expulsai o natural e ele voltará a galope”. Temendo a veracidade desse ditado, a feminista existencialista Simone de Beauvoir lamentava com Betty Friedan que “nenhuma mulher deveria ser autorizada a ficar em casa criando os filhos… As mulheres não deveriam ter essa opção exatamente porque, se existe essa opção, muitas mulheres optariam por ela”.(42) Portanto, rumo a uma ditadura policialesca do gênero.
Ideologia de Gênero: Revolução satânica
Segundo a socióloga alemã Gabriele Kuby, “a Ideologia de Gênero é a mais radical rebelião possível contra Deus: o ser humano não aceita que é criado homem e mulher, e por isso diz: ‘Eu decido! Esta é a minha liberdade!’ — contra a experiência, contra a Natureza, contra a Razão, contra a ciência! É a perversão final do individualismo: rouba ao ser humano o que lhe resta da sua identidade, ou seja, o de ser homem ou mulher, depois de se ter perdido a fé, a família e a nação.(43) E acrescenta: “É uma ideologia diabólica: embora toda a gente tenha uma noção intuitiva de que se trata de uma mentira, a Ideologia de Gênero pode capturar o senso-comum e tornar-se em uma ideologia dominante do nosso tempo”.(44)
A nova “religião” ateia e a perseguição religiosa
Sob pretexto de que vivemos em um Estado laico, a Ideologia de Gênero pode vir a se tornar o pior instrumento de perseguição religiosa, pois se trata de uma perversão compulsória das mentes, desde a mais tenra infância! E quem se opuser será vítima da fúria dessa nova religião, como já ocorre hoje, por exemplo, na Alemanha, onde pais são presos por impedir seus filhos de assistir a aulas de “educação sexual”.
Sim, a agenda do movimento LGBT está a serviço — conscientemente ou não da parte dos que a defendem — de uma nova “religião” de fato. Se não, vejamos:
Sua doutrina: a Ideologia de Gênero;
Seu culto: a idolatria do igualitarismo mais radical, completo e antinatural, bem como da mais desenfreada libertinagem;
Seus sacerdotes: líderes feministas e do movimento LGBT;
Seus acólitos: a grande mídia em geral e setores do governo e — dói-nos dizê-lo — ativistas infiltrados até na Igreja Católica;
Sua legislação: as várias leis “anti-homofobia”, que ameaçam os mais pacíficos e ordeiros pais de família e religiosos;
Sua “excomunhão”: o epíteto vago e terrível de “homofóbicos”, lançado contra os que se opõem à Ideologia de Gênero.
A essa “religião” falta um “catecismo”; para supri-lo, tenta-se impor o ensino da Ideologia de Gênero nas escolas fundamentais de todo o País.
De maneira ordeira e legal, mas firme, rejeitemos essa funesta iniciativa da agenda revolucionária. Pois a vitória da Ideologia de Gênero significaria o incentivo a toda perversão sexual (incluindo o incesto, a pedofilia), a incriminação de qualquer oposição contra ela, a perda total do controle dos pais sobre a educação dos filhos e a extinção da própria instituição familiar, célula básica da sociedade.
Um único pecado contra a natureza, diz o Catecismo tradicional, é um ato que “brada aos céus, e pede a Deus vingança”. Que dizer então dessa escolha de sexo?
Ajuda celeste
Tendo em mente que a Ideologia de Gênero é o ponto extremo a ser alcançado pela Revolução Cultural comunista, para encerrar, é oportuno transcrever abaixo as palavras de Plinio Corrêa de Oliveira, publicadas na contracapa de sua obra Baldeação Ideológica Inadvertida e Diálogo:
“Neste confuso e dramático fim de século, o comunismo internacional ameaça desferir contra toda a humanidade o seu assalto supremo.
“Expressão máxima do orgulho e da sensualidade do homem, o comunismo é uma verdadeira versão terrena da revolta de Satanás e de seus anjos.
“Com uma habilidade diabólica, procura a propaganda comunista iludir e atrair os ingênuos e os incautos, a fim de os engajar na imensa revolução vermelha, cujo espírito se resume no ‘non serviam’ de Lúcifer.
“Mesmo que todos os recursos faltem aos que se opõem ao comunismo, a Mãe de Deus não os abandonará. E por Ela serão conduzidos à vitória. Pois contra Ela nada consegue o Poder das Trevas”.(45)
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Notas:
- Catolicismo, nº 178-179, outubro-novembro de 1965. O livro foi publicado na íntegra na revista e repercutiu em todo mundo, inclusive nos países atrás da então Cortina de Ferro.
- Plinio Corrêa de Oliveira, Baldeação Ideológica Inadvertida e Diálogo, 5ª edição, Editora Vera Cruz, São Paulo, pp. 56 e 57.
- Idem, p. 58.
- Idem, p. 58.
- Jorge Scala, Ideologia de Gênero – o neototalitarismo e a morte da familia, Co-edição Katechesis/Artpress, São Paulo, 2011, p. 44. Este e os demais grifos são nossos.
- Idem. pp. 42 e 43.
- Idem, p. 20.
- Idem, p. 52.
- Idem, pp. 52 e 53.
- Idem, p. 55.
- Idem, p. 58.
12; Idem, p. 57.
- Idem, pp. 44 e 45.
- Catolicismo, maio de 2013.
- Idem.
- Idem.
- Idem.
- Theórie du genre: comment la première expérimentation a mal tourné, “Le Figaro”, Paris, 31-1-14.
- Compilação dos escritos de Marx, Engels e Lenin Sobre a Mulher, Global editora, São Paulo, 1980, pp. 22-23.
- Agência Zenit, 11-6-15.
- Jorge Scala, op. cit, p. 21.
- Idem, p. 21.
- Idem, p. 59.
- Idem, p. 59.
- Idem, p. 53.
- Idem, p. 21.
- Idem, p. 37.
- Observação Geral nº 24, aprovado em 5 de fevereiro de 1999, & 18, http://www.unhchr.ch/tbs/doc.nsf/184758d9fcd7a2b1c12565a9004dc312/77bae3190a903f8d80256785005599ff?OpenDocument
- Matéria publicada no site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, em 20-6-15.
- Catolicismo, maio de 2013.
- Catolicismo, julho de 2012.
- Transcrição do vídeo exposto no site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, em 2-7-15 https://ipco.org.br/noticias/video-ideologia-de-genero-ensinada-para-criancas-de-5-anos
- Idem.
- Edição divulgada em 2-7-15.
- Idem.
- Edição divulgada em 6-7-15.
- V Conferência Geral do Episcopado Latinoamericano e do Caribe, 30-5-07.
- Cfr.: http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/speeches/2012/december/documents/hf_ben-xvi_spe_20121221_auguri-curia.html
- Idem.
- “Folha de S. Paulo”, 2-3-15.
- The Psychopathology of “Sex Reassignment” Surgery Assessing Its Medical, Psychological, and Ethical Appropriateness, The National Catholic Bioethics Center, http://ncbcenter.org/document.doc?id=581.
- Jorge Scala, op. cit, p. 56.
- LifeSite News, 17-6-14.
- Idem.
- Plinio Corrêa de Oliveira, Baldeação Ideológica Inadvertida e Diálogo, 5ª edição, 1966, Editora Vera Cruz, São Paulo.
Sou cristão, mas não sou católico.
Uma EXCELENTE ANÁLISE sobre o assunto!
Uau! Fiquei abismado com tanta besteira que li aqui. É incrível como a Igreja mesmo após séculos não perdeu sua característica mais berrante: a incessante tentativa de alienar seus fiéis.
Não sei nem por onde começar. Os “talismãs” citados no texto acima possuem um significado bem particular para a Igreja, ou será que a infinidade de objetos ” sagrados” usados por vocês não é considerado um? Correntinhas de Nosso Senhor do Fim vendidas aos montes para “proteger e dar sorte” aos filhos, sem falar da miríade de outros símbolos usados com a desculpa de santidade.
Em relação a questão de gênero, não há nada de contemporâneo nesta questão, esse assunto já era tratado bem antes de Jesus sonhar em descer na Terra. Dê um pesquisada e achará casos inclusive dentro da Igreja, escondidos dentro dos confessionários ou embaixo de Batinas.
O sexo biológico é sim imutável e não é passível de alterações visto que carrega informações genéticas individuais, todavia o gênero é resultado de exposições do ambiente, cultura e relações sociais irão definir quem cada indivíduo será. Isso em hipótese alguma destrói ou ameaça nossas famílias, não sei se a Igreja já acordou, mas não estamos mais na Idade Média. Não existe mais aquele padrão de família: Pai, mãe e filho. Um pai solteiro ou viúvo que cuida de seus filhos é uma forma de família, assim como aquele casal de avós de cuidam dos netos órfãos também são uma família, não diferente um casal hetero que decide espontaneamente não ter filhos ou um casal homo que decide adotar uma criança abandonada. É um absurdo e consequentemente uma afronta aos direitos humanos, a dignidade da pessoa humana e ao respeito a toda e qualquer pessoa excluir quem quer que seja por questões religiosas.
Felizmente nós acordamos, não somos mais aquelas pessoas que leem e apenas seguem as regras como se fôssemos robôs. Não adianta nos mandar para a Guerra com a promessa de termos ” um lugar reservado no Céu”. Agora nós sabemos onde está a guerra, quem é o inimigo, sabemos sobre o Céu, e sabemos como alcançá-lo. Chega de hipócresia.
O artigo em discussão muito bem documentado e fundamentado, esclarece a tentativa desesperada das forças revolucionárias, que através de teorias absurdas e satânicas como a teoria de gênero, almejam destruir o que resta da família. Não se deixe iludir! Só a verdadeira Doutrina Católica tradicional pode orientar as pessoas para não aderirem ao erro.
Se ainda houvesse no clero romano um número influente de estudiosos e moralistas de valor este artigo seria certamente publicado numa das outrora grandes revistas de estudo, como foi a ‘Civiltà Cattolica’ ou a ‘Rivista Angelicum’.
De fato, este excelente não foi publicado nas duas revistas acima mencionadas, mas foi publicado numa revista bem superior: na Revista Catolicismo deste mês (Nº 777, Setembro/2015).
Não entendo o motivo pelo qual o Papa Francisco está apoiando a escritora Francesca Pardi, que é lésbica, autora do livro PICCOLO UOVO (Pequeno Ovo), que defende a ideologia de gênero. Será que o Santo Papa é adepto do Plano Gender?
Eis a matéria sobre tal assunto publicada no site:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/08/papa-enviou-carta-escritora-de-livros-infantis-sobre-casais-gays.html
28/08/2015 11h20 – Atualizado em 28/08/2015 11h20
Papa enviou carta a escritora de livros infantis sobre casais gays
Livros sobre filhos de pais gays foram banidos de bibliotecas em Veneza.
Papa respondeu a carta de autora; Vaticano deu explicação após polêmica.
Um dos livros infantis de Francesca Pardi aborda a temática de crianças com mães homossexuais
O papa Francisco respondeu com uma carta, assinada pela Secretaria de Estado, a Francesca Pardi, escritora italiana de livros infantis que inclui famílias compostas por pais gays e que tinham sido retirados das bibliotecas de Veneza.
A escritora, que junto com sua companheira é mãe de quatro filhos, enviou ao papa 30 de seus livros e pediu que os lesse e comprovasse que não debatiam ideologia do gênero e pretendem ser um meio para evitar a discriminação das crianças, entre eles os filhos de casais homossexuais.
Além disso, garantiu que esse gesto era uma tentativa de “iniciar uma mudança nos tons que são usados sobre o tema de outras famílias”.
A carta, assinada pelo membro da Secretaria de Estado vaticana Peter B.Wells, diz que o papa “está agradecido pelo delicado gesto e os sentimentos que o sugeriram” e “deseja uma profícua atividade à serviço das jovens gerações e da divulgação dos autênticos valores humanos e cristãos”.
Além disso, o papa envia a bênção apostólica à família da escritora.
‘Colonização ideológica’
Seis livros desta escritora, junto com outros 43 de outros autores, tinham sido retirados das bibliotecas das escolas de Veneza por ordem do prefeito, Luigi Brugnaro, que afirmou que divulgavam a ideologia de gênero.
A denominada “ideologia ou teologia de gênero” sustenta que não existem diferenças biológicas entre homens e mulheres e foi criticada várias vezes pelo papa Francisco, tachada de “colonização ideológica”.
Reação à carta
A publicação da carta do papa e as declarações da escritora foram interpretadas por alguns como uma “bênção” às famílias homossexuais.
Por isso, o vice-diretor da sala de imprensa do Vaticano, Ciro Benedettini, emitiu um comunicado em que explicou que a Secretaria de Estado respondeu “com um estilo simples e pastoral” à carta de Francesca Pardi, “de tom educado e respeitoso”, .
O Vaticano especificou que se tratava “de uma resposta privada e não destinada à publicação” e lamentou que isto “infelizmente tenha acontecido”.
Além disso, segundo o comunicado, “em nenhum momento a carta aprova comportamentos e doutrinas que não estão conformes com o Evangelho”.
“A bênção do papa é à pessoa, e não às doutrinas que não estão conformes com a doutrina da Igreja, como a ideologia de gênero, e não cabe qualquer instrumentalização do conteúdo desta carta”.
Elton John
Francesca Pardi é fundadora, junto com sua companheira, Maria Silvia Fiengo, da editora de literatura infantil “Lo Stampatello” e autora de livros como “Piccola storia diz uma famiglia: perchè hai due mamme?” (“Pequena história de uma família. Por que tem duas mães?”) e “Piccolo Uovo” (“Pequeno ovo”), que recebeu o prêmio internacional Anderson em 2012.
A ordem de retirar estes livros das bibliotecas de Veneza provocou a indignação de várias associações e coletivos homossexuais.
A decisão também foi criticada pelo cantor britânico Elton John, homossexual e pai de duas crianças, que chamou o prefeito de grosseiro e intolerante em mensagem publicada em sua conta no Twitter.
Brugnaro respondeu também com um tuíte, que dizia que se o cantor quisesse se preocupar com Veneza que “abrisse o bolso” e fizesse doações. EFE
Somente uma pequena correção: o nome de uma das feministas citadas, a autora da “Dialética do Sexo”, é Shulamith Firestone (e não Shumalith).