Cresce o prestígio póstumo da Rainha Maria Antonieta

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    e3fcf063-1e79-4af1-88e1-7f193775ea29Fala-se que uma das razões da Inglaterra ter saído da União Europeia, é que a Rainha Elizabeth teria se declarado por essa solução. E como seu prestígio é imenso nas ilhas britânicas, isso teria influído decisivamente no resultado do plebiscito. O fato não é certo, pois não existe comprovação de que a Rainha Elizabeth tenha se pronunciado a respeito do plebiscito. Entretanto, fato ou boato, o prestígio da realeza na Grã Bretanha é indiscutível e se mostra a todo momento.

    Isso nos leva a falar de uma outra Rainha-símbolo a Rainha Maria Antonieta de França.

    Mais de 220 anos após ter sido guilhotinada pela Revolução Francesa, o prestígio e a admiração pela rainha Maria Antonieta cresce no mundo contemporâneo.

    Símbolo da realeza feminina, Maria Antonieta, essa filha dos imperadores da Áustria, casada com o rei da França Luís XVI, serviu de símbolo-alvo para o ódio revolucionário que se desencadeou no final do século XVIII contra a monarquia e a Religião.

    A fim de “justificar” a sanha ululante que os animava, os revolucionários de 1789 inventaram contra Maria Antonieta toda espécie de calúnias. Chamavam-na pejorativamente de “a austríaca”, “orgulhosa”, “Madame déficit”. Ante o povo que não tinha pão (devido a manobras executadas pelos clubes revolucionários para produzir revolta) ela teria afirmado: “Se não têm pão, comam brioche”, frase que, na verdade, ela nunca disse, mas se encontra em livro do filósofo revolucionário Jean Jacques Rousseau, publicado… vinte anos antes da Revolução Francesa!

    Passada a onda antimonárquica, historiadores imparciais debruçaram-se sobre os fatos e jogaram água fria sobre a febricitação revolucionária. Maria Antonieta começou a aparecer então a nossos contemporâneos, já a partir da segunda metade do século XX, na sua verdadeira estatura.

    Não queremos absolutamente insinuar que ela foi uma santa. Não é disso que se trata. A menos, é claro, que seu martírio, levado com tanta dignidade e com tanto espírito católico, tenha feito dela verdadeiramente uma rainha-mártir. A ponto de ter-se ela negado, catolicamente, nos últimos momentos de sua vida, a receber qualquer sacramento de um padre juramentado (assim eram chamados os sacerdotes que haviam jurado a herética Constituição Civil do Clero).

    Mártir da Igreja perseguida, mártir também da monarquia ultrajada.

    Hoje em dia as apreciações se inverteram, e Maria Antonieta é cada vez mais venerada na França. Um julgamento simulado, feito em Paris por ocasião do bicentenário da Revolução Francesa, proporcionou-lhe uma estrondosa absolvição. Ela tem sido revivida em filmes, em exposições, em objetos de arte.

    Trata-se de um fenomenal revide da História. O mais sintomático, porém, é que a mudança não ocorre apenas da França. Pelo mundo afora a Rainha mártir é cada vez mais simpatizada.

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