“Alma é isto! Esplendor é isto!”

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Lembro-me de um quadro de Santa Teresa de Jesus, que a representava com o traje simples das carmelitas. Um rosto bem feito, bem conformado, mas comum. A idade caminhando para o ocaso, mas a cabeça tão bem posta, o pescoço emergindo com distinção, com postura, o olhar contemplando um ponto indefinido, com tanta naturalidade e fixidez, que se poderia dizer: “Alma é isto! Esplendor é isto!”

Santa Teresa [d´Ávila ou de Jesus, nascida Teresa Sánchez de Cepeda y Ahumada (1515-1582)] era capaz de olhar para o mais alto pontífice, para o mais majestoso rei, e mesmo para um anjo, de frente e com calma, sem se apavorar, respeitosa, sem desafiar, nem fazer arrogância, mas com naturalidade, porque habitava nela uma tal grandeza que tem nexo com aquilo que podemos imaginar de mais elevado: a alma da grande santa.

Quando pensamos na alma de Santa Teresinha do Menino Jesus — aparentemente tão diferente de Santa Teresa d’Ávila, que tinha em si a beleza espiritual de todas as guerras da Reconquista espanhola —, notamos a beleza espiritual de todos os charmes e de todas as belezas do “doux pays de France” [o doce país de França]; traços extraordinariamente regulares, esteticamente muito bonitos; nada que lembrasse aquela força de Santa Teresa d’Ávila, a não ser os grandes olhos dentro dos quais se percebia o mar. Um mar plácido, é verdade, mas cujos movimentos podiam influir em toda a Humanidade.

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Excertos de conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 21 de outubro de 1978. Esta transcrição não passou pela revisão do autor. Fonte: Revista Catolicismo, Nº 874, Outubro/2023

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