Causa extranheza que o Cardeal Parolin, discursando na ONU, se refira a questões humanas, ecológicas, sociais e econômicas que estão impactando a região (amazônica) e a humanidade” — sem um prévio entendimento com o governo brasileiro e nações concernidas na Amazônia. Uma clara violação do princípio de subsidiariedade, tão fundamental, que é defendido na encíclica Mater e Magistra.
Em 23 de setembro, discursou ele em uma reunião de alto nível da Assembléia Geral das Nações Unidas sobre Ação Multilateral em Favor da Proteção das Florestas Tropicais.
Diz o Cardeal Parolin: “Todos reconhecemos a importância das florestas para o mundo inteiro e, de fato, para o futuro da humanidade: elas são os recursos renováveis mais confiáveis do mundo e são essenciais para o desenvolvimento humano integral”.
O Sínodo e a soberania nacional
“O cardeal Parolin falou sobre o próximo Sínodo dos Bispos para a Amazônia, convocado pelo Papa no Vaticano. Ele disse que se concentrará principalmente nos desafios eclesiais e pastorais da região, com atenção especial aos povos indígenas que vivem lá e às questões humanas, ecológicas, sociais e econômicas que estão impactando a região e a humanidade”.
O Cardeal Parolin viola o Princípio de Subsidiariedade da Mater et Magistra
Causa desconcerto que o Cardeal Parolin, na qualidade Secretário de Estado do Vaticano, apele diretamente para a ONU antes de qualquer démarche com o governo brasileiro e governos da região da amazônica.
Ele procede exatamente ao contrário do que ensina o princípio de subsidiariedade enunciado por João XXIII na Mater et Magistra: “cada pessoa deve ser livre de prover honradamente a si mesma em toda a medida de suas forças, intervindo a família apenas subsidiariamente para fazer pela pessoa o que esta não possa. Analogamente se deve dizer isto do profissional em relação ao seu grupo, do município em relação às famílias ou grupos profissionais, do Estado membro em relação aos municípios, e da União em relação aos Estados membros”.
Em outras palavras, ao governo brasileiro cabe o direito de resolver os problemas da Amazônia e apenas subsidiariamente um organismo superior, OEA, ONU poderiam oferecer sua ajuda. Nada autoriza a ONU a intervir na Amazônia.
O Cardeal Parolin passa por cima do governo brasileiro e vai diretamente à ONU tratar de um problema especifico da Amazônia. Procurou o Cardeal entendimentos com o governo brasileiro? Onde fica o princípio de subsidiariedade ensinado por João XXIII?
As contradições da política do Vaticano
Com relação ao Sínodo Pan Amazônia é preciso recordar que o Vaticano recusou a colaboração do governo Bolsonaro e de qualquer politico nacional com mandato.
Entretanto, o Cardeal Parolin vai à ONU – apelar portanto a um poder temporal – para tratar de “questões humanas, ecológicas, sociais e econômicas que estão impactando a região e a humanidade”.
Isso não faz sentido, a menos que o Secretário de Estado esteja preparando o terreno para a intervenção da ONU ou quiçá de outras nações em assuntos da politica nacional. Como, por exemplo, tem insinuado a ameaçado o pró socialista da França, Macron.
“O cardeal Parolin disse que as estratégias para combater a destruição de nossas florestas sem demora exigem uma abordagem multilateral integrada que combate a pobreza e restaure a dignidade dos excluídos”.
Somos a maior Nação católica da Terra. Teria todo propósito uma nota do Itamaraty ao Vaticano, respeitosamente, pedindo esclarecimentos.
Afinal, a Amazônia abrange 60% do território nacional e a recente reportagem da revista Catolicismo mostra, com abundantes depoimentos indígenas, que estes desejam uma maior integração a nosso querido Brasil. https://ipco.org.br/alerta-contra-o-sinodo-pan-amazonico/
Fonte: https://www.vaticannews.va/en/vatican-city/news/2019-09/holy-see-parolin-united-nations-rainforests.html