Dizem os fazendeiros que a existência de ipês na mata é indicativo seguro de solo fértil, próprio para ser cultivado. Algo semelhante ocorre quando detectamos certas ideias fixas da esquerda católica – reforma agrária, combate ao agronegócio, territórios indígenas independentes – na imensa verborragia hoje existente em favor da preservação da Amazônia. Elas denunciam a existência de um plano baseado em esquema ideológico, interessado em amesquinhar nossa soberania sobre o território amazonense e manter os índios longe da civilização. Os agentes da Comissão Pastoral da Terra tomam o cuidado de alternar suas prédicas revolucionárias com conselhos evangélicos de “socorro aos necessitados”, “amparo aos que são perseguidos”, à semelhança de trepadeiras que envolvem de tal forma os troncos das plantas que se torna impossível distinguir uns dos outros.
Ainda agora ocorreu o IV Congresso Pastoral da Terra, em Porto Velho. Quem eram os participantes? Camponeses, agentes pastorais, índios, e tutti quanti. Só faltou um representante oficial do Papa Francisco. E quais foram as temáticas tratadas? “Conquista dos direitos territoriais dos índios”, “as ameaças às populações camponesas decorrentes do agronegócio e do “capital financeiro especulativo” (leia-se capitalismo). Até a luta armada não escapou: segundo o cacique Babau, da tribo tupinambá, “Hoje temos que enfrentar. Unir e lutar ou morrer”.
Plinio Corrêa de Oliveira foi o primeiro a denunciar a nota socializante-marxista nos projetos de reforma agrária e isso na década de 60. De lá para cá o fracasso dos assentamentos dos “sem-terra” foi de tal ordem que a esquerda católica se desencantou com seu programa agrorreformista e passou a erguer a bandeira dos “territórios livres para os povos indígenas e para os quilombolas”. Esse programa visa, em última análise, criar territórios autônomos, praticamente independentes, supervisionados apenas por um governo central internacional, como o sugerido pelo Papa.
Esse intento merece de nossa parte um repúdio total e isso pelas seguintes razões:
* Constitui uma ameaça à nossa soberania. Já há décadas figuras destacadas do Exército têm alertado para a ameaça à nossa soberania representada pelas ongs estrangeiras que advogam a tutela da região amazônica pela ONU. Milhares de “cientistas”, ecologistas, agentes pastorais da CPI, “missionários” americanos, alemães e ingleses, navegam pelos meandros da selva amazônica detectando reservas minerais e incentivando os índios a se manterem distantes das autoridades ou das empresas brasileiras interessadas em promover a economia da região.
* Fica evidente o intuito de manter os índios livres do contato “pernicioso” da civilização e sobretudo impedidos de se converterem à nossa religião. “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura” (Marcos, 16,15), é um ordenamento de Cristo que não faz parte do cenário ideológico dos agentes pastorais. Manter os cultos pagãos, a feitiçaria, a ignorância cultural, a matança das crianças que nascem com defeitos, o estado precário da saúde que limita a previsão de vida até os 30 anos de idade, parecem ser as metas desses ferrenhos defensores de Rousseau e de Marx.
Eis a resposta do Presidente do IPCO ao famoso MEME do Facebook onde pergunta mostrando a fome e a seca nordestina: por que existe mais ONGs na Amazônia do que no Nordeste?