A Mesquita do Ground Zero e o Choque de Símbolos

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A propósito da construção da mesquita no Ground Zero, em Nova York

Ground Zero

A construção de um centro islâmico, incluindo uma gigantesca mesquita, a alguns passos do chamado Ground Zero − local onde se erguiam as Torres Gêmeas do World Trade Center, destruídas no ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 − dividiu a opinião pública norte-americana.

Com efeito, muitos consideram a destruição das Torres Gêmeas como um novo Pearl Harbor e por isso vêem a construção da mega-mesquita no preciso local onde elas se erguiam como um desafio e uma provocação.

E assim o debate se acalora, com os indivíduos e os grupos tomando partido, nem sempre pelas mesmas motivações ou invocando os mesmos argumentos.

O acalorado debate local tornou-se regional, nacional, e agora está reverberando para além das fronteiras norte-americanas, sendo seguido em todo o mundo.

Por isso, pareceu-nos oportuno apresentar aos nossos leitores a tradução do esclarecedor artigo sobre o tema, publicado no Website da TFP americana.

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A Mesquita do Ground Zero e o Choque de Símbolos

Gary Isbell
22 de agosto de 2010

Se em 7 de dezembro de 1944 – três anos após o ataque japonês a Pearl Arbor, data infame para nós – funcionários do governo do Havaí tivessem permitido que um grupo de japoneses erguesse um santuário xintoísta em Pearl Harbor, como teriam reagido os americanos de todo o país? Ora, não estamos vendo uma situação análoga em Manhattan, com o governo aprovando a construção de uma mega-mesquita de 100 milhões de dólares no local sagrado do Ground Zero?

Estátua da Liberdade e a queda das Torres GêmeasDe certa forma, a destruição das Torres Gêmeas no dia 11 setembro de 2001 foi um novo Pearl Harbor, e a nação americana se viu confrontada com uma escolha: ou travar vigorosamente uma guerra defensiva e punitiva contra o novo inimigo da nação (o terrorismo islâmico), ou a perder a honra e a liberdade.

Ninguém nega que os terroristas que usaram dois aviões Jumbo e os seus passageiros como bombas para destruir os edifícios mais altos de Manhattan se consideravam muçulmanos envolvidos na jihad [“guerra santa”] contra os EUA.

No entanto, alega-se que esses 19 terroristas não eram representativos do Islã, mas tão-só “bandidos dementes” que agiram por conta própria. Como aponta Charles Krauthammer, colunista do “Washington Post”, isto é uma deliberada estupidez.

[1] Esses 19 assassinos representaram o golpe de lança islâmico no coração da América, e enquanto muitos dos muçulmanos, do total de um bilhão no mundo todo, não aplaudiram a ação, cerca de 7% deles o fizeram descontroladamente. O que dá aos terroristas 80 milhões de torcedores, um número não tão insignificante.

Esses são números que muitos bons americanos podem não conhecer. No entanto, eles sentem a dimensão, a capacidade e o ódio deste novo e cruel inimigo. Sua consciência instintiva do perigo não é fruto de preconceito ou intolerância. Pelo contrário, é uma expressão de amor à pátria, à fé e à família, bem como ao natural direito de auto-preservação. Essa consciência do perigo não atrapalha a percepção, antes a aguça.

Do Maine ao Havaí os americanos estão dando mostras desse conhecimento intuitivo na sua preocupação quanto aos planos de construção da mega-mesquita no Ground Zero. Seus instintos dizem-lhes que aqueles que favorecem a construção desta mesquita – mesmo os que o fazem com a melhor das intenções – estão equivocados.

Para esses americanos, as noções de patriotismo, sacrifício, heroísmo e sacralidade são violados com a tentativa de construção de uma mesquita de 13 andares perto do local em que 2.967 inocentes compatriotas foram mortos no ataque terrorista. Além disso, esses americanos tornam-se inquietos quando lêem que a construção dessa mesquita é apoiada pelo notório grupo terrorista Hamas.[2]

Aumenta-lhes o desconforto ouvir em reportagem da ABC News que Oz Sultan, porta-voz da mesquita do Ground Zero, recusou-se a excluir financiamentos por parte do Irã ou da Arábia Saudita para construir a estrutura de 100 milhões de dólares.[3]

Suas dúvidas crescem ainda mais quando lêem como a proposta de conciliação do governador de Nova York, David Paterson, e do Arcebispo Timothy Dolan, tentando convencer a Cordoba Initiative a construir a mesquita em algum outro lugar, foi rejeitada.[4]

Ficam perplexos ao ver que outros políticos parecem não poupar esforços para levar adiante o projeto, enquanto aqueles que desejam reconstruir a igreja Ortodoxa Grega de São Nicolau, destruída durante o ataque de 11 de Setembro, estão ainda atolados em burocracia, nove anos após a sua demolição.[5]

Por outro lado, eles se alegram e batem palmas ao ouvir a notícia de que os trabalhadores na construção de New York prometeram não construir a mega-mesquita do Ground Zero caso ela seja aprovada.[6]

No entanto, esses americanos são intimidados pelos patrocinadores da mesquita: “Vocês devem pôr de lado suas percepções, dúvidas e sentimentos. A Primeira Emenda [à Constituição Federal] garante aos muçulmanos da Cordoba Initiative o direito de construir essa mega-mesquita no Ground Zero”.

− “Será verdade?” − perguntam os norte-americanos preocupados. “É a Primeira Emenda assim tão absoluta que passa por cima de qualquer outra consideração?”

“Sim!” − dizem os primeiros. “Devagar!” − dizem os outros. E, assim, um acalorado debate local tornou-se regional, nacional, e agora está reverberando para além de nossas fronteiras, sendo seguido em todo o mundo. Em uma recente pesquisa da CNN, cerca de 70 por cento dos americanos se opõem à construção de uma mesquita no Ground Zero, mesmo à luz dos direitos da Primeira Emenda.

Adicionando um toque curioso ao debate, a ACLU [American Civil Liberties Union − Sindicato das Liberdades Civis Americanas] aplaudiu a decisão dos funcionários do governo de aprovar a construção da mesquita.[7] No entanto, a ACLU é conhecida por expulsar os presépios para fora das praças públicas.[8]

Ataque de 7 de setembro
Ataque de 7 de setembro

E assim o debate se acalora, com os indivíduos e os grupos tomando partido, nem sempre pelas mesmas motivações ou invocando os mesmos argumentos.

Por que este debate galvanizou tanto a nação?

É porque Ground Zero é um símbolo gravado a fogo na alma dos Estados Unidos. Um símbolo que ajuda os americanos a compreender melhor a essência do que aconteceu no dia 11 de setembro, assim como a nova realidade com que a nação se defronta. Um símbolo que evoca um grito do fundo da nossa alma: “Jamais esqueceremos!” Um símbolo que robustece a decisão da nação de derrotar a ameaça islâmica ao mundo livre.

E porque o Ground Zero é um símbolo da nação pela qual eles vivem e morrem, os americanos preocupados sabem que é um erro dos muçulmanos construir uma mesquita ali.

Eles sentem que seria profanar o nosso símbolo nacional. Eles sentem que os “Bin Ladens”, os “Zawahiris” e os “Ahmadinejads” do mundo − com os muitos milhões de islamitas radicais que os aplaudem em seu ódio da América − vão considerar uma mesquita muçulmana no Ground Zero como seu símbolo sobre o nosso, um símbolo da sua conquista e da nossa derrota. Eles sentem que a mega-mesquita será um triunfo de Al-Qaeda em sua guerra psicológica contra os EUA.

Os americanos preocupados sentem esse choque de símbolos na contenda e é por isso que eles estão determinados a fazer tudo o que puderem, legalmente e de forma pacífica, para evitar a construção da mesquita no local sagrado do Ground Zero.

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Notas
1. Charles Krauthammer, “Myopia at Ground Zero” The Washington Post, Aug. 20, 2010, at http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/
article/2010/08/19/AR2010081904769.html?nav=hcmoduletmv

2. Cf. S.A. Miller in Washington and Tom Topousis in New York, Hamas nod for Ground Zero mosque Terror group’s leader: ‘Have to build it’, Last Updated: 12:03 PM, August 16, 2010, Posted: 1:49 AM, August 16, 2010, http://www.nypost.com/p/news/local/manhattan
/hamas_nod_for_gz_mosque_cSohH9eha8sNZMTDz0VVPI#ixzz0xBdwkDPX.

3. Cf. http://abcnews.go.com/print?id=11429998.
4. Cf. Javier C. Hernandez, Archbishop Offers Mediation for Islamic Center, Published: August 18, 2010, http://www.nytimes.com/2010/08/19/nyregion/19dolan.html?ref=nyregion

5. FoxNews.com, Decision Not to Rebuild Church Destroyed on 9/11 Surprises Greek Orthodox Leaders, Published August 18, 2010, at http://www.foxnews.com/politics/2010/08/18/leaders-disappointed-
government-declares-deal-rebuild-ground-zero-church-dead/

6. Samuel Goldsmith, “They won’t build it! Hardhats vow not to work on controversial mosque near Ground Zero” Aug. 20, 2010, at http://www.nydailynews.com/ny_local/2010/08/20/2010-08-20
_we_wont_build_it_hardhats_say_no_way_they_will_work_on_wtc_mosque.html

7. “NYCLU And ACLU Applaud Approval Of NYC Islamic Cultural Center For Upholding Values Of Freedom And Tolerance” Aug. 3, 2010, at http://www.aclu.org/religion-belief/nyclu-and-aclu-applaud-approval-nyc-islamic-cultural-center-upholding-values-freedom

8. http://www.timesleader.com/news/
ACLU_axes_nativity__menorah_12-17-2009.html?showAll=Y

5 COMENTÁRIOS

  1. Um cristão brasileiro, guia de turismo, foi deportado do Egito porque numa revista ao seu automóvel a polícia encontrou folhetos de conteúdo proibido: falava de Jesus. Egito um país muçulmano. Isso é o exemplo de como os muçulmanos entendem compreenção religiosa em relação a eles.

  2. É muita provocação. Os mulçumanos deviam ter um pouco mais de vergonha na cara.

    E, principalmente, os falsos americanos, os que apóiam a construção da gigantesca mesquita em local onde tombaram as vítimas de um ataque terrorista infame.

    Eles sempre vem com o mesmo papo furado. Invocam solenemente, desta vez, a famosa Primeira Emenda à constituição americana.

    Vejamos o que fiz o preâmbulo do notável documento:

    “Nós, o Povo dos Estados Unidos, a fim de formar uma União mais perfeita, estabelecer a Justiça, assegurar a tranqüilidade interna, prover a defesa comum, promover o bem-estar geral, e garantir para nós e para os nossos descendentes os benefícios da Liberdade, promulgamos e estabelecemos esta Constituição para os Estados Unidos da América.”

    A leitura de tão significativo parágrafo, por si só, bastaria para demover os tontos e os traidores da construção daquele símbolo de ódio aos Estados Unidos e ao Ocidente.

    Agora, vejamos o texto da Primeira Emenda:

    “O Congresso não legislará no sentido de estabelecer uma religião, ou proibindo o livre exercício dos cultos; ou cerceando a liberdade de palavra, ou de imprensa, ou o direito do povo de se reunir pacificamente, e de dirigir ao Governo petições para a reparação de seus agravos.”

    Link: http://www.braziliantranslated.com/euacon01.html

    Ora, analisado o caso em concreto, à luz de ambas as transcrições (do preâmbulo e da primeira emenda), fica claríssimo que não há inconstitucionalidade alguma em proibir a construção da mesquita no Ground Zero.

    Porque não se tem em vista a proibição do “livre exercício dos cultos”, nem tampouco impedir “o povo de se reunir pacificamente”, senão impedir uma provocação (velada e, por isso mesmo, gravíssima) à memória de inocentes mortos em uma agressão bárbara, com “requintes infernais”, consoante expressão do prof. Paulo Brossard em artigo publicado na época.

    Muito pelo contrário. Se formos atentar para a natureza do projeto, ver-se-á que o próprio espírito (cristão, conservador e patriótico) que norteou os “Founding Fathers” é ignorado e substituído por uma interpretação perigosamente abstrata do texto constitucional.

    Todo o mundo livre, verdadeiramente livre, tem o dever de apoiar o povo americano em defesa de sua pátria.

    Abaixo um link contendo quatro artigos sobre o 11 de setembro:

    http://www.olavodecarvalho.org/convidado/terrorismo.htm

  3. O meu sentimento em relação à construção da mesquita em Ground Zero é de tristeza., é de revolta, é de incompreensão, mas também é de apatia. N~]ao vale a pena lutar! Quem governa há muito que vem trabalhando para perder a cabeça e, em alguns pontos, já a perdeu por completo. São cegos, mudos, surdos, totalmente insensiveis: nada os toca, nada os demove do seu pensar.
    Um dos argumentos a favor da construção é que era uma prova da nossa tolerância. Da nossa tolerãncia? Não, da nossa capitulação! A nossa tolerância é vista dia a dia, momento a momento, por todos lados. Em toda a parte há mesquitas; em toda a parte há centros de ensino muçulmano, por toda a parte as nossas universidades emsina o Corão. Não são prova de tolerância suficientes? Eles, os islamistas, é que precisam de mostrar a sua tolerância. Onde se pode construir uma igreja cristã num páis maoria islãmica? Onde se pode ensinar a doutrina cristã num país árabe? Em que país árabe é que um cristão está livre se ser perseguido por ser cristão? Onde é que, por ser cristão, um homem está livre de ser despedido do trabalho num país árabe? E nós é que somos os intolerantes.
    Atacar maomé equivale a obter uma sentença de morte! Mas nós somos os intolerantes porque não matamos quem achincalha Cristo.
    O artigo de hoje traz uma coisa que é absolutamente ridícula. Que a Emenda primeira permite que os árabes contrua a sua mesquia no Ground Zero. Então se é assim, porque pedem autorização? Já a têm! Nós, os ocidentais, os cristãos, não negamos aos árabes a possibilidade de contruirem uma mesquista. Não fazemos o que eles fazem! Mas eles só podem fazer a mesquita onde a autoridade do território determinar. Senã, amanhã, eles quererão fazer uma mesquita na ilha onde está a Estátua da Liberdade!

  4. Vivemos o Apocalípse, nada deve nos espantar, quando se cumpre a palavra de Deus. A batalha do Armagedon se aproxima e para ela está havendo os preparativos. Acontecendo coisas espantosas. Essa se desenvolverá contra Israel, em Israel, todas nacões se levantará contra ele, Israel, que será salvo por intervenção direta dos Anjos. A Igreja de Cristo, não estará mais aqui. Vamos fazer parte Dela? Até a Próxima. Um Abraço.

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