“Deus estabeleceu misteriosas e admiráveis relações entre certas formas, cores, sons, perfumes e sabores e certos estados de alma, é claro que por estes meios se pode influenciar a fundo as mentalidades e induzir pessoas, famílias e povos à formação de um estado de espírito profundamente revolucionário” – afirma o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em seu magistral ensaio Revolução e Contra- Revolução.[i]
Cada item dessa frase (formas, cores, sons, perfumes e sabores) pode ser objeto de um estudo à parte. Nesse sentido, pareceram-nos interessantes os estudos da Dra. Rachel Herz (foto ao lado), PhD em psicologia, considerada uma das maiores especialistas sobre olfato, emoção e cognição. Ela publicou mais de 80 trabalhos de pesquisas originais, coeditou livros didáticos de sua faculdade e recebeu uma série de bolsas e prêmios de prestígio.
A Dra. Herz leciona no Boston College desde 2000 e faz parte da Brown University desde 2013. Seus estudos têm demonstrado como a memória olfativa evocada por odores é sensivelmente mais importante se comparada com outras experiências de memória, e como as associações emocionais aos odores podem mudar a percepção e o comportamento.
A respeito de um de seus experimentos, escreveu ela: “A fim de investigar como o aprendizado associativo emocional aos odores pode induzir mudanças de comportamento consistentes no humor, examinamos primeiro as crianças (Epple e Herz, 1999). Em Epple e Herz, crianças de 5 anos foram submetidas a uma manipulação de frustração de falha na presença de um odor ambiente não familiar. As expressões faciais no final da manipulação foram julgadas como predominantemente negativas, inferindo-se assim que a tarefa de falha-frustração havia induzido um efeito negativo. Após uma pausa de 20 minutos em uma área sem perfume, as crianças receberam um teste de comportamento motivado na presença do mesmo odor, um odor diferente ou nenhum odor. O teste incluiu uma folha de 120 desenhos de animais, 40 dos quais eram filhotes e 20 desses filhotes não tinham cauda. O objetivo do teste era encontrar e circundar os filhotes aos quais faltasse o rabo quando conseguissem chegar até 10 (90 s). O desempenho foi avaliado pelo número de filhotes circulados corretamente em função da condição de odor ambiente (mesmo, diferente ou sem odor). Os resultados revelaram que o desempenho dos participantes nos grupos com diferentes odores e sem odor era o mesmo. No entanto, as crianças que realizaram a tarefa na presença do mesmo odor circularam significativamente menos filhotes (tiveram escores de desempenho mais baixos) do que os participantes de qualquer outro grupo. Supõe-se que esse decréscimo nos escores dos testes deveu-se à menor motivação provocada pela conexão odor-humor entre as crianças do mesmo grupo de odor e não pelo decréscimo na capacidade, pois as crianças foram alocadas aleatoriamente para o grupo e tinham capacidade intelectual comparável. Este estudo forneceu subsídios para a hipótese de que as experiências emocionais podem se tornar associadas a odores e quando reapresentadas influenciam o comportamento de maneira consistente.” [ii] (grifo nosso)
Como dissemos no início deste artigo, cada item da frase de Revolução e Contra-Revolução relativa a formas, cores, sons, perfumes e sabores pode ser objeto de um estudo à parte. Tal é a profundidade de pensamento de Plinio Corrêa de Oliveira. É o que veremos futuramente, com a ajuda de Nossa Senhora.
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[i] “Revolução e Contra-Revolução”, cap. 10 – 2 https://www.pliniocorreadeoliveira.info/RCR.pdf
[ii]https://nebula.wsimg.com/b93ce0418cb2aaa514d0738a6350430d?AccessKeyId=8EDA5F5F52DB897ECD55&disposition=0&alloworigin=1