Desta humilde virgem, disse o Papa Pio XII por ocasião de sua beatificação em junho de 1952: “É uma humilde camponesa. Figura puríssima de perfeição cristã, modelo de recolhimento e de oração. Nem êxtases, nem milagres durante a vida, mas uma união com Deus sempre mais profunda no silêncio, no trabalho, na oração, na obediência. Daquela união vinha a especial caridade que ela demonstrava para com os doentes, médicos, superiores, enfim, para com todos”.

         A mais velha de três filhos de pobres lavradores de Brendola, província de Vicenza, na Itália, Maria nasceu em 6 outubro de 1888. Batizada com o nome de Ana Francisca, desde pequena fez da oração seu principal atrativo. Ela passou a infância e adolescência ajudando os pais na lavoura.

 Por sua piedade, pôde fazer a Primeira Comunhão aos 9 anos em vez de12, que era de praxe na época. Aos 13 anos fez voto de virgindade. Aos 17 entrou na congregação das Mestras de Santa Dorotéia, em Vicenza, onde fez seus primeiros votos, tomando o nome de Maria Bertila. Seu segundo ano de noviciado foi no hospital de Treviso, como cozinheira.

Tendo que ajudar na enfermaria das crianças durante uma crise de difteria, mostrou-se capaz, inteligente e paciente. Foi reconhecido então seu mérito como enfermeira, e passou a cuidar de doentes. Durante a I Guerra Mundial teve a seu cargo soldados feridos.

Para tratar melhor dos enfermos, ela obteve o diploma de enfermeira, passando a deles cuidar dia e noite. “Quero ser a serva de todos — escreveu no seu diário — quero trabalhar, sofrer e deixar toda a satisfação aos outros’’.

No hospital, por sua prontidão e dedicação em atender aos enfermos, logo ficou  conhecida como um exemplo de amor cristão, conquistando a simpatia de todos. Sempre tinha uma palavra de conforto e esperança para aqueles que sofriam em seu leito de dor. Sua caridade no trato para com eles levou muitos à conversão.

Entretanto, apesar de suas habilidades como enfermeira, uma nova Superiora a designou para a lavanderia, o que a fez muito sofrer. Mas dizia com resignação: “Estou contente, porque faço a vontade de Deus”.

No ano de 1910, quando tinha apenas 22 anos, foi diagnosticada com câncer. Submetida a uma cirurgia, passou um bom tempo se  recuperando. Mas o câncer continuou minando seu frágil organismo.  Tão logo melhorou, voltou a cuidar de “seus” doentes, dedicando-se a eles com todo amor possível. Assim, trabalhou em Treviso e no hospital de Viggiú. Sua caridade conseguia cada vez mais conversões. Amparava os desenganados e os ajudava a bem morrer, proporcionando-lhes a assistência espiritual de um sacerdote. Assim, sob seus cuidados, muitos faleceram em paz, reconciliados com Deus. O hospital era seu grande campo de missão.

Entretanto, Maria Bertila teve que se submeter a nova operação em  Treviso, que foi também infrutífera. Desse modo, morreu aos trinta e quatro anos de idade, no dia 20 de outubro de 1922.  Por causa de sua eminente virtude, sobretudo espírito sobrenatural e caridade para com os necessitados, ela foi beatificada pelo Papa Pio XII no dia 8 de junho de 1952, e canonizada por João XXIII no dia 11 de maio de 1861. Sua festa passou a ser celebrada no dia 20 de outubro, dia de sua morte.

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