É difícil conceber como um governo pode, por causa de uma ideologia espúria, levar uma população inteira lentamente ao extermínio da maneira mais cruel. Isso está se passando na Venezuela no governo de Nicolás Maduro. A pobreza atingiu tal grau no país, que faltam até os medicamentos mais básicos nos hospitais. O que tem provocado muitas mortes, sobretudo os recém-nascidos que não viverão para ver dias mais felizes.
A situação é tão trágica, que se converteu em notícia internacional a morte de Oliver Sánchez [foto ao lado], menino de 8 anos que, diante da escassez de remédios, saiu às ruas com um cartaz pedindo para ser curado.
Depois de ter ocasionado muitas mortes, essa crise agora atingiu o clero. Nos últimos tempos, já morreram três sacerdotes à míngua, por falta de medicamentos. Em abril de 2017, faleceu o Pe. José Luís Arismendi, de apenas 35 anos, no Hospital Universitário de Los Andes, por falta dos medicamentos de que precisava. Em fevereiro deste ano foi a vez do Pe. Nemis Bolaños, pároco da igreja de São José, em Barqusimeto, que faleceu de uma doença renal também por falta de medicamentos próprios à sua doença.
Mais recentemente, no dia 5 de abril, faleceu o Pe. José Luís Jaimes González, também por causa da escassez de medicamentos que padece o país. O sacerdote, nascido em maio de 1971, foi vigário da paróquia de Nossa Senhora de Los Angeles, em La Grita, vigário da paróquia Santo Antônio de Táchira, formador do Seminário Santo Tomás de Aquino, e pároco das paróquias do Santíssimo Sacramento, de Rubio, e Nossa Senhora da Luz, em Santo Antônio de Táchira.
Mas não é só. Nos últimos dias, D. Roberto Lückert, arcebispo de Coro, precisou recorrer às redes sociais para conseguir os medicamentos que necessitava para sua enfermidade. Ele os pediu em um twiter, que se tornou viral.
O bispo de Tachira, de onde era o Pe. José Luís, disse durante a Missa de exéquias por ele celebrada na Basílica de Santo Antônio del Táchira: “Se a Venezuela não vivesse esta crise, o Pe. José Luís não estaria morto neste momento. Ele sofreu a mesma situação que estão vivendo tantas pessoas no povo venezuelano. Há os que querem ocultar a realidade, mas os senhores são testemunhas de como um sacerdote é vítima de um mau sistema de governo. Os sacerdotes somos povo, e sofremos as mesmas dores do povo”.
A situação é tão calamitosa, que os médicos do Hospital Central de Maracay, na região central do país, decidiram recorrer ao Papa Francisco e à Igreja Católica buscando forma de solucionar o problema.
Segundo informa a agência vaticana Fides, o Dr. Martin Graterol, traumatólogo e porta-voz do Hospital, enviou cartas ao Papa e ao bispo de Maracay, solicitando sua intercessão “para permitir o mais rapidamente possível, e com a ajuda de Deus, que se solucione o grave problema da falta de subministros médicos que temos nos hospitais”.
A Igreja na Venezuela tem solicitado repetidamente, sem resposta alguma, a Maduro que facilite um corredor humanitário com ajuda internacional, faça chegar ao país alimentos, medicamentos e outros bens necessários. Ao receber a carta do Dr. Graterol, o bispo D. Conde Alfonzo declarou que há muitos venezuelanos em diversas partes do mundo dispostos a recolher medicamentos para enviá-los ao seu país. Mas disse que o problema se resolveria logo se o governo venezuelano permitisse seu ingresso no país.
Mas a situação está se agravando cada vez mais. A especialista em enfermidades infecciosas, Ana Carvajal, afirmou que a difteria, que desde 1992 não aparecia, agora se calcula que há pelo menos 450 casos. A malária, que não superava 23 mil casos, agora afeta a quase 320 mil pessoas em pelo menos nove regiões da Venezuela, enquanto que o sarampo já ceifou a vida de 26 crianças, só na zona do Delta do Orinoco.
O jornal “El Tiempo”, de Bogotá, afirmou que “a principal causa do regresso destas enfermidades, além da pobreza, é a drástica redução na importação das vacinas com as quais se podem prevenir”.
O ex-Ministro da Saúde, Félix Oletta, que também é membro da Aliança Venezuelana pela Saúde, disse que isso “Foi um processo paulatino; identificamos uma importante debilidade no sistema de saúde venezuelano, e a notificamos desde o ano de 2013”.
Segundo a CNN, o racionamento de remédios por parte do governo fez com que inclusive os analgésicos sejam difíceis de se encontrar. Durante anos os venezuelanos têm tido que sair em busca de penicilina e outros remédios nas farmácias, muitas vezes sem conseguir.
Esse regime diabólico que governa o país fez com que a Venezuela, o país com maiores reservas de petróleo do mundo, sofresse uma crise econômica que, em 2015, atingiu o nível de inflação mais alto do mundo, com 180%; em 2016 chegou a 500% e, segundo o Fundo Monetário Internacional, espera-se que chegue este ano a 1.660%.
A dureza desses homens que assim desgovernam o país, é de se clamar aos céus. Esse é o regime que muitos queriam para o Brasil, e que, com a ajuda de Deus, parece estar definitivamente afastado do país enquanto um de seus mentores goza da tranquilidade de uma prisão, que poderá ser-lhe salutar.
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