2017 — Fragmentações religiosas, políticas, sociais e culturais

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A matéria de capa da edição da revista Catolicismo deste mês apresenta uma visão de conjunto de 2017 — ano complexo, transcorrido numa situação especialmente caótica.

Por exemplo, ao mesmo tempo em que se verificavam nos EUA diversas rachaduras, acirradas pelas esquerdas após a investidura do presidente Trump, a Coreia do Norte provocava aquela poderosa nação, lançando mísseis sobre o Japão e bases americanas, trazendo de volta o perigo de uma guerra atômica.

Vários países europeus foram golpeados por ataques de terroristas islâmicos, gerando pânico nas populações. Estas se manifestam cada vez mais descontentes com o centralismo socializante da União Europeia — principal responsável, juntamente com o Papa Francisco, pela acolhida no continente de centenas de milhares de muçulmanos. Como se isso não bastasse, despontaram no Velho Mundo, incentivadas pela Rússia de Putin, perigosas tendências separatistas, a mais grave das quais ocorreu na Catalunha.

No plano político, solidificaram-se as ditaduras na China, na Rússia e na Venezuela. No campo religioso — no centro do qual, segundo um autor europeu, prevalece também uma ditadura —, a confusão doutrinária acentuou-se de modo drástico. Basta lembrar o documento pontifício Amoris laetitia, que abre a possibilidade de conceder a comunhão a divorciados recasados. Multiplicaram-se as súplicas ao Soberano Pontífice para que restabeleça a clareza do ensinamento católico sobre a Eucarística, a família e a “moral de situação”.

Causou estupefação a escandalosa comemoração pelo Vaticano dos 500 anos de Lutero — arqui-inimigo da Igreja e do Papado —, marcada por um selo postal em que o heresiarca e seu comparsa Melanchton figuram aos pés da Cruz no lugar de Nossa Senhora e São João Evangelista. Por isso e por outros episódios que afetaram diretamente o ambiente católico, o vaticanista Sandro Magister constatou a crescente decepção do público em relação ao Papa Francisco.

Houve também em 2017 um incremento de atos blasfemos, sacrílegos e satânicos. Ademais, foram tomadas iniciativas visando a uma expansão comuno-tribalista em regiões brasileiras, particularmente na Amazônia.

No ano do centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima é inegável que a Igreja Católica viveu uma crise profunda e ameaça de fragmentação. Entretanto, tornou-se patente o fortalecimento do senso da indestrutibilidade da Nave de Pedro e o desejo da ordem consubstanciada na promessa de Fátima do triunfo do Imaculado Coração de Maria.

Nesta esperança e na confiança da intervenção da Providência Divina nos acontecimentos de 2018, desejo a todos diletos leitores um abençoado Ano Novo repleto de graças.

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Fonte: Revista Catolicismo, nº 805,  janeiro /2018.

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