Roma – Com palavras cristalinas, o Cardeal Velasio De Paolis define as teses do Cardeal Kasper a respeito da comunhão para os divorciados recasados. Ele as qualifica de aberrantes.
Essa foi a afirmação do Cardeal De Paolis, em Roma, em 10 de outubro, na reunião que tratou do tema ” Matrimônio e família – Entre o dogma e a praxe na Igreja”, organizada pela Fondazione Lepanto e Associazione Famiglia Domani.
O canonista de fama internacional explicou que a misericórdia somente pode existir quando ela se mantém unida à verdade. Do contrario, vira sentimentalismo.
Segundo o cardeal De Paolis, a família encontra-se numa crise, cuja solução não se encontra na invenção de um novo magistério. Sobretudo não se deve colocar em discussão verdades desde há muito tempo definidas. A esse respeito o cardel De Paolis cita o Cardeal John Henry Newmann: “Não se deve discutir sobre algo que foi reconhecido como verdadeiro”.
A confusão moderna foi, entretanto, tão longe que hoje se discute sobre dogmas, definidos desde há bastante tempo.
Cardeal De Paolis lamentou que as pessoas não querem ver as verdadeiras causas da crise da família:
1. A crise moral do mundo moderno;
2. A crise da Fé;
3. A crise da verdade.
Assim, as causas da crise da família são as mesmas que levam ao aborto, à eutanásia etc.
A respeito das teses do Cardeal Kasper, o Cardeal De Paolis recordou a Encíclica Ecclesia de Eucharistia e as normas nela contidas para a recepção digna da comunhão: “Quem esta consciente de um pecado grave deve receber o sacramento da penitencia antes de receber a comunhão. Por isso quero reafirmar que na Igreja vige e sempre estará vigente a norma com que o Concilio de Trento concretizou a primeira admoestação do Apóstolo São Paulo (cf. 1 Cor. 11, 28) determinando que à recepção digna da Eucaristia «deve ser precedida pela confissão, quando se tem consciência de estar em pecado mortal»”.
A proposta do Cardeal Kasper de admitir à comunhão divorciados recasados depois de um tempo de penitência foi qualificada pelo cardel De Paolis de completamente absurda. A penitência se faz para reparar uma falta PASSADA. Porém, se persiste o estado pecaminoso, como é o caso de uma convivência intima com o parceiro, não se pode falar de um ato penitencial de reparação. Para a recepção da comunhão é necessário que cesse o estado de pecado grave.
Tradução do original alemão de Renato Vasconcelos
É a fumaça do RELATIVISMO invadindo a Santa Sé ao se admitir que casais divorciados possam comungar. Com isso os dogmas serão também discutidos e tudo será “relativo”…de acordo com o politicamente correto. Permitindo esta comunhão abrir-se-á caminho para que estes casais contraiam inúmeras uniões e todas seriam válidas perante a Igreja permitindo que continuem a comungar, mesmo com uma vida aberta para a modernidade globalizante.
Esse preparativo para o Sínodo virou discurso ideologico. Com isso as heresias vão se multiplicando. Bom ver que alguns cardeais ainda dão nome aos bois. Alguns embarcam no politicamente correto pautados pelos diversos movimentos anti-Família. Preocupa-me Francisco chegar a conclusões equivocadas baseado em argumentos igualmente falaciosos como foi o caso da encíclica ecológica.
Ora, sr. Cardeal, o Sínodo apenas tira as conclusões do magistério várias vezes reiterado do bispo de Roma que ensinou, de forma coerente com a Declaração Dignitatis Humanae do Vaticano II (que V. Ema. aceita), que cada um tem sua concepção de bem e deve segui-la.
O que destrói a Igreja hoje são os paliativos que não debelam as causas do mal.
Na verdade, os únicos bispos que denunciaram a fonte poluída do Vaticano II foram punidos, D. Lefebvre e D. Mayer. E, infelizmente, hoje o terceiro partido quer apresentar-se como defensor da ortodoxia sem justo título para tanto.