A instituição da Eucaristia, já celebrada na Quinta-feira Santa, é hoje festejada com a honra que merece tão grande mistério. Essa festa remonta ao século XIII. Instituiu-a em 1246 o bispo de Liège, a pedido instante de Santa Joana, priora do convento sito às portas da cidade, no Monte Cornillon. Tinha sido preparada pela florescente piedade eucarística do século XI, e foi posteriormente introduzida na Igreja universal pelo papa Urbano IV, em 11 de agosto de 1264.

A procissão do Santíssimo, que dela faz parte, tornou a festa do Corpo de Deus, em pouco tempo, uma das mais queridas do povo católico.

O Ofício da festa foi composto por São Tomás de Aquino o qual, por amor à tradição litúrgica, serviu-se em parte de Antífonas, Lições e Responsórios já em uso em algumas igrejas. A procissão surgiu em  Colônia, e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma é encontrada desde 1350.

A Eucaristia liga-se intimamente à vida da Igreja e dos fiéis. Pode-se dizer que é na Eucaristia que esta vida se vai haurir, e que nela se exprime continuamente. Na Santa Missa, a Igreja atualiza sobre os nossos altares, o sacrifício de Cristo, fonte da Redenção, e oferece-O incessantemente a Deus, em união com Cristo. Na Sagrada Comunhão é a união íntima dos fiéis com Cristo, por eles imolado, que se opera, e a transformação de suas vidas pela d’Ele: nascidos para a vida da graça, nas águas batismais, alimentam-se pela Eucaristia como de um pão celeste.

É também a Eucaristia, cuja instituição é narrada na Epistola da Missa deste dia, que resume em si os mistérios da vida privada, pública, dolorosa e gloriosa do Salvador. Particularizando, relativamente ao passado, é “a recordação perpétua” de sua Paixão e Morte, e de seu amor pelos homens, conforme diz a Oração do Comunio da mesma Missa. Relativamente ao presente, é a expressão da unidade da Igreja (Secreta da Missa) e o alimento das nossas almas (Gradual, Sequência, Aleluia e Evangelho); relativamente ao futuro, é o penhor da vida eterna e da imortalidade (Sequência, Evangelho e Post-comunio).

Enfim, a Eucaristia é o Mysterium fidei por excelência, porque nela estão escondidas a divindade e a humanidade de Jesus Cristo.

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