Quanto mais se avizinha o centenário das aparições de Fátima, mais cresce o sentimento de que se aproxima o cumprimento das terríveis advertências feitas por Nossa Senhora em 1917 caso o mundo não obedecesse ao seu apelo à penitência.
É de toda evidência que esse apelo não foi atendido. A partir de então os costumes morais se degradaram até atingir um ponto inimaginável, e a corrupção invadiu todas as esferas oficiais, civis e eclesiásticas.
Nossa Senhora fez também um pedido muito específico e incontornável, com condições claramente definidas: além da penitência e emenda dos costumes, a consagração nominal da Rússia ao Imaculado Coração de Maria, a ser feita pelo Papa com o concurso de todos os bispos do mundo.
Esse pedido não foi atendido, como aliás observou, entre outros, o Pe. Gabriele Amorth, exorcista oficial de Roma, a diocese do Papa.
É claro que o centenário de Fátima não significa necessariamente o cumprimento dos castigos anunciados, mas é uma circunstância que convida a pensar neles e no meio de afastá-los mediante a penitência e a efetivação da consagração da Rússia nas condições fixadas por Nossa Senhora.
Neste contexto histórico e moral, o Santuário de Fátima, em Portugal, registrou em 2015 a maior afluência de peregrinos desde que iniciou a contagem do número: 6,7 milhões.
Os devotos vieram de 162 países. A casa dos pastorzinhos mais visitada foi a de Lúcia – 336.299 pessoas – mais que as dos santos Jacinta e Francisco.
No Dia Nacional da Universidade Católica Portuguesa, o bispo de Leiria-Fátima, Dom Antônio Marto, disse que a mensagem de Fátima “depois das Escrituras” é a “denúncia mais forte e impressionante do pecado do mundo” e “convida toda a Igreja e o mundo a um sério exame de consciência”, informou a agência Zenit.
A declaração veio de encontro à preocupação de inúmeros fiéis. Infelizmente, as personalidades eclesiásticas evitavam falar dos horizontes espantosos que se abririam caso o mundo não fizesse penitência, abandonasse os maus costumes, e a Rússia não fosse consagrada.
Em lugar disso, pregadores e grandes eclesiásticos preferiam se referir a Nossa Senhora de Fátima e sua mensagem de modo meigo ou neutro, evitando a grave urgência de abandonar o pecado e abrir os olhos do povo para a Rússia enquanto instrumento da cólera divina.
O bispo de Leiria-Fátima acrescentou que a mensagem de Fátima não visa só ao benefício espiritual pessoal dos devotos, mas tem “um alcance histórico e mundial: situa-se no centro das preocupações mundiais e dos acontecimentos históricos mais trágicos do século XX”.
O prelado exemplificou com “os dois grandes conflitos: a primeira e a segunda Guerra Mundial; os totalitarismos estalinista e nazista; a ‘mentira sistemática’ na hora de reescrever a história; um programa de negação de Deus”.
E lembrou as “dezenas de milhões de vítimas feitas em nome da pureza radical da ideologia, da revolução ou da raça, elevadas à categoria de novas divindades”.
Entretanto, o bispo não mencionou o flagelo do comunismo, que se abateria como instrumento de Deus sobre a Terra se a humanidade não abandonasse os maus costumes.
Tampouco mencionou o incumprimento da consagração da Rússia ao Coração Imaculado de Maria, condição que Nossa Senhora colocou para haver paz no mundo.
E é precisamente essa cada vez mais longínqua paz que preocupa mais e mais os homens, enquanto a imoralidade cresce a ponto de ter coonestações, até do divórcio, na mais alta esfera da Igreja Católica.
Em boa medida, a crise que vive o Brasil é devida à difusão dos “erros da Rússia” que estão sendo veiculados por partidos e movimentos comunistas ou cripto-comunistas e clérigos “progressistas”.
Em 1917, Nossa Senhora quis prevenir o mundo, e portanto o Brasil, contra esses erros. Mas, a indispensável reforma dos costumes não aconteceu e a imoralidade na família e na política só piorou.