Hélio Brambilla
De onde vem o dinheiro de nossas reservas?
Num balanço geral, convém lembrar ainda que “a agricultura e pecuária foram responsáveis por 42% das exportações brasileiras em 2009” (“Sobe e Desce da Semana”, 24-2-10). O balanço final da década deverá também cumprir as estimativas prognosticadas pelos analistas e atingir os 400 bilhões de superávit.
O presidente Lula costuma propagar que o Brasil pagou sua dívida com o FMI, e que tem mais de US$ 200 bilhões de reservas. Mas se esquece de dizer de onde veio o dinheiro para isso. Aí está a informação omitida: em boa parte, das sobras das exportações do agronegócio.
Dívidas contraídas pelo governo federal
Outro ponto que o presidente evita mencionar é o custo das suas políticas sociais. Dados oficiais do CODIV (Coordenação Geral de Controle da Dívida Pública) mostram a evolução da dívida do Brasil.
Em janeiro de 1995, fim do governo Collor/Itamar, a dívida pública estava em R$ 31,668 bilhões. Quando Fernando Henrique Cardoso passou o governo para Lula, em dezembro de 2002, já alcançava R$ 557,205 bilhões. O atual governo quase triplicou a dívida, elevando-a para R$ 1.580 bilhões (Cfr. “O Estado de S. Paulo”, 21-5-10).
Para o economista Felipe Salto, da Consultoria Tendências (“O Estado de S. Paulo”, 18-5-10), a projeção é que no final de 2010 atingirá R$ 2 trilhões e 200 bilhões. Será esta a “herança bendita” de Lula para o novo presidente e para as gerações futuras? Herança ou presente de grego?
Liquidação da classe média rural
Nem tudo são rosas no setor rural. Há muitos espinhos pelo meio, se quisermos ver e tocar a realidade total. Afinal, não podemos proceder como os avestruzes, que para fugir do perigo metem a cabeça na areia. Nesse sentido, Cesário Ramalho, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), afirmou na feira de Londrina e no Agrishow de Ribeirão Preto que o governo não está dando a devida atenção ao esfacelamento da classe média rural. Segundo ele, através de crédito subsidiado do Pronaf e outras “políticas sociais”, os pequenos produtores acabam sendo atendidos pelo governo; e o deputado Valdir Colatto informa que apenas os gastos com a Reforma Agrária representam R$ 80 bilhões. Com péssimo resultado, pois os assentamentos se transformam logo em autênticas favelas rurais.
Quanto aos grandes produtores, conseguem manter mais ou menos equilibrada a situação, porque ganham em escala e exportam. Mas a classe média rural, sustentáculo da produção agrícola primária, vem sendo destroçada. Não consegue arcar com os juros altíssimos, os encargos sociais, os insumos caros, os custos de transporte, o achatamento dos preços de seus produtos pela desvalorização do dólar. Conseqüência: endividamento crescente e abandono da atividade.
Agropecuária e a política cambial
A política cambial é uma verdadeira faca de dois gumes, que funciona também em prejuízo do produtor rural. O governo oferece títulos da dívida pública a juros muito acima do mercado internacional, o que atrai especuladores que os compram e injetam bilhões de dólares no nosso mercado. Com isso a cotação do dólar baixa, prejudicando o agronegócio e a cadeia produtiva que exporta. E a projeção para a balança comercial vem se tornando aterradora.
Os ministros de Lula têm reafirmado que a meta do governo é manter o câmbio livre. Perguntamos: o câmbio é realmente “livre”, quando uma enxurrada de dólares especulativos entra a cada dia no mercado?
“Meu site: www.pedagio.com.buracos!”
Os portos e aeroportos, como é notório, se encontram em péssimas condições. Quanto à situação de descalabro das rodovias, um
caminhoneiro carioca expressou-a com um dito espirituoso e eloqüente: “Meu site: www.pedagio.com.buracos!”. Ou seja, nas rodovias construídas com o nosso dinheiro, e depois arrendadas, paga-se um pedágio extorsivo, enquanto nas rodovias públicas os buracos constituem uma calamidade.
Para se ter uma idéia, um produtor de soja do Mato Grosso recebe R$ 24,00 por uma saca do produto, mas gasta R$ 12,00 para levá-la ao porto de Paranaguá. O custo é maior que o do transporte de Paranaguá ao Extremo Oriente (China ou Japão).
Cabe relembrar outros espantalhos, estes de caráter ideológico, que vêm tirando o sono dos nossos empreendedores agropecuaristas: ameaça do MST, ameaça quilombola, ameaça indígena, ameaça dos ambientalistas, ameaça dos índices de produtividade…
Ação efetiva em ano eleitoral
Tudo nos leva a considerar que, postas as condições como existem hoje, o principal pilar da estabilidade econômica do Brasil e a própria segurança nacional passam pelo agronegócio. É de se desejar que a imprensa passe a transmitir uma visão não distorcida da realidade brasileira, contribuindo assim para que governo e opinião pública compreendam a realidade nacional e orientem as ações no sentido de favorecer o que representa o interesse real da nossa Pátria.
Como estamos em ano eleitoral, os produtores devem também pressionar os candidatos a cargos públicos, para que assumam um compromisso sério de enfrentar e romper esses gargalos e ameaças que comprometem o nosso futuro. Caso contrário, não se deve oferecer-lhes o apoio da classe, sobretudo na hora do voto.
E-mail do autor: brambilla@catolicismo.com.br
Pensando bem, depois desta leitura o certo é pensar que burro tem mais inteligência e não tem MÁ FÉ. Ah! E burro não tem ideologia(socialista).