De quando em quando — cada vez com maior frequência — lemos numa manchete a notícia do projeto de alguma bomba atômica, ou ouvimos psicologicamente o sibilar de uma ogiva nuclear. E depois…, depois mais nada! Segue-se um silêncio cinza e voltamos ao quotidiano.
Incertezas, insegurança, intranquilidade tornaram-se características do mundo contemporâneo. “A partir de agora, a desordem reivindica seu lugar” (Edgard Morin). E o silêncio atarantado, que sucede aos dias de apreensão, domina com sua monotonia.
Além de toda a imoralidade e das más doutrinas, temos o caos que, como afirma Plinio Corrêa de Oliveira, é “um catastrófico auge de todas as desordens e desgraças”. Uma característica dos dias que correm…
Mas não podemos esquecer que estamos no Centenário de Fátima, comemorativo das seis aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos Lúcia, Jacinta e Francisco, as quais tiveram início no dia 13 de maio de 1917 e terminaram no dia 13 de outubro daquele ano. Considerando a época atual como uma página da História, muitos se perguntam se essa página não está a exigir um post-scriptum.
Com efeito, como a Irmã Lúcia refere em sua Quarta Memória, e entre outras coisas, Nossa Senhora disse: “Se atenderem aos meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz. Se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”.
“Por fim” raiará a vitória do Imaculado Coração de Maria. Quando se fala de post-scriptum, não se trata do fim do mundo, mas de um complemento da História. Pois um post-scriptum não representa necessariamente a negação da certa respectiva, mas o início de algo mais.
O que será esse algo mais?
São Luís Maria Grignion de Montfort [imagem ao lado] foi um grande profeta que anunciou esse “algo mais”. Ele profetizou o advento do Reino de Maria, pedindo para isso a Deus que envie “um dilúvio de fogo do puro amor” para purificar a Terra, e que esse fogo será ateado “de modo tão suave e tão veemente que todas as nações, os turcos, os idólatras e até os próprios judeus hão de arder nele e converter-se”.
Quando virá esse tempo afortunado “em que Maria será estabelecida Senhora e Soberana nos corações, para submetê-los plenamente ao império do seu grande e único Jesus? […] Este tempo só chegará quando se conhecer e praticar a devoção que eu ensino –– ‘Ut adveniat regnum tuum, adveniat regnum Mariae’: para que venha o teu reino, venha o Reino de Maria”.
Desejemo-lo com afinco, rezemos com fervor e lutemos com denodo para que este post-scriptum de que falamos venha logo.