Segundo a denúncia feita por Plinio Corrêa de Oliveira, em seu livro Revolução e Contra-Revolução, a crise que abala o mundo moderno “tem sua raiz nos problemas de alma mais profundos” e atinge “todos os aspectos da personalidade do homem contemporâneo e todas as suas atividades”.(1)
Essa subversão no mais recôndito do homem é o que levou o autor a chamar essa crise de Revolução, com a inicial maiúscula, pois se trata da Revolução por excelência. Ela tem como força propulsora as paixões desregradas, especialmente o orgulho e a sensualidade.
“O orgulhoso odeia genericamente todas as autoridades e todos os jugos, e mais ainda o próprio princípio de autoridade.
“E porque odeia toda autoridade, odeia também toda superioridade, de qualquer ordem que seja.”
A faculdade de raciocinar do homem é o que o diferencia mais dos animais. O orgulho levou o homem revolucionário tão longe que mesmo esta superioridade natural, ele a odeia. A igualdade absoluta é para ele uma necessidade metafísica a que todo homem deve se adequar.
Esclarecimento necessário
É proverbial a fidelidade do cão ao seu dono. A ponto de ser corrente o adágio popular de que o cão é o melhor amigo do homem. Ter um cachorrinho de estimação ou um cão de guarda ou para a caça, sempre foi tido como coisa inteiramente normal e até de bom gosto.
Nada a objetar, portanto, contra o costume de ter consigo um ou alguns cães. Pelo contrário, pode ser útil e agradável. Raciocínio semelhante se poderia fazer a propósito de outros animais domésticos.
Inadmissível, entretanto, é certa tendência moderna, em boa medida espalhada pela mídia e por certas ONGs, de considerar os animais como se fossem seres humanos e estabelecer assim uma ilusória igualdade entre o homem e o animal. Por vezes, essa tendência chega a ter contornos religiosos, tornando-se assim supremamente perigosa para a própria concepção que temos de Deus e para a salvação das almas.
É a respeito desse abuso monstruoso no relacionamento homem-animal que escrevemos as linhas que seguem. Fique pois claro que não se trata aqui do fato comum e corriqueiro de ter animais em casa e tratá-los bem. Vamos pois ao nosso tema, sem mais delongas.
“Sua Excelência… o cão!”
Folheando uma coletânea da revista Catolicismo (2), encontrei na edição de número 435, março de 1987, um artigo cujo título era: “Sua Excelência… o cão!”. Achei o título chocante e as ilustrações ainda mais, e resolvi ler a matéria. O texto discorria sobre a conquista dos cães na sociedade humana que já naquela época possuíam hotéis, cemitérios, psicólogos e até direito a freqüentar igrejas…
Impressionado com o artigo, decidi pesquisar quais foram as novas conquistas dos animais – melhor dizendo, até onde chegou a degradação do homem – a influência deles na sociedade. Procurei primeiro notícias antigas e não demorei muito para encontrar. Depois da leitura, fiquei com a impressão de que agora o animal passa a ter um status de semi-homem.
No jornal comunista L’Humanité (3), encontrei uma entrevista antiga publicada pelo cineasta japonês Nagisa Ôshima que escreveu o roteiro do filme “Max mon amour”.
O filme relata as relações de uma mulher, esposa de um diploma inglês, com um chimpanzé. Segundo Ôshima o trato entre o homem e o animal fazem parte do fundo cultural japonês. “No pensamente oriental não há distinção clara entre um homem e um animal. Foi o cristianismo e as religiões deste tipo que opuseram o animal ao ser humano.”
Porém, mais desconcertante foi uma outra, publicada pela revista francesa “Monde Vie” (4), do então representante do Office Catholique du Cinéma, o padre J. Michel de Falcaux. Afirmou o sacerdote: “Longe de lamentar, o conteúdo do festival de Cannes apresentou o aspecto caritativo do filme “Max mom amour”. Era preciso ver nisso uma lição de tolerância para com os outros: os horríveis, os malfazejos, os bastantes diferentes de nós.”
Cansado de ler essas notícias que me causaram até certo mal estar, resolvi ver qual é a situação hoje. Acessei um site de busca e sem demora me apareceram artigos sobre o modo dos homens tratarem os animais. Elas me demonstraram uma flagrante inversão de valores onde o homem contemporâneo, afastado de Deus, vai indo fundo na sua auto-degradação.
O motivo oculto que explica porque o homem trata o animal a sua imagem e semelhança
Segundo o site G1, o fotógrafo Tim Flach escreveu um livro cujo o título é “Dogs Gods” (Deuses cães). Nele Tim defende que a relação entre os homens e os cães podem modificar e manipular a natureza. Afirmou: “Cães são o relacionamento domesticado mais antigo que temos e o mais interessante. Em parte nós os criamos e em parte eles nos criaram“. (5)
Para a escritora Amélia Kassis, “o cão não pode substituir um filho ou marido, mas pode ensinar como agir em nossos relacionamentos” (6). Mas já para o site Jcnet os “Cães e gatos estão tão incorporados às famílias e aos rituais humanos que não é apenas no nascimento que eles recebem todo carinho possível. Quando chegam ao final de sua vida também”. Os bichos são encaminhados “para várias regiões do Brasil onde há cemitério para cães e gatos…” onde alguns possuem até “sala velatória”. (7)
Segundo National Geographic, o assunto ainda vai mais longe: “Cientistas chineses da Universidade de Medicina de Xangai, em 2003 fundiram células humanas com óvulos de coelho. Os embriões foram denominados como as primeiras quimeras humano-animal criadas com sucesso.” (8)
Seria isso uma tentativa diabólica de introduzir os animais à dignidade de humanos? Ou, refazendo melhor a pergunta, de rebaixar os homens à condição ontológica de simples animais?
Não pára por aqui. Longe de diminuir, as inversões de valores continuam…
Segundo o site da Band, (17/07/2010) (9) “Concurso em Campos do Jordão escolhe cão mais parecido com o dono”. Nesse evento, os cães estavam “enfeitados ou vestindo a mesma roupa de seus donos.”
Qual é razão misteriosa que faz com que o homem não queira ser mais a imagem e semelhança de Deus e, sim, por sua vontade, a imagem e semelhança dos animais?
Se isto é bem verdade para os animais, por que não é verdade para as plantas?
Até hoje, em minha pesquisa não encontrei nenhuma notícia sobre plantas. Mas quem sabe se daqui a uns dois, três, cinco anos não aparecem ecologistas alertando para os maus tratos que o homem causa a nossos “irmãos vegetais”, que seriam “iguais a nós”. A partir de então, até comer plantas poderá sofrer restrições…
Por quê? Porque no fundo, para os revolucionários mais arditi, tudo é deus, tudo faz parte do “pan”. É o lado gnóstico da Revolução que aparece em todo o seu horror.
No fundo de tudo, “a eterna revolucionária”
Que conseqüência poderíamos tirar de tanta abominação moral que corrompeu a sociedade? Qual será a próxima etapa da Revolução gnóstica que visa fazer o homem conviver igualitariamente ao lado “dos horríveis, dos malfazejos, dos bastantes diferentes de nós.”?
No fim de tudo está – como concluiu o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira na obra já citada – ” a primeira, a grande, a eterna revolucionária, inspiradora e fautora suprema desta Revolução, como das que a precederam e lhe sucederem, é a Serpente, cuja cabeça foi esmagada pela Virgem Imaculada. Maria é, pois a Padroeira de quantos lutam contra a Revolução.” (1)
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Referências
(1) “Revolução e Contra-Revolução”, Plinio Corrêa de Oliveira.
(2) Revista “Catolicismo”, número 435, de março de 1987
(3) Revista “L’Humanité”, Julho de 1986
(4) Revista “Monde Vie”, 22 de agosto de 1986.
(5) Site “G1”, acessado em 22/03/2011 http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/10/livro-explora-relacao-milenar-entre-homens-e-caes-1.html
(6) Revista “Kalunga”, kassis Amélia – Agosto de 2002
(7) Site “Jcnet”, acessado em 22/03/2011 http://www.jcnet.com.br/detalhe_bairros.php?codigo=202023
(8) Site “National Geographic”, acessado em 22/03/2011 http://news.nationalgeographic.com/news/2005/01/0125_050125_chimeras.html
(9) Site “Band”, acessado em 22/03/2011 http://www.band.com.br/jornalismo/esquisito/conteudo.asp?ID=100000324665
Muito bom este artigo, informativo e esclarecedor.
O que precisamos é de um novo Carlos Magno. Para estar no reino Franco ou se vivia como cristão, ou sair do país ou morte (Poucos escolheram esta hipotese, e os que escolheram, têve-se de usar as armas da fé e as físicas, estas últimas os cristãso têm medo de usar…)
Finalmente alguém coloca os pingos nos is dessa questão. Sempre tive animais em casa e achava que isso era normal e me fazia bem e gosto de cuidar deles. Mas me sentia mal vendo o excessivo cuidado com que tratavam seus animais certas pessoas de meu relacionamento. Começo a entender o desvirutamento dos sentimentos e agora vejo que até do pensamento. Que misterioso processo.
Parabéns pelo artigo!
Considero estes acontecimentos que agora presenciamos,como um retorno progressivo ao estado degenerado ante-diluviano.
Na medida em que as pessoas vão se afastando de Deus,vão se tornando cada vez mais burras.Há um inimigo,um inimigo não de alguns homens,mas de toda a humanidade,que não podendo atingir o Criador,se volta contra a sua obra prima.Após o dilúvio,a decadência do homem reiniciou-se,Deus,após algum tempo,escolheu um homem como patriarca de um povo,povo esse que tinha por missão conservar-se livre da degradação ora reinante,amparando-se em uma promessa,uma benção e posteriormente em uma lei,pois, a lei natural já estava sendo esquecida.Deste povo,que era o povo Hebreu,Deus reservou alguns de seus membros que não apostataram,para conservarem-se em estado de amizade com Deus e posteriormente,escolher entre esses,uma mulher para nela fazer-se encarnar como homem e assim,salvar deste estado de coisas e da velha serpente que é o Demônio,todos quantos crerem no Cristo e forem batizados,inclusive os membros da velha aliança que o aceitarem.
Pois sim,acredito que o Demônio quer rebaixar o homem à condição animal,enquanto Deus,nosso Criador,nos chama a sermos mais do que sua imagem e semelhança,chama-nos a sermos seus filhos em Cristo.