A LEC (Liga eleitoral Católica) venceu a esquerda dos anos 1930
A vigorosa entrada em cena da reação conservadora, como um dos pólos do Brasil, iniciada em manifestações populares autênticas a partir de 2015, incentivou-nos a pesquisar a História de nossa Pátria no último século.
Houve, no século XX, uma reação conservadora que marcou os destinos do Brasil? Sim, a Liga Eleitoral Católica!
O idealizador dessa liga católica e seu principal expoente, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, o mais votado deputado à Constituinte de 1934, assim descreve o objetivo da LEC:
“A Liga Eleitoral Católica não era propriamente um partido político. Era um organismo que não devia indicar deputados próprios, mas devia votar nos deputados católicos dos vários partidos que se comprometessem a defender um programa católico. O programa era proibição do divórcio, era o ensino religioso nas escolas oficiais, capelanias para as Forças Armadas, (…) A LEC é uma Associação que existe em todo Brasil, para arregimentar os eleitores católicos em defesa da Igreja. (…) combaterá o socialismo e o comunismo”.
Essas eram as reivindicações mínimas da Liga Eleitoral Católica” (1)
Um lobby pré eleições de 2018?
Aqui está uma excelente idéia para as eleições de 2018.
A Liga Eleitoral Católica, em sua época, apresentava aos vários partidos políticos um programa católico mínimo, cujos tópicos cada candidato deveria se comprometer por escrito a respeitar caso fosse eleito. Excepcionalmente, conforme as circunstâncias peculiares de cada Estado, a LEC podia, sem prejuízo de seu caráter extra-partidário, apresentar ela mesma candidatos próprios.
O sucesso que obteve foi marcante. Com seu apoio, elegeram-se, em todo o Brasil, dezenas de deputados constituintes.
Um dos mais importantes efeitos da LEC foi criar, na maioria conservadora do Brasil, uma consciência de sua própria força — consciência essa que até hoje constitui o maior obstáculo para a comunistização do Brasil.
Isso preparou o terreno para que multidões saíssem às ruas, desde 2015, dizendo não à socialização do Brasil.
Comenta Margaret Todaro (EUA) a importância da LEC:
“Um dos fenômenos mais curiosos que se recordam nos anais da história da Igreja latino-americana foi uma instituição peculiarmente brasileira conhecida como Liga Eleitoral Católica”.
De ideais elevados, — mas confundidos na prática, recusando o status de partido político, entretanto envolvendo a Igreja em todas as campanhas políticas do momento, — a Liga funcionou entre 1932 e 1937 como um grupo de pressão sob os auspícios diretos da Igreja Católica e operou numa escala nacional muito mais extensa que os próprios partidos políticos que ainda tinham um caráter mais regional”.(2)
A eficácia de LEC impediu os planos da esquerda
No mesmo sentido, declara o ex ministro Paulo Brossard: “A LEC foi a organização extrapartidária que na história do Brasil exerceu a maior influência política eleitoral”.(3).
Um depoimento de categorizado insuspeito: Osvaldo Aranha, o homem mais importante do Governo, durante a ditadura de Getúlio Vargas, assegurou a D. Leme que “Se os católicos não se tivessem congregado para interferir nas eleições de 1933, o Brasil estaria hoje definitivamente desviado para a esquerda”. (Legionário, 20-12-1936).
Por outro lado, o Arcebispo de São Paulo, D. Duarte, afirmara publicamente que o comunismo vinha nas mochilas dos soldados da Revolução de 30.
O exemplo da LEC e o desafio a esta geração
Foi possível em 1930 impedir que o socialismo tomasse conta do Brasil -– é o que comenta Osvaldo Aranha — os revolucionários de 1930, que marcharam do Sul do País a fim de tomarem o Poder, almejavam implantar o socialismo no Brasil. Chegados ao Rio de Janeiro, viram as grandes manifestações religiosas em honra de Nossa Senhora e compreenderam que o seu plano não poderia efetuar-se em linha reta.
O exemplo histórico da LEC nos ajuda a compreender que “quando os homens resolvem cooperar com a graça de Deus, são as maravilhas da História que assim se operam: é a conversão do Império Romano, é a formação da Idade Média, é a reconquista da Espanha a partir de Covadonga, são todos esses acontecimentos que se dão como fruto das grandes ressurreições de alma de que os povos são também suscetíveis. Ressurreições invencíveis, porque não há o que derrote um povo virtuoso e que verdadeiramente ame a Deus”.(4)
Nosso desafio: atualizar o quadro para 2018
A reação conservadora soube ver, com a intuição própria ao brasileiro, que:
– a Ideologia de gênero,
– invasão de propriedades,
– agenda homossexual,
– incentivo à luta de classes, rasgando o tecido social,
– destruição da brasilidade,
são tentáculos de um mesmo polvo: esse é o programa que o petismo quis impor a ferro e fogo. Por exemplo: “Nós contra eles”, insultos à classe média conservadora, ataques à organização das redes sociais, chamada de “subúrbios da internet”.
Aí está o nosso grande desafio: saibamos nos organizar, saibamos combater o bom combate, saibamos cooperar com a graça de Deus, confiantes em Nossa Senhora Aparecida, para realizar a grande missão histórica do Brasil.
Como descrever essa missão? Voltaremos ao tema.
Notas: (1) Plinio Corrêa de Oliveira, Memórias
(2) Margaret Patrice Todaro — Pastores, Profetas e Políticos: Um Estudo sobre a Igreja Católica Brasileira, 1916-1945 — Faculdade de Ciências Políticas, EUA..
(3) (Paulo Brossard – Ex ministro da Justiça – Jornal de Minas, Bhte,3-7-1986)
(4) Revolução e Contra Revolução, Plinio Corrêa de Oliveira, Parte II Cap IX