Guilherme F. S. Martins
Diz-se que um problema, quando compartilhado, está a meio caminho da solução. Oxalá ocorra o mesmo com a inquietação que desejo expor.
Provém ela de um ato comezinho, corriqueiro, prosaico se quiserem. Cumprindo minha função de provedor – tenho sob meus cuidados muitos dos valorosos voluntários da Caravana Terra de Santa Cruz – precisei comprar alguns sabonetes. Analisados os diversos fatores que concorriam para minha escolha – preço, tamanho, apresentação, ausência de figuras que pudessem servir de estímulo a maus pensamentos – decidi por um dos candidatos, que venceu a corrida do custo-benefício.
Dias depois, quando fui abrir a embalagem, deparei-me com o seguinte texto: “O hamamélis [produto determinante da fragrância do dito sabonete] é um arbusto originário da América do Norte. Bruxas da região acreditavam que o extrato possuía poderes mágicos, devido a sua propriedade adstringente”.
A tentação foi deixar de lado essa menção às bruxas, como algo que se vai tornando corriqueiro, até com máscara de inocente. Mas a consciência falou mais alto, e exigiu de mim uma análise mais detida.
Logo me lembrei de um trecho de Revolução e Contra-Revolução, do Professor Plinio Corrêa de Oliveira – obra que adotei como livro de cabeceira. Tratando da guerra psicológica revolucionária, o autor afirma:
“Ela [a guerra psicológica revolucionária] lança mão de todos os meios, a cada passo é-lhe necessário dispor de um fator específico para levar insensivelmente cada grupo social e até cada homem a se aproximar do comunismo, por pouco que seja. E isto em qualquer terreno: nas convicções religiosas, políticas, sociais e econômicas, nas impostações culturais, nas preferências artísticas, nos modos de ser e de agir em família, na profissão, na sociedade” (RCR, Parte III, Capítulo II, Item 3).
Se trocarmos “comunismo”, que é a terceira revolução, por “estruturalismo” ou até “satanismo”, quarta revolução, teremos a chave para entender o porquê de uma menção às bruxas norte-americanas numa simples embalagem de sabonete.
Somemos a isso todo o esforço propagandístico em torno de livros do estilo Harry Potter, novelas televisivas contendo em seu enredo contatos preternaturais, e outras coisas mais, tendentes a acostumar o homem do povo a essas realidades, e veremos se não estamos realmente diante de uma verdadeira guerra psicológica, visando levar insensivelmente cada homem – em nosso caso, um pacato comprador de sabonetes – a se aproximar do satanismo.
Como reagir a isso? Com efeito, continua Plinio Corrêa de Oliveira:
“‘Omnes dii gentium dæmonia’, diz a Escritura [“Todos os deuses dos pagãos são demônios” – Sl. 95, 5]. Nesta perspectiva estruturalista, em que a magia é apresentada como forma de conhecimento, até que ponto é dado ao católico divisar as fulgurações enganosas, o cântico a um tempo sinistro e atraente, emoliente e delirante, ateu e fetichisticamente crédulo com que, do fundo dos abismos em que eternamente jaz, o príncipe das trevas atrai os homens que negaram Jesus Cristo e sua Igreja?” (RCR, Parte III, Capítulo III, Item 2).
É o próprio demônio, fautor máximo da Revolução, que assim se vai mostrando, pedindo dos homens inicialmente coexistência, depois admiração, e por fim adoração.
Cabe a nós católicos fazermos frente a essa investida, com as armas que nos oferece a Santa Igreja. Entre elas, fazendo voltar aos lugares públicos os símbolos religiosos, deixando claro ao espírito das trevas – e a seus próceres terrenos, defensores de PNDHs pelo mundo – qual é o Senhor que queremos adorar.
Eu escrevi um montão de coisa e apaguei, desisti de enviar o comentário. Primeiro porque não vão publicá-lo e segundo que alguém pode se ofender. Cheiro.
Certo, o rótulo não muda o conteúdo, mas se o rótulo contém um insulto, por exemplo, ao Façanha, e eu compro o produto porque contém o insulto…@FAÇANHA
Hamamelis é um medicamento usado ha séculos no tratamento de varizes hemorroidais; o resto são tolices obsessivas.
INDICAÇÃO: Chá de Hamamélis Virginiana – USA>>> Adstringente, antiinflamatório, antioxidante, descongestionante, hemostático, higienizante, rejuvenescedor, tônico e vaso constritor, circulação, celulite, tromboses, hemorróidas, dor nos pés, inchaço nas pernas, sinais de envelhecimento e varizes. (In “Chá e Cia”).
O parágrafo “É o próprio demônio, fautor máximo da Revolução, que assim se vai mostrando, pedindo dos homens inicialmente coexistência, depois admiração, e por fim adoração.” deixa bem claro a meta final dessa denúncia que fez Plinio C. Oliveira: a guerra psicológica. Na verdade não encontro palavras de elogio ao ilustre professor pela clarividência e arguta visão dos fatos.
Guilherme,
esta do sabonete é bastante sutil.
Pensemos, por exemplo, em coisas “maiores”, que adentram nossos lares e ninguém as reconhece como, por exemplo, as “maravilhosas” novelas da Globo e programas infantis tais quais o da Xuxa…
Não só estamos formando “cabecinhas”(preenchendo-as com lixo) propensas ao mundanismo, satanismo e outros “ismos”, como até mesmo os adultos se deixam levar sem qualquer resistência.
Incrível…