As esquerdas se enganam com o Brasil

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Pelo brilho desta solenidade,* vejo novamente confirmada uma convicção que tenho há muito tempo: a respeito do Brasil, os comunistas se enganam. Talvez tenham eles a impressão de que podem tomar conta facilmente do País, mas isso não é verdade. Há pujanças anticomunistas no Brasil, muito maiores do que eles supõem, e das quais os senhores são uma expressão. Uma expressão local, paulista, paulistana, de um fato imenso que se estende — para usar a expressão do hino das congregações marianas — do Prata ao Amazonas, do mar às cordilheiras.

Realmente, meus caros, nosso povo é muito inteligente, e ao mesmo tempo muito cordato e pacífico. Tem no mais alto grau o senso da improvisação. Muitas vezes, vê aproximar-se de longe o perigo, e o encara com olhar manso, com atitudes displicentes, com o ar despreocupado de quem não vê. Dá assim a impressão de que nada fará. Mas quando se sente de fato ameaçado, esse povo sabe se levantar como um só homem e dar o revide à agressão, neste caso a agressão comunista.

Não o digo por uma patriotada de salão, enunciada na comodidade desta poltrona da qual tenho a honra de vos dirigir a palavra neste momento, mas pela experiência das caravanas da TFP. São jovens que consagram boa parte das suas vidas percorrendo o território nacional em kombis; e quando retornam a São Paulo, me atestam a boa acolhida que tiveram por toda parte do imenso Brasil.

A acolhida se refere evidentemente à aceitação sôfrega do material de propaganda que a TFP põe à venda. Mas, muito mais do que isso, é o oferecimento do auxílio desinteressado, com aquela gentileza toda brasileira, toda espontânea: um lhes oferece o hotel onde pousar, outro o alimento, outro a gasolina para os carros, outro ainda o pneumático que está gasto ou o serviço da oficina mecânica. Esta é a receptividade que encontram os propagandistas anticomunistas da TFP [foto].

Um resultado verdadeiramente plebiscitário é o enorme escoamento de certas obras da TFP, cujas edições atingem mais de 100 mil exemplares. Tanto esta receptividade para as nossas obras, como o auxílio espontaneamente oferecido por solidariedade e entusiasmo, me permitem aferir o que é a fibra anticomunista do Brasil inteiro.

  • Fonte: Revista Catolicismo, Nº 818, fevereiro/2019.

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* Trecho do discurso de Plinio Corrêa de Oliveira pronunciado no auditório do Hotel Hilton, na capital paulista, em 17 de outubro de 1978, num ato realizado para rememorar a Revolução Comunista de outubro de 1917. A transcrição desse discurso não passou pela revisão do autor.

1 COMENTÁRIO

  1. Em vista de que a Caravana Terra de Santa Cruz percorreu no mês passado numerosas cidades brasileiras, sugiro que seja publicado um relatório o mais completo possível dos resultado obtidos tais como a venda dos livros e outros pormenores. Viva o Brasil ordeiro e pacífico mas muito varonil. Cordialmente Garcia de Sena

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