Quando os ecologistas criticam os males da revolução industrial — fumaça, ruídos de motores, odores pestilenciais, sujeira de graxa, etc — pode-se até concordar com eles. Não é possível acompanhá-los, porém, na doutrina miserabilista e anticivilizatória que elaboraram, e para cujos fins trabalham. Seus iniciados mais recônditos chegam mesmo a divinizar a natureza e a revoltar-se contra o Criador.
O tema fica apenas enunciado, não é aqui o lugar de explaná-lo. Queremos somente atrair a atenção do leitor para o fato de que essa doutrina anticatólica leva a uma péssima conseqüência prática, aceita pela generalidade dos ecologistas: ao referirem-se à natureza, omitem o fator beleza, portam-se como cegos em relação às maravilhas que Deus criou.
Não estamos falando sequer das artes, frutos da criatividade do homem. A pura natureza é considerada por eles tão-somente como algo em si mesmo existente, independente do que ela pode simbolizar. Tanto faz ser um delicado beija-flor como um rato repugnante, uma esplêndida rosa perfumada ou a chamada flor-cadáver, que exala um cheiro insuportável. Tudo é natureza, para eles.
O absurdo de tal tendência pode ser avaliado contemplando-se a beleza nas cinco fotos que aqui reproduzimos:
Belezas como estas remetem o espírito humano para a existência de uma Beleza suprema, fonte e inspiração de todas as belezas criadas — o próprio Deus Nosso Senhor. Isto os ecologistas radicais rejeitam.
Dias desses falando sobre a água do nosso batismo, dizia que ela realiza o que nós mesmo nos propomos a realizar. Por exemplo, se estamos necessitando de um banho, ou de apenas lavar as mãos, ou ainda de beber para amainar a sede, a água realiza esse nosso desejo. Se for para fazer a planta que está murchado no nosso vaso ficar viçosa, a água realizará esse processo. E me veio à mente os fatos biblicos da água em certos momentos importantes, como o batismo de João, o encontro de Cristo com a samaritana e o ato de Jesus ao lavar os pés dos apostolos. João dizia que usava água para o batismo, mas depois dele viria outro maior que ele que batizaria no fogo e no Espirito. Cristo, no encontro com a Samaritana diz a ela quem bebe desta água volta a ter sede, mas a água que ele oferece jorra para a vida eterna. E na Instituição da Eucaristia, ao lavar os pés dos apostolos, chega a Pedro que recusa e Jesus diz “se eu não te lavar os pés não terás parte comigo”.
Considerando o que foi dito no inicio, que a água realiza o que nós nos propomos realizar, vale dizer também que tudo o que fizermos pela natureza criada por Deus, faremos parte de seus projetos divinos e as Belezas criadas (por nós) remetem para a Beleza suprema.
Repugna a idéia de que a natureza exista para si mesma e não para o serviço do homem e meio criado por Deus para que através dela o homem dê glória a Ele.