A “TERRABRAS” vista por dentro
Imaginemos que os assentados constituem uma espécie de parceiros do INCRA.
Eles entram com o trabalho, conhecimentos técnicos e administrativos, máquinas, instalações e capital de giro. Por sua vez, o INCRA entra com a terra (concessão de uso) e assistência técnica.
Acontece que uma vez que os parceiros assentados não dispõem de capital nem de capacidade administrativa, e muito menos de conhecimento suficiente, o INCRA se vê obrigado a lhes conceder financiamentos de fundo perdido, além de ampla assistência técnica.
Fato tanto mais grave quanto a condição de êxito de qualquer iniciativa envolvendo produção depende da qualificação do trabalhador.
Para se conhecer o nível de formação do assentado, podemos fazer uso de vários indicadores. De um lado, sua experiência no trabalho agrícola como trabalhador manual e como gestor na produção. De outro, seu nível de conhecimento técnico e administrativo, incluindo conhecimentos elementares como ler e escrever.
Finalmente, características culturais e psicológicas, como grau de responsabilidade e capacidade de empreender, além do desejo de perfeição no trabalho, entre outras.
De acordo com o censo de assentamentos, 40% dos assentados são analfabetos ou semi-analfabetos, enquanto 42% cursaram o primeiro grau. 33% têm idade acima de 48 anos e apenas 67,5% são oriundos do meio rural.
Tais cifras indicam a falta de condições mínimas para que a maior parte dos assentados possa alcançar êxito enquanto produtores rurais independentes.
Portanto, sem considerar razões ideológicas que expliquem o fato, não é de estranhar que após 50 anos de vigência da Reforma Agrária, tão somente 2,5% dos beneficiados tenham obtido o título de propriedade da terra, tornando-se efetivamente independentes.
A mais de 50 anos eles vem forçando no Brasil uma reforma agrária radical, para exatamente resolver um poblema inesistente. Mas continuão tentando apesar de todas elas ter se transformado em favelas rurais.
Neste artigo vemos muito bem, que a maior parte deles não tem vocação para terra, não tem infra-estrutura e que só 2,5% dos beneficiados tem o título da terra.
Porque tanta insistência no erro?