Auxílio às mães para que desistam de abortar seus bebês

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Paulo Roberto Campos

Presidente da região da Lombardia, Roberto Formigoni

Em artigo recentemente publicado neste site, comentei um louvável exemplo que nos deu o governo do Chile. Sebastián Piñera, o novo presidente chileno — para fortalecer a instituição da família e diminuir o número de abortos —, propôs incentivos tributários às famílias que tenham mais de dois filhos e também aos casais que completarem as “Bodas de Ouro”. Agora nos chega outro bom exemplo, desta vez proveniente da Itália.

Infelizmente, assim como outras nações européias, a Itália está envelhecendo rapidamente e a população diminuindo.

Uma vez que o número de nascimentos é menor que o de falecimentos, não há taxa de reposição mínima necessária (que segundo os demógrafos é de 2,1 filhos por mulher) para manter estável a população.

Também no Brasil — devido à suicida política governamental para a diminuição da natalidade, promovendo métodos contraceptivos, a legalização do aborto etc., a tendência é para o declinio de nossa população.

Em salutar direção contrária, o governo da Lombardia (norte da Itália) pretende reverter o quadro de declínio demográfico e impedir o crime do aborto, auxiliando as mulheres para que não prossigam no intento de abortar seus bebês. Eis a notícia que ontem (2-6-10) apareceu no site da BBC:

“O presidente da região da Lombardia, Roberto Formigoni, anunciou que o governo local pretende oferecer US$ 5,5 mil (oFamiliaequivalente a cerca de R$ 10 mil) a mulheres grávidas para que desistam de abortos.

Para receber o dinheiro, que seria pago ao longo de 18 meses, as mulheres terão de provar que enfrentam problemas financeiros.

Formigoni, que é católico e aliado do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, disse que nenhuma mulher na Lombardia deveria interromper uma gravidez por causa de dificuldades econômicas.

O aborto é permitido por lei na Itália desde 1978. Os dados mais recentes sobre abortos na Itália revelam que em 2008 foram realizados cerca de 120 mil no país”.

(http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/06/100602_italia_aborto_aw.shtml)

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PS: Não resisto ficar sem comentar também o último parágrafo.

Quando vemos os cálculos de abortos praticados em diversos países, ficamos horrorizados. Mas também nos causa horror como muitas vezes tais números são apresentados com toda naturalidade.

Para exemplicar com o país, origem da notícia acima, imagine que alguém dissesse:

— “Na Itália houve um tirano que foi responsável pela execução sumária de 120 mil pessoas inocentes, em apenas um ano”.

Creio que todos exclamariam indignados:

— “Que monstro! Este tirano deveria ter sido executado devido a tamanha injustiça cometida contra inocentes. O povo deveria tê-lo derrubado e exigido que ele fossse condenado à pena máxima!”

Nada mais natural essa indignação. Entretanto, em tal notícia lemos esta frase afirmada insensívelmente: “Os dados mais recentes sobre abortos na Itália revelam que em 2008 foram realizados cerca de 120 mil no país”.

O governo italiano, que legalizou o aborto em 1978, não tem também a responsabilidade pela morte desses 120 mil bebês por ano? A quantos outros governos não se poderia fazer a mesma acusação?

Esses inocentes bradam aos Céus e clamam a Deus por vingança!

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10 COMENTÁRIOS

  1. Acredito que o povo chileno saberá julgar e reconhecer os lobos travestidos de cordeiro. É uma população bastante católica e esclarecida. Vamos acreditar!!!

  2. Até qdo vamos assistir à deteriorização de nossa sociedade, um país de forte confissão cristã? Está na hora de elegermos candidatos católicos ,realmente praticantes , e que levantem a bandeira da família e dos valores éticos- cristãos e que não tenha medo de defendê-los. O inimigo já está mostrando a cara e vem com força… Será que vamos cruzar os braços e somente assistir às suas investidas , como a última do STF que legalizou as uniões de homossexuais??? Que católicos somos? Mornos??? Já vimos que qdo nos mobilizamos nas últimas eleições desmascarando a candidata que era a favor do aborto, quase que ganhamos as eleições…O que falta p/os homens de bem irem à luta???

  3. @PRC
    Prezado sr. Paulo Roberto Campos,

    Agradeço-lhe a gentileza das palavras.

    Quanto ao inesquecível Gabriel Garcia Moreno, pergunto-lhe se já sentiu uma saudade do que não viveu. Pois então. É assim que me sinto em face dos grandes estadistas católicos, em cujo panteão o imortal presidente equatoriano ocupa lugar de destaque.

    Com um abraço fraterno,

    Do vosso indigno irmão em N.S. Jesus Cristo

    José Lorêdo de Souza Filho – Da terra de Antonio Gonçalves Dias e Candido Mendes de Almeida

  4. Prezado Sr. José Lorêdo de Souza Filho

    Muito obrigado pela gentileza de seu esclarecimento. Apreciei a pitoresca analogia — feita com o tao bom humor do nosso tao simpático Maranhao — entre Pinera e o Lulalá. Seria como aquela questão de que o cinza, perto do preto, parece branco; mas o mesmo cinza, perto do branco, parece preto.

    Analogamente, Pinera, perto do Lula, parece um Garcia Moreno… Mas o mesmo Pinera, perto de Garcia Moreno, parece Lula…

    Portanto, nao fiquemos com “ilusao de óptica” e — como o Sr. afirmou — “nao nos deixemos enganar” por falsas aparências…
    Um abraço,
    PRC@José Lorêdo de Souza Filho

  5. Agradeço muitíssimo ao sr. Paulo Roberto Campos (PRC), autor do artigo em questão, pelas judiciosas observações. E queria dizer que li, sim, o seu primeiro artigo, em que o senhor manifesta certa desconfiança em relação ao presidente chileno.

    Sem dúvida que elogiar é uma alegria, de acordo com a conclusão autorizadíssima do prof. Plínio, e nem foi minha intenção desacreditar os aspectos positivos do atual governo chileno. Se foi o que pareceu, peço as minhas desculpas. Longe de mim escamotear as belíssimas intenções do autor do artigo.

    E, para lançar mão do velho e saudável humor brasileiro (em especial, o maranhense; sou de São Luís), o sr. Sebastian Piñera, perto do seu Lulalá, fica até parecendo São Francisco de Assis. Com perdão da palavra, meu santo.

  6. Gostei do comentário abaixo, feito por José Loredo de Souza Filho. Concordo inteiramente com ele de que “não nos deixemos enganar” [referindo-se a Sebastian Piñera – presidente do Chile].

    Entretanto, creio que José Loredo não leu o primeiro artigo (e nem precisava…) no qual, logo no início quando menciono o novo mandatário chileno, fiz uma advertência, afirmando de que tenho sérias restrições ao Sr. Sebastian Piñera. Mas como este último tomou uma atitude contrária ao aborto, valeria a pena elogiá-lo tão somente por tal atitude — que, além de ser boa em si, é oposta ao que vem fazendo o governo petista para favorecer a prática abortiva no Brasil. Ademais, para o público brasileiro, essa atitude anti-aborto do governo chileno, sendo aqui divulgada, poderia servir como argumento em nosso País.

    Escrevendo isto, lembrei-me de um artigo de Plinio Corrêa de Oliveira (a quem este site é dedicado), intitulado “ELOGIAR — ESSA ALEGRIA”. Como não me recordava bem o que tinha sido elogiado, procurei o artigo — digitando no “Google” o título em epígrafe — e o encontrei no site http://www.pliniocorreadeoliveira.info

    Assim, li que o Prof. Plinio tinha elogiado uma alocução do Cardeal Antonio Caggiano (já falecido). Depois do elogio, o ilustre articulista escreve, em sua matéria para a “Folha de S. Paulo” (18-6-72):

    “Ainda que em um ou outro ponto eu tenha — quanto a mim — algumas poucas reservas a fazer ao texto do ilustre Arcebispo de Buenos Aires, tenho por certo que, com sua alocução ele prestou um Insigne serviço a sua pátria e a toda a América Latina.

    “Dizendo-o, experimento uma verdadeira alegria, É a deliciosa alegria de elogiar. Passo — entre os que não me conhecem na intimidade — por homem batalhador e afeito à polêmica. A verdade é precisamente o contrário. Sou cordato a ponto de chegar quase ao fleumático. Alegro-me em concordar e elogiar. Se entro em tantas controvérsias, não é por gosto, mas pelo senso do dever. De fato, nos dias em que vivemos, são muito mais numerosos os temas que obrigam à crítica, do que os que convidam ao elogio. A ocasião de fazer um elogio sério e sincero raras vezes se apresenta. Isso torna tanto mais preciosa a alegria de o fazer quando se da azo a tal”.

    Então reafirmo, como o Prof. Plinio, que realmente as atitudes “elogiáveis” em nossos dias são muito raras, mas quando elas se apresentam vale a pena elogiá-las.

    Assim, espero poder tranqüilizar o dileto leitor Jose Loredo. Agradeço sua observação e digo-lhe que pode estar seguro de que não me deixei enganar — sei perfeitamente quem é o “personagem” e desconfio muito desses “‘conservadores’ que acendem uma vela a Deus e outra ao diabo…”.

  7. Fico a pensar em situações em que crianças são expostas pelos pais, em estimulos que poderão resultar em uma formação desde já torta em questões morais e desvios de conduta: hoje verificando o noticiario sobre a parada gay em SP, foi exibido criança sobre o cangote de uma pessoa, usando uma cobertura de bexiga colorida sobre a cabeça e vendo o movimento que passava. Com o tempo esta mesma criança poderá ter problemas na escola que frequentar exatamente por se ver “diferente” das outras crianças, poderá acontecer dela querer se “travestir” desde pequenina, a utilizar roupas femininas ou ir a banheiro feminino da escola. Enfim poderá ter problemas tal qual os de hoje com figuras daquele famigerado movimento. E o pior é que não há proteção à criança e acolescente contra este tipo de exposição, pelo contrário, havia sindicato (CUT), estande do Conselho Regional de Psicologia de SP em apoio, alegando ser contrários à uma psicologa que se propos a curar os homossexuais como doentes, (li a materia dela que é evangélica e a apoio, embora não seja psicologo) Membro do CRP alegava que isso não é doença. Havia outras estandes como da OAB para orientação juridica, etc. Embora os presidenciaveis não tenham comparecido, há deputados (as) a fim de apoiá-los em seus “direitos” e a discutirem projetos até à sua aprovação no Congresso. Triste saber que nossas instituições estejam servindo de palco para distorções de costumes, direitos legitimos, estruturas e instituições seculares que até então defendem a moral, a ética entre outros valores humanos. Como varrer e limpar nosso congresso dessa geração de politicos ateus, idealistas e perigosos em seus ideais comunistas e socialistas?

  8. É triste ver nos noticiários o número de aborto em todo o mundo. Muito já se tem feito para consciência da mulher. Doi muito ler uma notícia onde o governo quer pagar para que a mulher tenha seu filho. Isso é comprar uma vida, sendo que a vida é uma dádiva de Deus. O bebê deveria vir ao mundo por um ato de amor, deveria ser uma alegria e não um peso no orçamento familiar. A mulher não deveria ficar feliz com a ajuda oferecida, e sim sentir-se envergonhada pelo crime que comete ao abortar seu filho. Se a mulher gozou do direito de vir ao mundo, deve ao seu filho o mesmo direito, respeite-o. Com que direito a mulher vai clamar a Deus, se ela não teve compaixão de seu próprio filho? Está na hora de acabar com essa palhaçada. Mulher , ser mãe é um privilégio da mulher e não um castigo!

  9. Acho que os Tribunais de Haia; a Corte Penal Internacional – CPI e Nuremberg deveriam ficar lotados de processos ou esses tribunais não têm sentido.

  10. Quanto ao recentemente eleito presidente da República do Chile, o empresário e economista Sebastian Piñera, não nos deixemos enganar.

    Conquanto herdeiro político de uma das mais brilhantes e honradas figuras de Chefe de Estado do século passado, o saudoso gen. Augusto Pinochet, o sr. Piñera mostra-se desembaraçado ao cortejar as ditas “minorias sexuais” – e acaba propondo medidas suspeitas a um “católico praticamente” (no dizer unânime das agências de notícias).

    Embora se diga contra o “casamento” gay, defende a união civil entre pessoas do mesmo sexo; embora não pleiteie o aborto, mostra-se favorável à distribuição da chamada pílula do dia seguinte; e, por fim, chegou ao ridículo ao utilizar a imagem de duas lésbicas em sua campanha eleitoral. (Nem mais falemos de seu voto favorável ao divórcio, quando senador).

    Não nos deixemos enganar por supostos “conservadores” que acendem uma vela a Deus e outra ao diabo…

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