O esmero aplicado na construção do Templo de Jerusalém não consistiu apenas no impulso inicial dado pelo Rei David para que a edificação fosse monumental e digna para abrigar a Arca da Aliança.
Advertido pelo próprio Deus, ele sabia que a grandiosa empreitada caberia a seu filho Salomão, ao qual, como pai, quis facilitar e incentivar.
Soube, todavia, encontrar forças suficientes para reunir a elite e movê-la com vistas àquela edificação, a fim de que o Templo representasse também poder, grandeza e autoridade.
Este tampouco poderia ser uma simples habitação, pois não se destinaria a abrigar pessoas, mas para cultuar o Senhor Deus dos Exércitos — o Deus vivo, criador de todas as coisas, transcendente, absoluto e perfeitíssimo.
Lugar de paz, harmonia e bem-estar. Era, pois, imperativo para David empregar os mais talentosos artistas do reino para manusear o ferro, a prata, o ouro, a madeira, a pedra, o cobre, o bronze, e outros requintados materiais que seriam utilizados para ornar a Casa de Deus.
O próprio rei deixou soma considerável de recursos acumulados durante toda a sua vida: “100 mil talentos de ouro, um milhão de talentos de prata, além de diferentes vasos de ouro e de prata, de enorme quantidade de cobre, ferro, madeira, mármore e pedras de grande valor”.
E ainda deixou — de seu tesouro particular — “três mil talentos de ouro de Ofir e sete mil talentos de prata para o revestimento das paredes do santuário.
“Como as necessidades serão grandes e os operários precisarão ter à mão o ouro e a prata exigidos por obras tão numerosas e tão importantes, se alguns dentre vós quiserem concorrer de boa vontade para a edificação da casa de Deus que abra generosamente as mãos e apresentem as dádivas ao Senhor”.
Nesse dia, as ofertas solicitadas pelo rei somaram o montante de “cinco mil talentos de ouro, dez mil talentos de prata, 18 mil de cobre e 100 mil de ferro, com todas as pedras preciosas que cada qual possuía.
“Essas ofertas, entradas no tesouro do Templo, foram confiadas à guarda do levita Jeiel. Foram dons espontâneos oferecidos de todo coração a Deus e que provocaram na assembleia uma autêntica vaga de júbilo” (1- Par 29,1-9).
Cheio de encanto, com a instituição e fundação da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, o Antigo Testamento iluminou o Novo Testamento.
Se Nosso Senhor ressalta que não veio destruir a Lei e os profetas, e instituiu a Igreja — fora da qual não há salvação —, é porque ela deveria superar a lei antiga, até mesmo na edificação de seus templos.
É verdade que o requinte e o esplendor de nossas igrejas devem contribuir de modo ponderável para o cumprimento do primeiro e maior de todos os Mandamentos: “Amarás o teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo entendimento”.
Esse máximo Mandamento nos leva a praticar este outro:“Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22, 34-46).
A melhor maneira de amar o próximo é fazer-lhe benefícios espirituais que o conduzam por sua vez a amar a Deus com todas as veras de sua alma.
E para esse fim, nada é tão eficaz como a construção de templos sagrados cujo ambiente propicia a celebração de belas cerimônias religiosas, bem como o ensino da doutrina deixada pelo Divino Mestre.
A propósito, comprometo-me com os leitores de voltar ao assunto tão logo me seja possível. Até lá.
“Nada mais justíssimo que todo os metais preciosos existentes na natureza,uma vez que foram criados por DEUS, sejam usados para ornar as Igrejas, pelo mundo todo, destinadas a adorar a DEUS.”