O Martirológio Romano traz neste dia: “Em Filipos, na Macedônia, Santa Lídia, purpureira. Conforme narra o bem-aventurado Lucas nos Atos dos Apóstolos, foi ela a primeira que creu no Evangelho quando ali pregou o Apóstolo São Paulo”. O Martirológio não especifica se ela era virgem ou viúva, nem se morreu mártir.
Nos Atos dos Apóstolos, São Lucas narra: “Zarpando de Troade, navegamos diretos para a Samotrácia; no dia seguinte chegamos a Neápolis, dali a Filipos, que é a primeira cidade desta parte da Macedônia, colônia romana, onde passamos alguns dias. No sábado saímos fora da porta, junto ao rio, onde pensávamos estivesse o lugar da oração. E, sentados, falávamos com algumas mulheres que se achavam reunidas. Certa mulher chamada Lídia, temente a Deus, purpureira, da cidade de Tiatira, escutava atenta. O Senhor abrira-lhe o coração para atender às coisas que Paulo dizia. Uma vez que se batizou com toda sua casa, rogou-nos dizendo: ‘Já que me julgastes fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai nela. E obrigou-nos a isso” (16, 11-15).
Isto é o que sabemos com toda certeza a respeito dessa primeira cristã da Macedônia. Segundo consta, ela era natural de Tiatira, cidade da Ásia. Pagã, mas temente a Deus, Lídia se instalou em Filipos, porto do Mar Egeu, para fazer seu comércio. Tornou-se cristã pelo ano de 55.
Essa santa teve a honra das primícias do Cristianismo na Europa. Supõe-se que tivesse largueza financeira – sua casa era suficientemente grande para hospedar São Paulo e seus discípulos – e muita autoridade sobre os seus, pois após a sua conversão fez com que todos os de sua casa fossem batizados. Sua residência tornou-se assim a primeira igreja da Europa. Supostamente tinha também bastante autoridade sobre os seus concidadãos, principalmente sobre as mulheres.
É de se notar que em Filipos não havia judeus, ou se os havia eram muito poucos, nem devia existir sinagoga na cidade, pois São Paulo e os seus julgaram que as margens do pequeno rio Gangas, que passava além da porta da cidade, seria o melhor lugar para começar o seu apostolado.
Embora o culto a Santa Lídia fosse muito antigo, foi Barônio – falecido em 1607 – que com sua própria autoridade a introduziu em 1586 no Martirológio Romano, cuja revisão lhe estava entregue.