Autor: Juan Antonio Montes Varas
Fonte: Revista Catolicismo, Nº 813, Setembro/2018
O relógio marcava 12 horas, naquela manhã do dia 11 de setembro de 1973, quando aviões Hawker Hunter da Força Aérea do Chile começaram a bombardear o Palácio de La Moneda. Nele estava entrincheirado o então presidente socialista Salvador Allende. Após uma resistência rápida e inútil, seus derradeiros adeptos deixaram a sala onde se encontravam. O último deles, Arturo Jirón, médico pessoal de Allende, ao ouvir o disparo de uma metralhadora, voltou ao local e constatou que o presidente se suicidara com sua própria arma.
Assim, há exatos 45 anos, terminou uma trágica história, iniciada mil dias antes com a posse do primeiro presidente marxista eleito democraticamente. O que aconteceu naqueles mil dias fatídicos, para terminar assim? Como pôde um presidente ateu, maçom e marxista ser eleito em um país de maioria católica?
Atribui-se ao filósofo grego Epicteto a máxima segundo a qual nada de grande se faz subitamente. É necessário, portanto, voltarmos no tempo, para entender esse episódio e conhecer as causas que provocaram essa triste consequência.
Uma dupla traição
Allende foi eleito no dia 4 de setembro de 1970, e assumiu o cargo dois meses depois. Sua eleição resultou do abandono pelas principais autoridades eclesiásticas — em consonância com o Partido Democrata Cristão, inspirado por elas — do seu dever de guias dos fiéis católicos. De fato, em um país com 80,9% de católicos, como era então o Chile, teria sido impossível a eleição de um candidato marxista e maçom sem o consentimento e o concurso das autoridades eclesiásticas.
Bem entendido, a ação dessas autoridades não poderia ser abertamente política, pois ficariam desacreditadas diante dos fiéis. Seu modus operandi se deu através do Partido Democrata Cristão — formado “sob as asas da Igreja”, segundo a expressão do cardeal Silva Henríquez —, que se lançou na promoção de reformas de estrutura socialistas, as quais, por sua vez, abriram o caminho para a subsequente ascensão do candidato marxista.
Até mais ou menos o fim da década de 50, a Hierarquia católica chilena apoiava o Partido Conservador, o único confessionalmente católico, que condenava o socialismo e o comunismo de acordo com os ensinamentos universais do Magistério Pontifício. A partir da década de 60, como resultado direto das mudanças introduzidas pelo Concílio Vaticano II e de sua recusa em condenar o comunismo, a orientação do Episcopado chileno mudou diametralmente. Primeiro abandonou os conservadores — que em matéria legislativa geralmente propugnavam leis conformes à doutrina social da Igreja — e em seguida apoiou um pequeno grupo de católicos de esquerda, reunidos sob o nome de Falange Nacional sob a direção do jovem advogado Eduardo Frei Montalva. Apoio tão decisivo e eficaz, que o pequeno grupo da Falange, convertido pouco depois no Partido Democrata Cristão (DC), conseguiu galgar o Poder supremo em 1964, na pessoa de seu líder Eduardo Frei. Este não teve dúvida em atribuir sua vitória às mudanças ocorridas no interior da Igreja Católica.
Além de facilitar a ascensão dos democratas-cristãos, o Episcopado — sob a liderança do Arcebispo de Santiago, cardeal Raúl Silva Henríquez, e do bispo de Talca e presidente do CELAM, Dom Manuel Larraín — encorajou a implantação de uma reforma agrária socialista profundamente confiscatória. Antes mesmo de essa reforma ser transformada em lei pela DC, o que ocorreu em julho de 1967, os bispos acima mencionados entregaram ao governo, para que fossem passadas aos trabalhadores, propriedades agrícolas recebidas de fiéis ao longo das décadas. O gesto continha uma mensagem clara: os católicos proprietários de terras deveriam seguir o exemplo de seus pastores e entregar pacificamente suas propriedades aos trabalhadores.
Tal mensagem constituía uma pressão indevida sobre as consciências de inúmeros agricultores, dado o enorme prestígio moral de que gozavam então as autoridades eclesiásticas. Os católicos que se recusassem a isso, por suspeitarem da equanimidade de seus pastores, seriam ipso facto considerados rebeldes à autoridade da Igreja. Por esta razão, a atitude dos bispos era o melhor apoio de que dispunha o governo da Democracia Cristã para apresentar e aprovar seu projeto de reforma agrária, como sendo inspirado na doutrina social da Igreja.
Um obstáculo inesperado
A situação parecia sem saída, pois os proprietários não tinham suficiente formação católica para entrar em polêmica sobre a legitimidade dessas exigências episcopais e sobre a fundamentação legal dos seus próprios direitos. Tanto as alegações de seus representantes, quanto as da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e de outras associações rurais, se limitavam a argumentos técnicos sobre o rendimento das suas terras e sobre a necessidade de incrementar políticas de crédito para melhor desempenho dos seus trabalhos. Diante de tais argumentos, o presidente Eduardo Frei lhes assegurava que “as propriedades bem trabalhadas não seriam expropriadas”.
Nessa emergência, um pequeno grupo de estudantes universitários, reunidos em torno da revista Fiducia, publicou uma “Interpelação ao Presidente Frei”, com o apoio de mais de 800 jovens de diversas universidades do país. Com base nas teses sustentadas pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em seu estudo A liberdade da Igreja no Estado comunista, os signatários da declaração mostravam a contradição que havia em um partido de nome cristão promover uma reforma que violava dois Mandamentos da Lei de Deus: “Não roubar” e “Não cobiçar as coisas alheias”.
A interpelação causou uma verdadeira comoção pública. Até então a discussão do assunto se limitara a esgrimir argumentos de segunda ordem, e da noite para o dia transformou-se numa polêmica em que se debatia a legitimidade do direito de propriedade privada; e, em consequência, o rumo que o país deveria seguir.
Eduardo Frei preferiu não responder à interpelação, deixando assim cair uma máscara cuidadosamente elaborada por sua propaganda. Em primeiro lugar, essa máscara publicitária o apresentava como um Presidente dialogante; em segundo, como apreciador dos jovens, porque constituíam o futuro. Seu silêncio desmentiu aos olhos de toda a nação esses dois falsos atributos.
A polêmica se arrastou do início ao fim da aplicação do processo agrorreformista, polarizando o país em duas posições cada vez mais antagônicas. De um lado estavam os católicos que, em nome da Fé, consideravam legítimo possuir bens sob a forma de propriedade privada, sempre de acordo com o cumprimento de seu fim social. Do outro lado, os que alegavam professar a mesma Fé, porém sustentando que a propriedade privada não passava de um roubo, praticado pelos possuidores contra os pobres e oprimidos.
Antes de se iniciar essa polêmica, a Democracia Cristã dirigira monoliticamente os destinos do país, mas logo começou a sofrer dissensão em suas próprias bases. Os esquerdistas mais radicais não se contentavam com uma política “morna” de reformas de estruturas, e assim surgiram a Esquerda Cristã e o Movimento de Ação Popular Unitária (MAPU). No campo eclesiástico, fundou-se o movimento Igreja Jovem, que em 1968 ocupou a Catedral de Santiago para protestar contra a encíclica Humanae Vitae, a ida Paulo VI a Medellín e outras reivindicações de esquerda.
Do debate das ideias se passou ao terreno dos fatos. A convivência até então pacífica entre proprietários rurais e trabalhadores começou a ser envenenada pela pregação do clero e do governo, segundo a qual os fazendeiros constituíam uma “casta” que deveria ser destruída. O Ministro da Agricultura de Allende, Ronaldo Calderón, declarou em 1973: “Temos ódio das classes, e essa classe [dos agricultores] desaparecerá”.1 Ao mesmo tempo que os ânimos se polarizavam, expropriações cada vez mais maciças eram promovidas, e a violência se alastrava em todas as outras esferas da vida nacional.
Frei, o Kerensky chileno
Em agosto de 1966, quando esse processo estava em andamento, o Dr. Fabio Vidigal Xavier da Silveira, diretor da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), foi convidado pelos jovens da revista Fiducia para proferir palestras aos agricultores chilenos sobre o livro Reforma Agrária – Questão de Consciência, em torno do qual se haviam erguido no Brasil grandes obstáculos à Reforma Agrária socialista e confiscatória. Essa obra analisava o tema da Reforma Agrária do ponto de vista da doutrina tradicional da Igreja, e demonstrava que receber terras injustamente expropriadas pelo Estado constituía um “problema de consciência”. Nada poderia ser mais apropriado à situação em que vivia o Chile.
A visita de Dr. Fabio Vidigal durou poucos dias. Após uma conferência na cidade de Temuco (600 km ao sul de Santiago), para agricultores e parlamentares da região, foi acusado pelo governo da Democracia Cristã de ingerência em questões de política nacional, e intimado a abandonar o país em 72 horas. A DC começava a demonstrar assim seu caráter ditatorial.
No ano seguinte, Dr. Fabio publicaria nas páginas de Catolicismo seu livro Frei, o Kerensky chileno, que se tornaria um best-seller em todo o continente, apesar de sua circulação no Chile ter sido proibida pelo mesmo Eduardo Frei, sob a alegação de atentar contra a “segurança interior do Estado”. O título do livro fora sugerido ao autor pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, uma vez que a obra da Democracia Cristã se assemelhava em tudo ao papel desempenhado por Kerensky na Rússia, no período que precedeu a revolução bolchevique.
Como conclusão da tese exposta no seu livro, Fabio Vidigal Xavier da Silveira escreveu: “Os estudantes e camponeses da DC que hoje acusam o governo de tímido, de moderado, que ameaçam provocar uma cisão no partido, muito provavelmente quererão amanhã, como salvador da pátria, um Allende, um Jerez, um Silva Solar ou um Chonchol. Qualquer um deles servirá como Fidel. Hoje, pouca diferença há no Chile entre um comunista ou socialista e um democrata-cristão de linha avançada.”2
A premonição não poderia ter sido mais exata. Quatro anos depois, Allende subia à Presidência e Chonchol era nomeado ministro da Agricultura, para continuar de forma “drástica” o processo de Reforma Agrária iniciado por Eduardo Frei Montalva e os senhores bispos.
Em mil dias, catástrofe da Unidade Popular
A eleição de Allende, em setembro de 1970, foi produto do processo de esquerdização das autoridades eclesiásticas, somado à influência de Cuba na esfera continental. Confiado nesse apoio, e sem gozar de real aprovação popular (sua votação até diminuíra entre sua candidatura anterior e a de 1970), Allende iniciou um rápido processo de socialização da vida industrial, bancária, mineradora e agrícola, até então controlada pela classe produtora chilena. Denominou esse processo de “socialismo com empadas e vinho tinto”, para dizer que seria uma fórmula nacional e nova para instaurar a sociedade socialista, sem violência e dentro da lei.
Entretanto, pouco tempo depois tornou-se impossível avançar dentro da lei esse socialismo manso, pois havia garantias legais ao direito de propriedade privada. O governo passou então a penetrar gradualmente nas vias de ilegalidade, através do que se convencionou chamar de “brechas legais”. Consistia em aproveitar de modo distorcido algumas leis não aplicadas até então, e cuja redação imprecisa possibilitava ao Estado confiscar empresas privadas. Paralelamente, e como meio de forçar o confisco de empresas e propriedades rurais, os agitadores socialistas incentivavam as “invasões” violentas e a paralisação das tarefas produtivas. O governo “reagia” procedendo à expropriação, a pretexto de retomar a produção, mas as empresas já estavam nas mãos do Estado ou das cooperativas de trabalhadores socialistas.
Como consequência inevitável, começou e se acelerou rapidamente a escassez de gêneros de primeira necessidade, entre os quais farinha, óleo, carne etc. As filas diante das lojas de distribuição tornaram-se infinitas, e a vida nacional cada vez mais polarizada. A inflação anual entre outubro de 1972 e 1973 atingiu 528,32%. Diante do fracasso geral do socialismo, o país exigia com urgência a renúncia de Allende e a convocação de novas eleições nacionais. A agitação cresceu e alcançou seu paroxismo nas famosas marchas das “caçarolas vazias” e nas paralisações dos caminhoneiros em oposição ao governo.
Diante do fracasso socialista, houve uma voz que não desanimou. O cardeal Raúl Silva Henríquez tentou por todos os meios prolongar a catástrofe. Ele havia iniciado cerca de uma década antes o processo de Reforma Agrária, e agora insistia com a Democracia Cristã para entabular “diálogos” com Allende para evitar sua deposição.
Acordo parlamentar e levantamento militar
Apesar dos esforços do cardeal, já era tarde. Em 22 de agosto de 1973, a Câmara dos Deputados aprovou, por maioria de 81 votos contra 47, um Acordo parlamentar estabelecendo que, em decorrência da “grave violação da ordem constitucional” produzida pelo governo Allende, os ministros militares que constituíam seu gabinete estavam obrigados a “pôr um fim imediato em todas as situações de fato referidas, que violam a Constituição e as leis, a fim de canalizar a ação governativa nas vias do Direito e assegurar a ordem constitucional de nossa pátria e as bases essenciais da convivência democrática entre os chilenos”.
O referido Acordo foi interpretado por Allende e por toda a classe política como um chamado às Forças Armadas para que procedessem à derrubada do governo marxista da Unidade Popular. Na realidade, ele apenas estabelecia por escrito uma exigência que o país vinha fazendo cada vez mais peremptoriamente havia vários meses. Na prática, significava o “golpe de graça” contra o governo de Allende e os que pretendiam impor definitivamente o socialismo marxista no país.
Menos de um mês depois, na madrugada de 11 de setembro, as Forças Armadas e demais forças da ordem fizeram o chamado “Levantamento cívico-militar”, que depôs as autoridades políticas, levando Allende a suicidar-se após uma vã tentativa de resistir.
Magnificat pelo Chile
Na ocasião, Plinio Corrêa de Oliveira publicou o artigo Magnificat pelo Chilena “Folha de S. Paulo”: “Expulso do Chile, o comunismo ipso facto perdeu terreno no continente sul-americano. Como brasileiro e amigo do Chile, alegro-me. E, sem prejulgar em minha alma pormenores que possivelmente Deus e a História não aprovem, entoo interiormente o Magnificat. Sim, o Magnificat que o cardeal Silva Henríquez certamente não estará cantando”.3
Soube-se depois que, entre as autoridades eclesiásticas, o cardeal Silva Henríquez não foi o único a deplorar a queda de Allende. O então Arcebispo de La Serena, Dom Juan Francisco Fresno, mais tarde Arcebispo de Santiago e Cardeal, conta em suas memórias que, encontrando-se em Roma nos dias da queda de Allende, foi chamado pelo Papa Paulo VI, o qual lhe disse que pensava em “excomungar” a Junta Militar que havia protagonizado o golpe de Estado. Eis como ele relata sua conversa com Paulo VI:
“Então ele me disse: ‘Olha, eu vou fazer agora, imediatamente, um ato de excomunhão aos militares que se meteram nisso’. ‘Mas Santo Padre’ — eu lhe disse —, por que, [se] o senhor não tem notícias exatas, porque não houve nenhuma notícia, não é? O senhor recebeu alguma notícia da Nunciatura? O senhor tem um núncio lá, e é um núncio que realmente me dá plena confiança, e dará também ao senhor. Mas tenha notícias do que acontece. Como o senhor vai enviar uma excomunhão [se] ali, entre esses militares, haverá de tudo. Há pessoas católicas, há pessoas que não serão, mas como o senhor vai mandar uma excomunhão assim?’. Então: ‘Não, mas isso não pode ser, isso tem sido uma coisa tremenda, isso não pode acontecer. Uma democracia acabou, e o Chile terá uma influência imensa nas outras democracias da América, enfim, etc.’ Então, de todos os modos, ele insistiu nisso: ‘Vou dar uma excomunhão’. Então lhe disse: ‘Veja, Santo Padre, mas o senhor não me respeita. Eu sou chileno, sou arcebispo e tenho responsabilidades sobre muitos fiéis, dos quais também há militares na minha diocese, e que são católicos. Por que vai uma excomunhão dessa natureza? Respeite-me, Santo Padre’. Eu falei muito duro, admito que falei muito duro; então o Santo Padre diz: ‘Bem, por enquanto eu não vou fazer’, e não fez. Eu reconheço que fui muito duro, reconheço isso. É por isso que nunca contei a ninguém. Mas parece-me que na realidade não se agia com justiça ao fazer com alarde uma coisa assim”.4
De fato, a excomunhão dos que libertaram o Chile do comunismo não chegou a ser formulada.
“Para nunca esquecer, nunca transigir e nunca repetir”
A surpresa e a reação hostil à queda de Allende não vieram exclusivamente do mundo eclesiástico. A partir do dia seguinte, até quase meio século depois desses fatos, a propaganda da esquerda, da mídia, dos representantes do mundo cultural, político etc. não fizeram senão lamentar o fracasso da experiência do socialismo de Allende “com vinho tinto e empada”, e apresentar seus opositores como verdadeiros genocidas.
Para opor-se a essa campanha mundial das esquerdas, e enquanto o Palácio de la Moneda ainda fumegava, a TFP chilena promoveu, com a ajuda de colaboradores da Argentina e do Brasil, um relatório do acontecido nos 1000 dias de governo de Salvador Allende. No editorial de sua revista Fiducia, ficou consignado: “Existe a possibilidade de que, dentro de algum tempo, o passado recente de nossa pátria — passado triste e doloroso — seja esquecido. Ou seja, que através de um consenso nacional tácito para marchar em direção a um caminho de futuro, se apague a memória dos amargos dias vividos.”5
O objetivo da publicação era manter vivos na memória dos chilenos os dias fatídicos vividos no socialismo, e assim impedir o seu retorno.
20 anos depois…
Os socialistas conheciam bem o trauma que sua experiência havia deixado na população chilena, e em consequência entenderam que a única maneira de governar o país era por meio de uma operação psicológica que apagasse da memória esse pesadelo e os apresentasse como “renovados” e liberais.
Tal operação tem caracterizado a obra da Concertación de los partidos por la democracia, que vem governando o país desde 1990, em intermitência com a coalizão de centro Chile Vamos. Mas isso já não faz mais parte da história, e sim da crônica. Por isso deixamos consignada até aqui a memória do inesquecível e glorioso dia 11 de setembro de 1973, uma “segunda independência nacional”.
Notas
- “El Mercurio”, 9 de fevereiro de 1973.
- Fabio Vidigal Xavier da Silveira, in Frei, el Kerensky chileno”, ediciones “Cruzada”, 1968, p. 152.
- Plinio Corrêa de Oliveira, Magnificat pelo Chile, “Folha de S. Paulo”, 16 de setembro de 1973: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/FSP%2073-09-16%20Magnificat.htm
- “Palabras textuales de monseñor Fresno en el De Profundis que realizó en el Cidoc de la Universidad FinisTerrae, em 17 de maio de 2000”, “El Mercurio”, 13 de março de 2007: http://modulos.iglesia.cl/conf/recortes.ficha.php?mod=recortes&id=5103&sw_volver=yes
- “Fiducia”, maio de 1974.
Em 1976 em estive no Chile, em viagem de férias com minha família. Eu tinha 16 anos e era muito influenciado pela cultura política de esquerda, como muitos jovens naquela altura.
Lembro-me de ter visto o Palácio de la Moneda, que ainda tinha marcas de bala em sua fachada, principalmente junto às janelas. Também os prédios em volta da praça do Palácio estavam esburacados à bala.
Logo na chegada a Santiago, saindo do carro de meu pai, fiz uma pergunta a um chileno que estava próximo, aguardando sua mulher.
Eu perguntei se eles (os chilenos) estavam com saudade de Allende. Ele disse: “O que?! Allende, nós o enterramos de barriga para baixo. Assim, quando ele ressuscitar no dia do juízo final e começar a escavar para sair do túmulo, vai acabar enterrado ainda mais fundo”.
Resposta inesperada para mim. Décadas passariam até que a mundirrede apagasse da minha cabeça as imagens de tantos outros mitos socialistas.
Agora estou livre para votar em Bolsonaro.