Austeridade, luta e grandeza, o apanágio de Ronneburg

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Castelo de Ronneburg

Algum tempo atrás, dirigia-me da Baviera para Viena, com alguns amigos, quando um deles manifestou o desejo de fazermos um desvio a fim de conhecer o castelo Ronneburg, não longe da fronteira com a Áustria.

Foi aí que pude dar-me conta do que é um autêntico castelo medieval. Diferentemente dos castelos renascentistas — Fontainebleau, Chenonceau, mesmo Versailles e tantos outros — que à primeira vista nos encantam pela beleza, arte e bom gosto, o impacto produzido na sensibilidade por Ronneburg é de austeridade, luta, grandeza trágica e sublimidade.

Já a acolhida foi impactante. Por detrás das altivas muralhas, um homem que varria o extenso pátio foi logo dizendo, em tom um tanto ríspido, que não era dia de visita — o castelo recebe turistas em dias aprazados, quando então se fazem apresentações no estilo medieval. Porém, quando lhe dissemos que éramos brasileiros, e que não teríamos outra oportunidade de conhecer o castelo, ele se distendeu e acabou por nos mostrar todas as dependências com muita cordialidade.

O fato de não haver turistas foi uma circunstância altamente favorável para podermos sentir mais autenticamente a alma do castelo. Sim, Ronneburg tem alma, porque a alma da Idade Média ainda se faz presente ali.

* * *

Em Ronneburg percebem-se as características potentes do apogeu medieval (séc. XIII) como que latejando de vitalidade. Os aspectos estuantes de energia, fortaleza e vida que se vislumbram nesse castelo, a seu modo um símbolo da Cristandade de outrora, produzem um frêmito de alegria e entusiasmo.

“As muralhas do castelo com as suas seteiras…”

Ronneburg é uma portentosa amostra da luta contra os fatores adversos, que a civilização cristã teve que vencer e superar para realizar-se. O castelo ainda evoca os combates contra as incursões inimigas, pobreza dos meios, dificuldade das construções e da sobrevivência numa natureza árdua; também a sublimidade das almas penetradas por uma fé que move as montanhas, com a inocência de uma criança e a determinação de um guerreiro. As muralhas do castelo com suas seteiras dão testemunho da vigilância e da prontidão de espírito que era preciso ter para viver naquela época, a um tempo terrível e sublime.

A construção do castelo deu-se antes do ano 1231, numa colina escarpada, durante o reinado de Gerlach II, da dinastia dos Staufen. É dessa época a “grande adega de vinhos”. A base da portentosa torre de pedra, com o calabouço data da metade do século XIII.

Os habitantes das regiões circunvizinhas — Budingen, Selbold e Eckartshausen — tinham a seu cargo, cada uma, manter partes do castelo, mas possuíam também o direito de nele se refugiar em caso de perigo.

Ao longo dos séculos Ronneburg passou por todo tipo de vicissitudes e transformações: foi sede de governo comunal, sofreu incêndios, teve partes demolidas e outras construídas, serviu como praça forte, como refúgio dos camponeses das redondezas durante ataques inimigos, e até como prisão de bandidos, guardando entretanto as marcas indeléveis de sua origem.

Um dos problemas que os construtores tiveram de enfrentar foi o de abastecer de água o castelo. Para isso foi perfurado um poço, que até hoje lá se encontra, com cerca de 100 metros de profundidade, três vezes maior que a altura da torre. O nível da água encontra-se a 12 metros no fundo do poço. Fizemos a experiência: da borda do poço, jogamos uma pedrinha e demorou um bom tempo para ouvirmos seu choque com a água. Lá está todo o aparelhamento de cordas, sarilho e balde adequados para retirar a água.

As dependências reservadas à família do castelão são naturalmente mais cuidadas, e já indicam sintomas da civilização requintada que então nascia.

As dependências reservadas à família do castelão são naturalmente mais cuidadas, e já indicam sintomas da civilização requintada que então nascia. Mas a cozinha originária, com sua rusticidade e seu enorme pitoresco, ainda permanece.

As janelas gradeadas põem em evidência a preocupação com a defesa do castelo, tão necessária naqueles tempos de perigos e de lutas, de fé e de heroísmo.

As janelas gradeadas põem em evidência a preocupação com a defesa do castelo, tão necessária naqueles tempos de perigos e de lutas, de fé e de heroísmo.

A beleza que sobressai em Ronneburg não é a da arte, mas sim a das almas fortes e piedosas que produziram o apogeu da Idade Média, época que mereceu do Papa Leão XIII o magnífico elogio: “Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados, […] a influência da sabedoria cristã e sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas a categorias e todas as relações da sociedade”.

5 COMENTÁRIOS

  1. Houve alguns erros na Idade Média, mesmo aos olhos daquela época? Sim, afinal foram humanos que lá viveram e que de lá observaram as coisas. Mas tais erros são MUITÍSSIMO MENORES em quantidade e grau se vistos por aquela época própria OU POR QUAISQUER OLHOS HONESTOS do que se enviesados pelos olhos DELIBERADA E IDEOLOGICAMENTE DETURPADOS dos historiadores “oficiais” do MEC: os marxistas, que elegeram a Catolicidade sua grande inimiga e a mentira manipuladora a sua grande paixão.
    Erros abundantes e gravíssimos temos, isso sim, HOJE, nesta sociedade NEO-PAGÃ.
    E isso deve inspirar ainda mais a prática diária e incessante do nosso TESTEMUNHO CRISTÃO incondicional!

    Idade Média, glória da Civilização, Idade da luz!

  2. Salve Maria!
    Aquellos tiempos eran de luchas pero con Fé, todo se regía por la religión católica. Hoy todo lo contrario, tenemos cada vez mayores y estrepitosas luchas, y la gente en vez de acercarse a la vida de virtudes heróicas y sacrificiales huye para enloquecerse y aturdirse con lo que ofrece el paganismo, sus brujerías, aberraciones sexuales, blasfemias contra Dios Padre, etc.
    Aquellos tiempos eran mejores, sin técnicas, sin medios de comunicación y transportes, asolaban las epidemias y hambrunas, hoy sin embargo con todo el “confort” del modernismo las almas están vacías, paralíticas, son como muertos en vida…
    Aquellos castillos nos dan testimonio de ejemplos heróicos de Fé Suprema, lucha, coraje y amor por la defensa de la Civilización Cristiana contra los infieles.

  3. A ideia de defesa em um castelo surgiu primeiro na mente de algum engenheiro da época. Logo a nossa mente deveria ter também certas defesas contra varios inimigos que tentam nos invadir. Quando isso acontece temos que recolher nossas idéias, nossa fé, nosso cristianismo, enfim os valores que nos pertencem, guardá-los em algum refúgio dentro de alguma de nossas torres internas. Pode ser no mais recondito lugar onde apenas nós sabemos. Como o Rei e a familia real sabiam daquele tunel secreto no seu castelo. Muitas vezes queremos nos defender de certos inimigos quando já invadidos. Ficamos vulneráveis. Sem tempo de refúgio, ficamos expostos a sanha inimiga.
    Um castelo mediaval, vimos isso em filmes, tem suas primeiras defesas na floresta distante, dentro de seus dominios. Os guerreiros ficavam de tocaia para qualquer ataque de inimigos invasores. Se não dessem conta, recuavam e passavam pela ponte elevadiça que cobria um fosso de jacarés no entorno docastelo; outra defesa planejada. Fora a informação de que o castelo foi construido em uma encosta ingreme, por onde dificilmente era atacado pela retaguarda. Mas ainda assim haviam os muros com seus arqueiros no alto, a jogar azeite fervendo nos inimigos. E se estes fossem numerosos e se conseguissem invadir o castelo, a familia real podia ainda escapar pelo tunel secreto. Os soldados eram leais ao Rei, ao reino. E na história havia um inimigo interno – o cavaleiro negro.
    Por tudo isso quero dizer ainda que antigamente as invasões se davam pelas praias, e hoje pelas fronteiras com contrabandos, drogas, armas, roubos de carros, etc. Outra invasão vem pela internet, pela midia, que permite sermos invadidos com horrores que ocorrem em outros países, além das novelas e uma serie de contravalores morais e eticos. Mas a pior das invasões é politica, por onde se absorvem idealismos socialistas e comunistas, capitalismo ateu em globalizações, atingindo em cheio as familias, conforme já ficou demonstrado em abortos, homossexualismos, hallowin, e outras aberrações “culturais”, etc. Estas invasões serão das mais terriveis se trasnformadas em leis contra nós proprios, contra nossos costumes morais, éticos e tradicionais. Leis criadas por nossos próprios parlamentares que irrefletidamente querem nos impor. Como nos defender destes invasores????

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