A autodemolição e a fumaça

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Raio-na-Basilida-de-Sao-Pedro

Há menos de meio século, Paulo VI anunciou que a Igreja estava sendo vítima de um misterioso “processo de autodemolição” (alocução de 7-12-68) e que nela penetrara a “fumaça de Satanás” (alocução de 29-6-72).

Duas graves incógnitas desde então ficaram flutuando pelo espaço, sem maiores esclarecimentos: o que era a “autodemolição”, e no que consistia a “fumaça de Satanás”.

Essas terríveis afirmações acabaram se dissolvendo pelos ares, sem solução e sem serem explicadas. Passaram-se os anos e essas apreciações pontifícias caíram no esquecimento. Mas para quem estuda o último meio século, elas de repente ganham uma atualidade instigante, pois diante delas, na época, Plinio Corrêa de Oliveira abriu indagações que ganham hoje uma oportunidade digna de nota, dada a confusão reinante sobre assuntos referentes à família:

“O que o povo quer saber se reduz a esta pergunta principal: Paulo VI anunciou que a Igreja estava sendo vítima de um misterioso “processo de autodemolição” (alocução de 7-12-68) e que nela penetrara a “fumaça de Satanás” (alocução de 29-6-72). O falecido pontífice – ante cujos restos mortais me inclino aqui com a devida veneração – partiu pois para a eternidade com a autodemolição em curso, e a fumaça de Satanás em expansão. O que pensará seu sucessor sobre a autodemolição e a fumaça? Como se conduzirá ante uma e outra?”

Passaram –se vários pontificados e as questões não foram explicitamente abordadas. Como é normal, a expectativa, que deveria ir aumentando, se estagnou.

Com a convocação para outubro de 2015 do Sínodo sobre a Família, pelo atual pontífice, vêm à mente essas questões candentes, ainda não resolvidas, e sempre pedindo novas atualizações. Face a elas, desejamos o mesmo que pede o magistral artigo de Plinio Corrêa de Oliveira: saber no que consistia, no que consiste, a autodemolição da Igreja? A fumaça de Satanás continua penetrando no recinto sagrado?

Uma imensa maioria católica, em cujo silêncio se pode discernir traços óbvios de fadiga, angústia e desânimo, deseja de imediato, e antes de tudo, clareza. Repito com Dr. Plinio, referindo-se à esclarecimentos sobre a “autodemolição” da Igreja e a “fumaça”: “Não é o que o Sr. gostaria de saber, leitor? A senhora, leitora? Pois eu também. E como nós, milhares, milhões, centenas de milhões de católicos. E o que há de mais justo, de mais lógico, de mais filial e de mais nobre do que pedirem os filhos da luz, àquele a quem foi dito: ‘Tu és pedra, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja’, pedirem-lhe clareza?”

Pedimos licença para lembrar a esse propósito uma frase do apóstolo São Paulo: Se a trombeta der um som confuso, quem se preparará para a batalha? Outra razão pela qual um esclarecimento será oportuno, e de grande ajuda.

7 COMENTÁRIOS

  1. A apostasia é um seguro sinal de que um evento tenebroso está preste a acontecer. Para este evento, o apóstolo inspirado diz: “sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição” (2 Tess 2.3). O papa não teve liberdade para dizer o que já sabia. Diante disso, pergunto eu: Quem permanecerá fiel até a vinda de Cristo?

  2. Como diz o apocalipse, Cap 3 V 15-16

    Dei scio opera tua quia neque frigidus es neque calidus utinam frigidus esses aut calidus sed quia tepidus es et nec frigidus nec calidus incipiant te evomere ex ore meo.

    É como a igreja e a humanidade tem se comportado nos últimos tempos à partir de Paulo VI.

    Sem encarar os problemas de frente enumera-los e tomar atitudes eficazes para corrigi-los.

    Á partir do Concilio Vaticano II, temos observado a derrocada da igreja, com a debandada de fieis para igrejas evangélicas, para o islã ou simplesmente apostando.

    O Povo quer é encontrar segurança e o caminho reto.

    E o que fizeram os padres atuais?

    Perguntaram ao povo qual era o caminho.

    O Povo perdeu a confiança e abandonou a igreja, porque ela não sabia para ou por onde devia ir.
    Não se segue uma igreja cristã fraca sem convicção que se transforma em defensora de princípios pregados por grupos anticristãos com mais convicção.

    Auto demolição……..” Deixar de mostrar o caminho reto ao povo”
    Fumaça do demônio…. “Defender princípios satânicos”

  3. Nunca, como nestes tempos, a trombeta do Vaticano tem soado tão confusa: os seus pronunciamentos têm sido tão ambíguos, que o católico não sabe mais o que pensar.

  4. Nas entrevistas feitas, em vídeo gravado, durante a campanha do Abaixo Assinado em um Apelo ao papa Francisco, para que Não aprove as medidas frontalmente contra a Lei de Deus, nestas entrevistas com o público, “le menu peuple de Dieu”, percebe-se claramente a angústia das pessoas, homens, mulheres jovens, diante do que está acontecendo dentro da Igreja de Deus.
    Será que só o papa Francisco não vê ???!!!
    O artigo do sr. Leo Daniele vem muito a propósito.

  5. A de auto demolição da Igreja continua em processo acelerado!
    Uma Ideologia espúria, mas com um tremendo poder de sedução, está contaminando seus sacerdotes! (É a fumaça de satanás!)
    Para perceber isto, basta olhar para o mato que cresce no nosso quintal, temos uma CNBB totalmente alinhada com o governo, dali não parte nenhuma iniciativa para protestar contra qualquer ato administrativo ou jurídico procedente do poder central, atua como um aliado, componente da sua base de sustentação. Uma mudança radical de comportamento em relação ao passado, quando liderava as marchas de protestos que provocavam grandes mudanças. Hoje no Brasil, a Igreja, como agente de transformação política, foi neutralizada!
    Mas a poluição da fumaça de Satanás, não ocorre só no Brasil, atua no Mundo todo e já está chegando ao Vaticano, sinais da sua presença se multiplicam! Convite para Stadile comparecer a simpósio, esfôrço para aproximar Cuba dos EE UU e agora, o sínodo da família, debatendo temas que no passado, nem sequer entrariam em pauta, tal o nível de rejeição que despertariam!
    Ainda não entrou em discussão, um tema sensível, (por enquanto), trata-se do “celibátano clerical”, existem um elenco muito grande de argumentos contra esta restrição, alguns com boa base sustenção lógica! Fácil de convencer, conheço muitos católicos que são irredutíveis defensores da liberação do casamento dos sacerdotes!
    Como não se trata de uma cláusula pétrea, um dogma religioso,
    as sagradas escrituras não abordam o tema, é uma decisão administrativa
    da Igreja, que pode ser revogada a qualquer momento, é o que vai acontecer se a deterioração continuar nesse rítmo, as consequências
    decorrentes desse fato são fáceis de perceber, seria a conclusão da auto-destruição da Igreja, ela, tal como conhecemos hoje, deixaria de existir, haveria uma “outra coisa” em seu lugar, mais voltada para comércio do que para a fé (afinal os padres e suas famílias precisariam sobreviver)
    Isto reduziria as deferenças doutrinárias entre os Católicos e os demais cristãos, fato normal, considerando que a Bíblia é a mesma, inclusive tem uma Igreja evangélica que chama seus altos dirigentes de “Bispos”, talvez num futuro não muito distante, venha se unir com a “Ïgreja Católica transformada” num regime de “joint venture”, somando suas experiências, para resolver problemas comuns
    Para concluir devo dizer o seguinte: a Igreja Católica na sua atual configuração, é uma instituição frágil, possui um tremendo “calcanhar de aquiles”, uma parte do seu corpo que precisa ser protegida e defendida, principalmente, contra seus inimigos internos!

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