Imagino que os leitores sentir-se-iam muito aliviados se, ao abrirem as páginas reais ou virtuais de nossa mídia, sobretudo dos grandes jornais, encontrassem o patriótico, oportuno e salutar título O Brasil esquecido. Afinal, alguém teria vislumbrado a chave definitiva para dissipar a confusão do momento. Será que nos esquecemos de que somos brasileiros?
Qual seria a razão para a maior parte da mídia se ocupar sistematicamente de assuntos de tão pouca monta, como desentendimentos reais ou imaginários entre componentes de um governo, e fazer deles verdadeiros estardalhaços? Assim agindo, ela não está sendo amiga do Brasil, mas da onça. Um exemplo entre muitos.
Com o fim do programa “Mais Médicos”, cerca de 2.500 profissionais cubanos decidiram permanecer aqui, para recomeçarem suas vidas com toda a liberdade, longe da tirania comunista. Não lhes faltaram ameaças do braço cubano OPAS de que seus familiares correriam risco em Cuba, além de terem sido proibidos de regressar à infeliz Ilha antes de oito anos.
A libertação desses médicos de uma situação análoga à escravidão a que os submetia Cuba em conluio com o governo do PT deveria ser motivo de regozijo para essa mídia, como também para a Comissão de Direitos Humanos, tão sôfregos em encontrar e denunciar no Brasil aquilo que superabunda em Cuba e nos países comunistas.
O Ministério da Saúde acaba de anunciar que todas as vagas deixadas pelos profissionais cubanos no programa “Mais Médicos” foram preenchidas. Mas onde está mídia sensacionalista para comemorar? Será que ela não se interessa por isso, mas só pela exoneração de um ministro? É o Brasil sendo novamente o grande esquecido por aqueles que estão pagando caro o preço desse esquecimento, pois a maioria silenciosa se vinga.
A reconstrução do País — depois de 13 anos de uma velada ditadura petista precedida por oitos anos de uma “revolução silenciosa” de FHC — requer reformas que vão até os alicerces. Alicerces morais, estruturais, administrativos, realinhamento com as nações livres, enfim tudo para dar ao Brasil o destaque que lhe cabe no concerto das Nações.
Ademais da pauta de costumes, homeschooling, despetização das escolas públicas, fortalecimento da propriedade privada e da livre iniciativa, supressão das cartilhas de esquerda sempre foram o leitmotiv dos manifestantes que lotaram as ruas de nossas cidades num passado recente para que o Estado cuidasse daquilo que lhe é próprio.
Um pouco de história ajudará a elucidar o presente.
Corria o ano de 1935, meses antes da Intentona Comunista, quando Plinio Corrêa de Oliveira registrou nas páginas do “Legionário” o lançamento do manifesto “O Brasil é esquecido”, no qual o então Ministro da Guerra, Góes Monteiro, recordava a necessidade de todos colocarem o Brasil acima de seus interesses pessoais, por mais legítimos que fossem.
Observava o eminente líder católico e clarividente jornalista: “Elementos estranhos à Pátria, exteriores ao seu querer, ao seu pensar, aos seus ideais, como parasitas, ainda estão presos ao seu dorso, prejudicando-a em sua lenta convalescença, no renascer de seu espírito, no fortalecimento de sua vontade.”
E concluía: “Mas o tradicional cristianismo, que é a força do Brasil, alijará um dia com um sacudir de ombros, esses elementos, perversos alguns, inconscientes muitos, que só souberam ver-se a si mesmo e se esqueceram da terra onde nasceram.”1
Certa mídia de vistas curtas e sedenta de sensacionalismo põe em risco a ingente tarefa de reconstrução do País ao desviar a atenção dos brasileiros dessa grande missão de reerguimento para concentrar seus holofotes em desavenças pessoais ou secundárias.
Nas manifestações de rua, há pouco citadas, apareceu um slogan que dizia: “PT e mídia de esquerda são como o urubu, quanto mais carniça melhor”. Coloco uma ressalva, pois os urubus desempenham uma função para lá de benemérita, ou seja, despoluem a terra da carniça, enquanto o PT e outros urubus…
Este ainda será um grande País, dessa ideia eu não abdico.
1https://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG350331_OBrasil%C3%A9esquecido.htm
Excelente este artigo do Sr. Marcos Machado, que todos os que o lerem, tirem cópias e distribuam, eu costumo fazer isto aqui em Fortaleza e, a repercussão junto ao público é extraordinária. Não quero jamais esquecer minha Pátria… Viva o Brasil!