Autênticos valores regionais e cosmopolitização

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Um dos grandes esforços da Igreja tem consistido em que sua ação missionária, longe de privar de suas legítimas características os povos gentílicos, as depure de seus elementos pagãos e imorais, e ao mesmo tempo as salvaguarde, abençoe e vivifique pelo influxo da Fé, em tudo quanto possuem de sadio.

Com efeito, as diversidades dos dotes que Deus concedeu às nações em que se divide o gênero humano, são elementos da riqueza espiritual e material, de harmonia e de paz.

Em conseqüência, a Igreja não é cosmopolitizante, ou seja, Ela não deseja eliminar as características regionais e nacionais, antes tende a protegê-las. Catolicizar é reunir na superior unidade da Fé os mais diferente povos, sem os eliminar como que os fundindo e liquefazendo em um gigantesco cadinho.

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No momento em que as nações africanas chegam à independência, em lugar de tenderem à afirmação e ao progresso na linha de suas características nacionais parecem varridas por um verdadeiro tufão de cosmopolitismo. E aquela absorção de todos em uma imensa e inexpressiva amálgama, que a Igreja se absteve de executar em benefício próprio, se vai operando em benefício de um neopaganismo ocidental extremado, quando não do comunismo, um e outro certamente piores que o paganismo africano.

É, pois, oportuno mostrar alguns dos aspectos locais característicos da África, que devem ser aproveitados de um ou outro modo por um progresso inteligente, que seja afim com as belas tradições deles.

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Entre muitos outros exemplos possíveis, consideremos dois.

Na primeira foto vê-se um corcel branco, com arreios pitorescos e complicados, que se empina fogosamente. Mas o chefe de tribo nigeriano o domina com elegância: a elegância varonil e desembaraçada do guerreiro. Um auxiliar revestido de uma hierática túnica de duas cores também não se perturba com o salto do corcel, e carrega a umbrela, distintivo da dignidade de chefe.

O segundo clichê representa três figuras típicas do Norte da Nigéria, que formam um quadro de conjunto, ao mesmo tempo grandioso e poético, símbolo de um povo que preza seus valores de alma e tem consciência de sua dignidade. A admirável simplicidade de traje do homem que monta um camelo contrasta com a riqueza e a fantasia da indumentária do cavaleiro e sobretudo da pessoa que vai a pé entre ambos. A imensa trombeta confere algo de heroico à cena.

África legendária e poética, que contém valores autenticamente culturais, se bem que incipientes, cujo desaparecimento não se deve desejar.

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