São Pedro nasceu em Viena do Delfinado, na França, pelo ano de 1102. Seus pais eram de condição humilde, mas deram aos filhos a riqueza da religião católica bem vivida. Sua casa era o abrigo de pobres e peregrinos, asilo para religiosos, que pagavam generosamente a hospitalidade com santas instruções, orações e exemplos.
O pai do santo, que também se chamava Pedro, por sua piedade é chamado nos anais de Cister de “o Bem-aventurado Pedro”. E sua mãe, tornando-se viúva, tornou-se religiosa e abadessa. Um de seus irmãos, Lamberto, abade, é também chamado santo, outro foi religioso, e a irmã também entrou no mosteiro onde sua mãe era abadessa. Assim, foi numa família de santos que nasceu Pedro.
Quando pequeno, Pedro teve que guardar o rebanho dos pais, rezando o Saltério enquanto vigia o gado.
Quando seu irmão Lamberto começou seus estudos, Pedro permanecia na sala e, sem que ninguém o percebesse, ouvia também as lições. Com uma memória prodigiosa, guardava tudo para depois, só, repisar o que tinha aprendido.
Aos vinte anos ele obteve do pai licença para entrar na abadia de Bonnevaux, dos cistercienses. Nela viveu durante dez anos, atraindo para ela, por sua santidade e como outro São Bernardo, seu pai, seus dois irmãos, e dezessete senhores.
Como sabia bem obedecer, concluíram que ele também sabia mandar, e o encarregaram de fundar uma abadia em Tamié, na diocese de Tarantásia, entre as montanhas da região entre Genebra e a Sabóia.
Os princípios desse mosteiro foram muito duros. Os monges viviam a pão e água, com algumas hortaliças temperadas só com sal. Todos seus esforços eram no cuidado dos pobres, dos peregrinos e dos viajantes. Tal era a fama de São Pedro, que Amadeu III, conde da Sabóia, vinha frequentemente receber suas instruções.
Quando, em 1138, vagou a arquidiocese de Tarantásia por ter sido deposto seu arcebispo por mau uso dos bens de sua igreja, São Pedro foi escolhido para o substituir. O santo não quis de nenhum modo aceitar tal honra, mas o Capítulo Geral de Cister e, em particular São Bernardo, declararam-lhe como dever sujeitar-se à vontade de Deus.
Ora, o Santo encontrou o clero da catedral pouco disciplinado e muito negligente. Substituiu-o então por cônegos regulares de Santo Agostinho. Obrigou também aos padres que tinham usurpado bens de suas igrejas, que os restituíssem. Proveu as igrejas da arquidiocese do que era necessário para a dignidade do culto divino. Fundou um hospital para os pobres e enfermos, estabeleceu e dotou o Pequeno São Bernardo, para atender aos que se extraviavam nas montanhas. A sua própria casa tornou-se um asilo no qual eram recebidos toda sorte de indigentes, estrangeiros e enfermos.
São Pedro era muito frugal em suas refeições, comendo só ervas e pão; dormia pouco, e dedicava grande parte da noite a orações e penitências.
A fama de sua santidade crescendo sempre, para fugir da popularidade, São Pedro trocou suas vestes pela de um mendigo, e fugiu para um convento de sua Ordem no fundo da Alemanha. Esperava-o lá um papel importantíssimo: combater o cisma provocado por Frederico Barba-Roxa, que levantara um antipapa na pessoa de Vitor III. O arcebispo de Tarantásia foi quase o único súdito do Império que se declarou pelo papa legítimo, Alexandre III, no que foi seguido pela Ordem de Cister em peso.
Este Papa chamou então São Pedro a Roma. Ele lá chegou com muitas pregações e muitos milagres pelo caminho. Em 1170 o Papa encarregou-o de reconciliar Henrique II, rei da Inglaterra, com Luís VII, da França.
Finalmente, quando São Pedro de Tarantásia se dirigia para o convento de Bellevaux, onde era esperado com impaciência, uma indisposição o obrigou a descansar à margem da estrada, junto a uma fonte. Lá entrou em agonia, sendo transportado para aquele convento, onde faleceu no dia 8 de maio de 1174.
[…] Fonte História: Instituto Plínio Corrêa de Oliveira […]