O século XIII, em que viveu Santa Rosa, foi muito conturbado na Itália, devido às guerras que o imperador Frederico II movia contra o Papado para apoderar-se dos Estados Pontifícios. Excomungado duas vezes, entretanto ele tomou parte na Sexta Cruzada. Mas Inocêncio IV o destituiu no Concílio de Lião, e o papa Gregório IX chegou a chamá-lo de Anticristo.
Santa Rosa nasceu numa data incerta do ano de 1234 de pais pobres, mas piedosos, na cidade de Viterbo, então uma comuna contestada dos Estados Pontifícios. Ela passou sua curta vida como que reclusa na casa do pai, e foi incansável no apoio do papado.
Apesar de viver em isolamento, Rosa tornou-se conhecida por seus dons místicos de prever o futuro e dom dos milagres. Um deles foi operado em favor de sua falecida tia materna, quando a santa, com apenas três anos de idade, por suas orações, obteve sua ressurreição.
Aos sete anos a menina já devotava-se à oração e à penitência. Sua saúde declinou, mas ela foi milagrosamente curada pela Santíssima Virgem aos dez anos. A Mãe de Deus ordenou-lhe que entrasse para a Ordem Terceira de São Francisco, e que pregasse a penitência em Viterbo.
Admitida na Ordem Terceira, passou a vestir seu hábito, composto de uma simples túnica com uma corda na cintura. Rosa também cumpriu o mandato de pregar recebido da Virgem, saindo pelas ruas da cidade alçando um crucifixo, conclamando o povo a pedir perdão por seus pecados, e a fazer penitência.
Foi então que o imperador Frederico invadiu a Toscana, e entrou triunfalmente em Foligno e Viterbo, de onde pretendia partir para a conquista de Roma. Mas o cerco foi em vão, e ele teve que voltar para o sul da Itália.
Em janeiro de 1250, Viterbo tomou partido pelo Imperador, revoltando-se contra o Papa. Quando Rosa postou-se vigorosamente ao lado do Sumo Pontífice, ela e sua família foram exiladas, refugiando-se em Soriano Nel Cimino. Lá, no dia 5 de dezembro do mesmo ano, ela predisse a repentina morte do Imperador, profecia que se realizou no dia 13 de dezembro. Com a restauração do poder papal em Viterbo no ano seguinte (1251), ela e a família retornam à cidade natal.
Entretanto, Rosa passou antes por Vitorchiano, cujos habitantes tinham sido pervertidos por uma famosa bruxa. Consta então que Rosa, para converter esse povo infiel, ficou durante três horas nas chamas de uma fogueira, sem sofrer o menor dano. O milagre foi tão incontestável, que não só a população, mas também a feiticeira se converteu.
Rosa queria muito entrar para o convento de Santa Maria das Rosas, mas foi recusada por causa de sua pobreza, não tendo dinheiro para pagar o dote de admissão. Ela submeteu-se humildemente a isso, que via como vontade de Deus. Mas predisse que seria admitida no mosteiro depois de sua morte.
Os poucos anos de vida que lhe restavam, ela os passou na cela que tinha na casa dos pais, onde morreu no dia 6 de março de 1452. O seu processo de canonização foi aberto nesse mesmo ano por Inocêncio IV, mas ficou praticamente sem efeito até 1457. Cinco anos depois o mesmo pontífice mandou exumar seu corpo e, para a surpresa de todos, ele foi encontrado intacto.
Originariamente enterrada na igreja paroquial de Santa Maria in Poggio, em 1457 Alexandre IV ordenou que fosse transladada para o convento das Irmãs Clarissas, como ela havia predito.
Sua festa antigamente era celebrada no dia 4 de setembro, dia da transladação de suas relíquias para o mosteiro que não a quis receber. Nesse dia, quando ainda era viva a fé no bom povo de Deus, o corpo incorrupto dessa virgem singular era carregado em procissão pelas ruas de Viterbo.
Em setembro de 1929, o Papa Pio XI, declarou Santa Rosa de Viterbo padroeira da Juventude Feminina da Ação Católica Italiana. No Brasil ela é a Padroeira dos Jovens Franciscanos Seculares. Santa Rosa de Viterbo é festejada atualmente no dia de sua morte.