À margem da Intervenção no Rio, comentamos as declarações do min. Jungman — focalizando a perda dos valores e a contradição de parte da juventude que, ao mesmo tempo, clama contra a violência, mas consome drogas — que põem em foco um dos problemas mais graves da nossa sociedade. Qual a raiz do problema da perda dos valores morais?
* * *
Ensina o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira que “a solução de um problema depende 80% do saber ver com clareza no que ele consiste”. Ele, estudioso da História, catedrático, escritor e homem de ação teve esse contato com a realidade viva.
Assim, ele pode escrever: “As muitas crises que abalam o mundo hodierno – do Estado, da família, da economia, da cultura, etc. – não constituem senão múltiplos aspectos de uma só crise fundamental, que tem como campo de ação o próprio homem. Em outros termos, essas crises têm sua raiz nos problemas de alma mais profundos, de onde se estendem para todos os aspectos da personalidade do homem contemporâneo e todas as suas atividades”.(1)
* * *
Aquelas centenas de milhares de brasileiros que superlotaram a Av. Paulista, Copacabana, praças em Belo Horizonte ou Brasília e assim por todo o país, — aqueles milhões se levantaram porque perceberam, ainda que confusamente, a amplitude da crise que tomou conta do Brasil. Infelizmente poucos líderes saberão indicar a essa sadia população os rumos necessários.
Sim, a crise é do homem. O homem em crise, diz o bom senso, contamina a sociedade, corrói as instituições, produz catástrofes.
E a solução? Está na economia, nos Partidos, nas Universidades, no Estado, nas Forças Armadas? Apenas parcialmente. Por mais que uma boa economia seja importante, por mais que uma boa educação universitária seja importante e que o Estado esteja organizado satisfatoriamente, por mais que se corrijam os problemas “externos” ao homem (como se fosse possível fazer isso sem começar pelo homem), ainda não resolverá o problema de fundo.
* * *
A verdadeira solução está nos Valores Morais. Nem só de pão vive o homem, diz o Evangelho.
Os homens que ocupam os altos cargos nos Três Poderes, em todo o Ocidente, com raras exceções, são “filhos” da Revolução da Sorbonne, de maio de 68. Estamos em 2018: são 50 anos em que a sociedade (e, portanto, o homem) foi infectada daquela golfada de orgulho e sensualidade: “é proibido proibir”; ou, “ainda que Deus existisse seria preciso suprimi-lo”. A conseqüência: a perda dos valores morais.
Mas, Deus tem suas vias. Chegou a hora da solução. Como o filho pródigo do Evangelho, retornemos à Casa Paterna: esse retorno passa, necessariamente, pelos valores morais, muito mais do que econômicos ou sociais (embora esses também sejam importantes).
E esta geração atual — que sucedeu à Sorbonne — se souber medir o precipício (agenda homossexual, ideologia de gênero, invasão de propriedades pelo MST e sustentada ideologicamente pela Esquerda Católica etc, o Petismo, a corrupção) e renunciar aos erros que nos levaram ao abismo, a essa geração Deus dará a vitória. Como se dará?
Por fim, meu Imaculado Coração triunfará! Afirmou Nossa Senhora em Fátima.
Que relação tem com os valores morais? É o que pretendemos tratar no próximo artigo.
(1) Cfr. Revolução e Contra-Revolução http://www.pliniocorreadeoliveira.info/RCR.pdf