Nossos leitores já estão familiarizados com os conceitos de Revolução e Contra Revolução explanados pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em sua obra https://pliniocorreadeoliveira.info/RCR.pdf (baixe o livro gratuitamente).
Transcrevemos a seguir, trechos de uma Reunião do Prof. Plinio, mostrando em que consiste o apostolado Contra Revolucionário, em nossos dias, aplicado aos leigos.
A Unidade da Revolução traz como consequencia a unidade da Contra Revolução
“Como a Revolução se estruturou de maneira a organizar um movimento revolucionário de leigos agindo sobre leigos, não dentro dessas ou daquelas instituições só, mas no conjunto de todos os fiéis, tornou-se necessário um movimento de leigos agindo sobre o conjunto dos leigos a favor da Igreja. E se esse movimento não for feito, não se tem uma ação eficaz da Igreja. Haveria uma ação falha, haveria lacunas.
“Exatamente o que nosso Grupo (1) visa realizar é essa atuação em benefício da Tradição, da Família e da Propriedade. Mas se nos dessem asas livres – sobretudo sem deixar a Tradição, Família e Propriedade nem de longe, mas a favor de Nossa Senhora e de coisas espirituais etc. – faríamos ainda mais porque o leigo agindo sobre o leigo, no ambiente da vida comum que a ação dos eclesiásticos não atinge, é propriamente o nosso apostolado. E sem esse apostolado, não existe uma penetração eficaz do espírito da Igreja no mundo de hoje.
“Quer dizer, onde houve um perigo, onde a Revolução cresceu num ponto, compete à Igreja acompanhá-la e crescer neste ponto correspondente, opor-se à Revolução ponto por ponto, paralelamente. Esta é a característica da ação da Igreja.
“São Francisco de Sales A compara num de seus livros muito belamente, com uns rochedos de que fala a mitologia e que cercavam não me recordo que lago ou que mar. Dizia que eram rochedos que cresciam com as tempestades e que, quando o mar ficava revolto, o rochedo crescia. De maneira que, por mais que o mar crescesse, ele nunca podia invadir a terra. Assim é a Igreja Católica em face da Revolução. À medida que o mar – o mundo – vai ficando revolto, nessa medida a Igreja vai crescendo.
“Nós temos que ter isso bem em vista, caso contrário não entendemos bem nosso movimento Contrarevolucionario. E se não fosse levar o “Santo do Dia” mais longe do que os limites do horário permitem, eu estaria disposto a mostrar aos senhores como a história do nosso Grupo obedece precisamente a esta regra. Ele vive de uma luta em que, cada vez que o inimigo dá um passo a mais, o Grupo cresce. E assim se aperfeiçoa interiormente. De tal maneira que, quando se olha para trás, a gente se pergunta se o inimigo não foi um modelador, um artífice dele. Ou seja, é na defesa e na contra ofensiva legal, pacífica e no campo das idéias, em face de um adversário que nós tomamos toda nossa estatura”.
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Uma aplicação desse princípio ao Brasil de 2019. Os 13 anos petistas procuraram desfigurar o Brasil, a Familia, a Propriedade. Saibamos dar nossa resposta e contrapor, na esfera civil, com um enriquecimento dos Valores Morais. Nossas conquistas devem fortalecer a familia, a propriedade, a tradição e elevá-los a um patamar superior aos anos que precederam a ascensão do PT.
Na esfera eclesiástica, o recente Sínodo da Amazônia, permitiu aos Eco-terroristas, aos fundamentalistas climáticos, à eco-teologia realizar o culto à Pachamama nos jardns do Vaticano. Nosso amor à Santa Igreja, à Nossa Senhora, a Nosso Senhor devem nos inspirar uma reparação, um louvor e um enriquecimento pelo menos proporcional àquilo que os progressistas ousaram no recente Sínodo.
Tudo isso, como observa o Prof. Plinio, numa ação de leigos sobre leigos, que é a parte que nos compete na luta pelo Reino Social de Nosso Senhor Jesus Cristo.
(1) Grupo: O “grupo” que se reunia em torno ao “Legionário” e, posteriormente, ao “Catolicismo”, deu origem à TFP. Daí manter-se a denominação de “Grupo” para referir-se a si mesmos.
[2] Para aprofundar o tema, vide a Conferência do Prof. Plinio proferida a 9-04-1983 “Algumas reflexões sobre a posição da TFP ante a Igreja (sociedade espiritual) e o Estado (sociedade temporal)” – Qual é o papel do Clero e dos leigos? O que a TFP é e pretende ser no futuro? Uma Sociedade inteira e abnegadamente a serviço da Igreja e da civilização cristã, submissa aos legítimos pastores espirituais e vivendo em perfeito acatamento às autoridades civis. Mas, ao mesmo tempo, irradiando os bons princípios e estimulando as boas iniciativas por toda a Cristandade, sem querer ocupar qualquer posição de mando nem na Santa Igreja nem na sociedade temporal.