“Paris será queimada”: estas palavras do segredo, obviamente causaram muita impressão na França. Mélanie vidente de Nossa Senhora de La Salette as confirmou repetidamente.
“Paris e o Papa! Paris e o Papa! Oh, infeliz Paris!” era uma exclamação frequente dela.
Também em mais de uma ocasião advertiu a conhecidos de não irem à capital pois temia a proximidade do cumprimento da visão.
Na versão oficial de 1851, Mélanie escreveu: “Paris, esta cidade suja de toda espécie de crimes, perecerá infalivelmente”.
Mélanie não foi a única a transmitir essa advertência divina à Cidade Luz. Também o fez São João Bosco.
Na Epifania de 1870, o santo de Turim teve um sonho profético. Nele viu três castigos sucessivos caírem sobre Paris e quatro sobre Roma.
Numa carta entregue ao Beato Pio IX, Dom Bosco comunicou a visão nestes termos:
“Na vigília da Epifania deste ano de 1870, senti desaparecerem todos os objetos materiais do meu quarto e me encontrei na contemplação de coisas sobrenaturais. (…) Eis uma ideia do que vi, com a palavra de Deus acomodada à palavra do homem. (…)
“As leis da França já não reconhecem o Criador e o Criador, se dará a conhecer e a visitará três vezes com o açoite do seu furor.
“Na primeira, humilhará sua soberba com derrotas, com o saque, com a destruição de suas colheitas, de seus animais e de seus homens.
“Na segunda, a grande prostituta da Babilônia, aquela que os bons chamam gemendo o prostíbulo da Europa, será privada do seu chefe e tomada pela desordem.
“Paris… Paris…! Em vez de te armar com o nome do Senhor, tu te rodeias de casas de imoralidade. Estas serão destroçadas por ti mesma.
“Teu ídolo será reduzido a cinzas, para que se cumpra que “mentita est iniquitas sibi” [a iniquidade se enganou a si mesma]. Teus inimigos te cercarão e te trarão a fome, o terror e a abominação das nações.
“Mas, ai de ti se não reconheceres a mão que te golpeia! Quero castigar a imoralidade, o abandono, o desprezo da minha lei, diz o Senhor.
“Na terceira, cairás em mãos estrangeiras. Teus inimigos verão de longe teus palácios envoltos em chamas, tuas habitações convertidas num amontoado de ruínas, banhadas com o sangue dos teus valentes, que já não terão vida”.
De fato, Paris sofreu enormes destruições em 1871, em decorrência da revolução comunista da Commune, a invasão prussiana e a guerra civil entre comunistas (communards) e republicanos (versaillais). Também sofreu muito na I Guerra Mundial.
Na II Guerra Mundial Hitler preparou a destruição da capital francesa, mas não chegou a efetivá-la.
Porém, os termos usados por Mélanie na resposta ao engenheiro Dausse – “perecerá infalivelmente” – excluem uma aplicação do segredo de La Salette a qualquer um desses desastres históricos.
A imoralidade de Paris e – o que é mais grave – os erros que se espalham a partir delas, como os da Revolução Francesa ou os de maio de 1968, continuam hoje sua obra corruptora.
De fato, aludindo à Revolução Francesa e aos iníquos princípios que ela espalhou no mundo, Maximin escreveu na redação de 1851:
“A França corrompeu o universo, um dia será punida.
“A fé se extinguirá na França, três quartas partes da França não praticarão mais a Religião, ou quase nada. A outra parte a praticará sem praticá-la bem”.
Em carta de 7 de janeiro de 1872, depois das devastações da Comuna de 1871, Maximin esclareceu que o castigo anunciado sobre Paris ainda não tinha chegado.