O jornal Folha de S. Paulo (12/3/2011) informa que antropólogos da Universidade Stanford, EUA, estão diante de um dilema: como é possível que dois grupos de índios da mesma etnia macuxi, que vivem na fronteira entre o Brasil e a Guiana, possam ser tão diferentes?
O problema não se limita à divisão territorial entre o Brasil e a Guiana. Estes países – bem como a tribo – são separados apenas pelo rio Tacatu e o afluente Irengue, que em época de seca atravessa-se a pé e, por isso mesmo, não impede qualquer contato entre eles.
Quais seriam então os motivos que levaram o grupo de índios macuxi do lado brasileiro a deixarem partes de seus costumes e o uso da língua nativa para se portarem como brasileiros e, ao contrário, os índios da Guiana a conservarem sua língua indígena e seus costumes?
Para o antropólogo José Fragoso, que reside no EUA, o “fenômeno” é intrigante: ‘se você vê um índio brasileiro na Guiana, você sabe que ele é brasileiro. Ele gesticula como um brasileiro, fala alto como um brasileiro, anda como um brasileiro. Os índios do outro lado do rio são mais reservados’.
O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira debruçou-se certa vez sobre essa problemática. Ele chamava esse “fenômeno” de “azeitamento”. Quando se derrama azeite sobre um papel, o azeite vai se espalhando pouco a pouco até impregnar todo o papel. O papel não deixa de ser papel, mas recebe algo a mais, que é o azeite.
Assim se pode dizer que algo semelhante ocorre no Brasil, com os que aqui vem morar e até mesmo com os que nos visitam. Todos recebem a influência do nosso “azeite” à medida que se deixam imbuir de nosso modo de ser.
Tal “azeitamento” deu-se com os imigrantes que, quando vieram residir no Brasil, tinham a intenção de fazerem a vida e depois voltarem aos seus receptivos países para de lá administrar seus negócios. Mas na maioria deles o efeito do “azeite” foi agindo, e em questão de tempo suas intenções foram mudando. Muitos deles preferiram trazer para cá suas tradições e cultura do que voltarem para seus países.
Sobre a imigração japonesa no Brasil, o Prof. Plinio disse certa vez: “sobre o nissei nascido no Brasil, noto que ele é muito expansivo, aprecia a conversa, apresentando em relação a seus país notável diferença. E me dá a impressão de estar um tanto aliviado. Algo de melancólico, que não deixa de haver no japonês do Japão, se esvanece no nissei, notando-se uma tendência para o riso e a comunicação” (Cfr. Revista Catolicismo, Abril de 2006)
Mas no que consiste esse “azeitamento”? É um desdobrar da bondade, do acolhimento, enfim, o querer tratar bem característico de nosso povo.
Perder esses atributos poderia acarretar num desfiguramento da alma brasileira. Porém, quais seriam os fatores para tal desgraça? Levanto um problema, que está relacionado com o futuro de nossos índios.
Os macuxi, bem como outras tribos que vivem no território brasileiro, demonstram certa abertura e vontade de se assimilarem à nossa civilização. Porém, esta abertura não é bem vista por ONGs internacionais, FUNAI e CIMI(Conselho Indigenista Missionário), órgãos que preferem que nossos índios fiquem no estágio selvagem.
A tal ponto que o CIMI, órgão ligado à CNBB, não considera a prática do infanticídio como selvageria. Segundo espantosa notícia do Correio Braziliense (24/07/2008) os “missionários do Cimi não consideram o infanticídio uma prática selvagem dos índios e defendem que essa cultura [sic!] tem lógica nas aldeias com pouco contato com a cultura ocidental. ‘Não podemos tratar os índios que têm essa prática como bandidos’, argumenta Saulo Feitosa, secretário adjunto do Cimi. A entidade inaugurou há alguns anos um novo método de evangelização. Não batiza as crianças² indígenas e aceita a “teologia” e os rituais dos diversos povos” (os negritos são nossos).
Se tal obra (anti)missionária prosperar, a perspectiva sombria para os índios. O CIMI trabalha em sentido contrário do fenômeno de azeitamento brasileiro, gerando um outro, o “azedamento” dos índios contra a civilização e o mandamento de Nosso Senhor: “Ide e batizai todos os Povos em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”, “Quem crer o for batizado será salvo” (Mc 16, 16).
Eu ponho os olhos no atual ocupante do trono de S. Pedro. Não saberá S. Santidade desse grave desvio da missão apostólica? Desvio só, não, desvirtuamento e oposição frontal. Quem tem o timão desta barca é o sucessor do “Pescador de almas”, que fará ele?
Que trabalho missionário é esse? Como podem mudar a mensagem cristã a tal ponto?
Sobre as loucuras que pensam e as atrocidades morais que fazem esses falsos “missionários”, isso infelizmente nem é novidade.
Mas eles terem (provavelmente liderados por um afamado Bispo do Centro-Oeste) o topete de dizer que tal postura é um “novo método de evangelização”, isso mereceria excomunhão latae sententiae!
Além da perfeita citação acima, do Evangelho de Nosso Senhor JESUS CRISTO escrito por São Marcos, que ditos infelizes parecem ignorar, esse deboche deles, de chamar a palhaçada de “evangelização”, soa como a velha e surrada tática satânica de tentar imitar as coisas santas, e imitá-las obviamente invertendo-as e deturpando-as.
É DIREITO dos índios ouvir e aprender o real Evangelho. Se aceitam ou não, aí sim já é decisão individual de cada um deles. Como dizia João Paulo II, NÃO TEMOS DE PEDIR LICENÇA A NINGUÉM PARA PREGAR O EVANGELHO.
DEUS tenha piedade daqueles guias cegos (falsos missionários) e dos pobres índios: que os primeiros se convertam e os últimos sejam, assim, finalmente agraciados realmente com o Santo Evangelho.